Um dia antes

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Jungkook POV

— Chega, Taehyung! Vá embora, não vê que as coisas só estão piorando?

Taehyung: — Piorando? Graças a você, que só fica instigando.

— Você que entra em casa brigando e eu que sou o culpado? — Estou a uma boa distância dele, não quero que isso se torne uma agressão.

Taehyung: — Não abra mais essa boca, Jungkook. — Este levantou o indicador, me encarando com aquele par de olhos castanhos. Acho que tanto eu quanto ele estamos nos segurando para não esganar o outro. — Você sabe que eu salvei a tua vida daquele patife, não reconhece isso? Cara, ele era traficante, você não enxergou? Ah, claro que não, estava sob efeito de alguma coisa.

O mais velho cuspia as palavras na minha cara, gesticulando indignado seus dedos. Odeio admitir que ele tem toda a razão, tudo isso por que fui abordado por um estranho na rua. Abaixei minha cabeça e me apoiei no sofá, evitando contato visual com o mesmo. Resolvi dizer algo, já que o silêncio invadiu a minha casa.

— Tem razão, Tae. Peço desculp- — Fui interrompido.

Taehyung: — Não quero ouvir mais nada! — Lágrimas encheram seus olhos, deve estar sentindo desgosto de mim. Vou embora, e só volto quando você não ser mais tão ingrato. Acho que isso vai demorar... Algumas perguntas passam na minha cabeça: O QUE TE LEVOU PRA ESSE CAMINHO? VOCÊ JÁ NÃO TEM TUDO? PRECISA DE MAIS? NÃO PENSOU EM MIM? QUAL SERIA A MINHA REAÇÃO?

Sei como ele deve estar se sentindo, com nojo de mim. Eu sou um imprestável, faço as coisas sem pensar, e essas coisas são sempre burradas, mas essa é a pior. Uma forte dor toma conta do interior do meu corpo, ouvir os gritos de Taehyung me fez chorar, as lágrimas corriam sem parar. Me ajoelhei no chão, tentando suportar a dor, mas foi inútil.

Taehyung: — Adeus, Jungkook. — Após ouvir sua última pronúncia, ouvi a porta bater e uma enorme vontade de gritar se fez presente.

— PORQUE EU FIZ ISSO? ACABEI DE MAGOAR MEU MELHOR AMIGO! — Num rápido impulso, me levantei, ergui uma mesa e a derrubei no chão, fazendo algumas coisas quebrarem.

— TÁ FELIZ AGORA? É ISSO QUE VOCÊ QUIS? — Gritava constantemente comigo mesmo, quebrando vasos de vidro e atirando objetos nas lâmpadas para se despedaçarem. Com o pé, as empurrei cômodas quando cheguei no meu quarto.

— Eu não me perdoo... Nunca irei.

Agarrei os cobertores e os lençóis da cama e atirei no chão. Raiva, raiva e raiva, é o que sinto. Arrependimento também, mas não de ter quebrado as coisas, e sim ter magoado ele. Pensei em virar o armário e quebrar, mas deitei no chão bagunçado e fiquei longos minutos sofrendo até pegar no sono.

Meu melhor amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora