Capítulo 4

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Tony começou bem sua manhã de sexta-feira acordando cedo. Mais apesar de ter ido dormir cheio de otimismo e animado com os prospectos que o esperavam, ele foi tomado pela realidade cruel da dificuldade que todos os momentos trariam. Mais uma vez, ele acordava na casa silenciosa, na cama vazia, mas havia uma pequena mudança. Pela primeira vez, em mais de dois meses, ele havia despertado sem a ajuda de um telefonema. Ajustou a mente, como fazia todas as manhãs, para entender que os sonhos que tivera nas últimas dez horas, nos quais se via com Steve, tinham sido apenas... sonhos.

Tomou um banho e vestiu-se confortavelmente, com sua calça jeans preferida, tênis e uma camiseta preta. Bucky tinha razão a respeito de seu peso, pois sua calça estava parando na cintura com um auxílio de um cinto. Ele fez uma careta para o reflexo no espelho. Estava feio, com olheiras, os lábios rachados e os cabelos estavam um horror. A primeira coisa a fazer seria ir ao salão de cabelereiro e torcer para que eles o encaixassem em algum horário.

- G-zuis, Tony! - exclamou Loki, seu cabelereiro. - Olha o seu estado! Pessoal, abram caminho! Abram caminho! Tem um homem aqui em condições críticas! - Ele piscou para Tony e foi empurrando quem estava no caminho. Puxou a cadeira e o colocou sentado.

- Obrigado, Loki, estou me sentindo bem atraente depois desse comentário - murmurou ele, tentando esconder o rosto vermelho de vergonha.

- Pois não se sinta assim, você está um caco! Sif, misture o de sempre. Jane, busque aquele saco de segredinhos lá em cima e diga ao Frandal para não sair para o almoço, porque ele vai pegar meu cliente do meio-dia. - Loki deu as ordens, balançando as mãos como se estivesse prestes a realizar uma cirurgia de emergência. Talvez estivesse mesmo.

- Sinto muito, Loki, não queria estragar seu dia.

- É claro que queria, amor, caso contrário, por que teria vindo aqui, na hora do almoço, em plena sexta-feira sem marcar horário? Para contribuir com a paz mundial?

Tony mordiscou o lábio em culpa.

- Ah, mas eu não faria nada disso por ninguém, só por você, lindo!

- Obrigado.

- Como você está? - Ele encostou o traseiro magro no balcão diante de Tony. Loki deveria ter uns 40 anos, mas sua pele era impecável e cabelo, claro, tão perfeito que ele não aparentava nem um dia a mais do 30. Os cabelos negros faziam um contraste a palidez de sua pele, e ele sempre estava impecávelmente vestido. Já era o suficiente para fazer qualquer um se sentir um lixo.

- Péssimo.

- Sim, dá pra ver.

- Obrigado.

- Bem, pelo menos, quando sair daqui uma coisa vai estar no lugar. Cuido de cabelos, não de corações.

Tony sorriu em agradecimento pela maneira esquisita que ele demonstrou compreender.

- Mas G-zuis, Tony, quando você entrou viu a palavra "mágico" ou "cabelereiro" na porta? Devia ter visto o estado de uma mulher que entrou aqui hoje. Uma coisa de louco. Perto dos 60 anos, eu acho. Ela me entregou uma revista com a Jennifer Aniston na capa e disse: "Quero ficar assim".

Tony riu da imitação. As expressões faciais e os movimentos das mais dele tinham sincronia.

- Respondi: "G-zuis, sou cabelereiro, não cirurgião plástico. A senhora só vai ficar assim se recortar a foto e colar na cara".

- Não acredito, Loki! Você não disse isso a ela! - Tony ficou boquiaberto.

- Claro que disse! Alguém precisava dizer isso a ela, acho que ajudei. Entrou aqui vestida como uma adolescente. Que situação!

P.S. Eu Te Amo versão StonyOnde histórias criam vida. Descubra agora