Capítulo 5

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Tony prendeu a respiração e com lágrimas nos olhos e o coração acelerado leu a caligrafia familiar sabendo que a pessoa que havia escrito a ele nunca mais o faria. Passou os dedos em cima das palavras dele, com s certeza de que a última pessoa a tocar aquela página tinha sido ele.

Meu amado Tony,
Não sei onde você está e onde exatamente está lendo isto. espero que esteja bem. Você me disse pouco tempo que não conseguiria continuar sozinho. Mas você consegue, sim, Tony.
Você é forte, corajoso e vai conseguir passar por isso. Vivemos coisas lindas juntos e você fez a minha vida... Você fez a minha vida. Não tenho arrependimentos. Mas sou apenas um capítulo de sua vida, muitos outros virão. Guarde nossas lindas lembranças, mas, por favor, não tenha medo de criar outras.
Obrigado por me dar a honra de ser seu esposo. Por tudo, sou eternamente grato.

Sempre que precisava de mim, saiba que estarei com você.
Amor eterno, de seu marido e melhor amigo,
Steve.

P.S. Prometi que faria uma lista, então aqui está. Os próximos envelopes devem ser abertos exatamente no mês certo. Obedeça. E lembre que estou cuidando de você, por isso vou saber...

Tony começou a chorar, e a tristeza tomou conta dele. Mas, ao mesmo tempo, sentiu alívio por saber que Steve, de algum modo, continuaria com ele por mais um tempo. Analisou os outros pequenos envelopes e procurou os meses. Já era abril. Havia perdido março, por isso abriu o envelope referente àquele mês. Ele o abriu lentamente, querendo aproveitar cada minuto. Ali dentro, havia um cartão com a caligrafia de Steve, no qual estava escrito:

Livre-se dos hematomas e compre um abajur!

P.S. Eu te amo...

Trocou o riso pelas lágrimas ao perceber que Steve estava de volta! Tony leu e releu a carta em uma tentativa de trazê-lo de volta a vida. Por fim, quando não conseguia maus ver as palavras entre as lágrimas, olhou para o mar. Sempre considerara o mar um calmante e desde a infância atravessava a rua e ia à praia quando se sentia triste e precisava pensar. Seus pais sabiam que quando não o encontravam em casa, ele estava na praia.

Ele fechou os olhos e inspirou e expirou, com a leve suspirar das ondas. Era como se o mar tivesse respirando fundo, puxando a água para dentro enquanto inspirava e empurrando de volta para a areia ao expirar. Ele continuou a respirando com o mar e sentiu a pulsação diminuir conforme se sentiu mais calma.

Pensou que costumava a se deitar ao lado de Steve em seus últimos dias e escutava o som da sua respiração.

Morria de medo de deixá-lo para atender alguém a porta, fazer comida ou ir ao banheiro, temendo que ele escolhesse um desses momentos para deixá-lo. Quando voltava para seu lado, ficava sentado, congelado em um silêncio assustador enquanto escutava a respiração dele e observava se seu peito se movia.

Mas ele sempre conseguia aguentar. Tinha surpreendido os médicos com sua força e determinação de viver. Steve não foi embora sem lutar. Manteve o bom humor até o fim, estava muito fraco e a voz muito baixa, mas Tony tinha aprendido a entender a nova linguagem com uma mãe com um bebê que aprende a falar. Os dois riam até tarde em algumas noites, em outras, se abraçavam e choravam. Tony manteve-se forte por ele o tempo todo, já que seu novo trabalho da estar perto para quando ele precisasse. Pensando bem, ele concluiu que que precisava mais do loiro do que o loiro dele. Precisava ser necessário para não ficar a impressão de que estava apenas observando, completamente inútil.

P.S. Eu Te Amo versão StonyOnde histórias criam vida. Descubra agora