Meu anjo ou demônio?

Capítulo 3

Alyssa.

Acordei atrasada e ainda teria que levar Josh para a escolinha, já que meu pai havia dito que estava preso em uma cirurgia de emergência e a babá está de folga.

Peguei meus livros e joguei na mochila. Estou estudando 5 horas por dia e ainda não estou dando conta desses anos iniciais da faculdade.

Isso que dá matar as aulas no ensino médio.

— Josh, você não colocou as calças ainda? - perguntei ao ver meu irmãozinho jogado no sofá apenas com o uniforme na parte de cima. — Venha, vou por em você.

— Não vai, a Lili que sempre põem. - ele cruzou os braços bem irritado, garotinho mimado.

— A Lili está de folga, ela não vem, então por favor deixa eu colocar suas calças se não vou deixá-lo sozinho em casa com o bicho.

Ele veio correndo até mim com as calças na mão.

Sei que é pecado assustar uma criança dessa forma, mas Josh é um terror em forma de criança, só funciona na base da chantagem ou medo.

Mas eu o amo, juro.

Cheguei na faculdade já cansada, 15 minutos com meu irmão é mais eficiente que uma hora de academia.

Fui para a minha primeira aula, e fingi fortemente estar concentrada naquele professor mais velho que um fóssil.

E pra ajudar, Emy não parava de me enviar mensagens.

"Eu te procurei ontem à noite inteira. Sinto muito pelo o que aconteceu com você e o Dylan, ele é um babaca, eu sempre disse."

Falar que me avisou ajuda demais Emily!

Dylan é o idiota que correu atrás de mim por 2 anos seguidos e que à 5 meses atrás eu decidi dar uma chance, pra ontem ser corna a olho nu.

Homens são um lixo.

A maior parte deles, pra não generalizar.

"Precisamos conversar.
Por favor não fique com ideias precipitadas.
Ela me agarrou.
Eu gosto de você!!
Qual é Aly!!" - Dylan.

Não vou responder, nem que me paguem, ela o agarrou e ele sem querer continuou o beijo e ainda de quebra agarrou a bunda dela por acidente.

Assim que sai do campus, pude ver Dylan, parado em frente ao meu carro, parecendo um cachorro que caiu da mudança.
Eu queria sentir ódio, mas eu só conseguia gozar de um aperto tão grande no peito. É por esse motivo que eu nunca me permiti me relacionar com alguém, me sentir fraca é o meu pior pesadelo.

O ignorei, abri meu carro e entrei.

— Quem deixou você entrar? - disse autoritária, ao ver o homem que meteu um par de chifres na minha cabeça entrar no meu carro sem minha autorização.

— Você precisa me ouvir Alyssa, por favor!

— Eu não preciso mesmo. - sorri em falso e liguei o carro.

— Eu não tive.... - acelerei, para que eu não conseguisse o escutar. — Vai fazer isso mesmo?

— Desce da porra do carro. - gritei.

— É isso que você quer? - ele encarava-me com uma expressão triste, mas eu não conseguia ver algum resquício de verdade em nenhuma de suas palavras.

— DESCE!

E assim o fez, insatisfeito.

Assim que ele saiu, depositei meu rosto na direção e ali fiquei, chorando por intermináveis cinco minutos.