Inocência

Eu disse "eu te amo"

Passado.

          Estava animada como nunca esteve em vida, os primeiros dias de aula logo iriam começar o que queria dizer que as férias logo seriam só uma lembrança muito boa em sua mente.
 

        Fez mais coisas do que poderia imaginar e coisas que ela mesma nem pensava que teria coragem de realizar, porém estava contente que era com alguém que a amava profundamente e pensava em ter um relacionamento a longo prazo ao seu lado.

      Dormiu do mesmo jeito que acordou, sorrindo largamente e com o coração quentinho por causa do “eu te amo” trocado com o namorado na noite anterior ele foi tão fofo que parecia mais aqueles filmes clichês que tanto gostava de ver ou às vezes ler.

O corpo pulou da cama antes do despertador tocar, correndo até o banheiro a jovem escovou os dentes e molhou o rosto com um pouco da água morna tratando após fazer as necessidades do dia e já vestida tratou de ir logo para o andar de baixo da casa onde lá encontrou tanto seu pai como sua mãe fazendo a primeira refeição do dia.

        Quando viram a filha descer Mônica e Gabriel sorriram, era bom ver sua garota feliz.
 

         — Bom dia querida. — Disse o mais velho, fechando o jornal e tomando um pouco do café. —  Acordou animada hoje, algo aconteceu?
 

      Mônica que estava tão curiosa como o marido levantou uma das sobrancelhas encarando a filha.

    Com o melhor sorriso que tinha Bianca encarou os dois, servindo se de um pouco de café e mordiscando uma torrada.

    — O dia só está muito bonito hoje. — Respondeu a mais nova fazendo a curiosidade de ambos ficar ainda mais aguçada.  — Eu acordei feliz hoje.
 

         Por mais que fosse verdade nenhum e nem o outro conseguiam acreditar naquelas palavras.

Desta vez foi a matriarca que tomou a frente, sorrindo gentil quando o olhar encontrou o da filha.
   
            — E aconteceu algo especial?
 

      Antes de dizer alguma coisa Bianca mordeu um generoso pedaço da torrada, aproveitando o gostinho delicioso que a geleia tinha e foi inevitável não corar com aquela pergunta afinal sua memória viajou para os momentos que teve escondida com o namorado.
 

       Guilherme era certamente seu príncipe encantado.

        Poderia ela ter mais sorte?
 

    Engoliu devagar, molhando a garganta com o liquido da xícara logo ali ao lado e percebendo a impaciência da mãe parou logo de enrolar.
 

    — Guilherme disse que me ama. — Falou olhando para outro canto que não encontrasse o pai ou a mãe que surpresos pela revelação arregalaram um pouco os olhos.

      Bianca e Guilherme estavam juntos desde o ensino fundamental, quando ele acidentalmente acabou colando - sem querer - um pouco de cola nos cabelos da garota e inexplicavelmente desde então nasceu um relacionamento.

Para Mônica eram jovens apaixonados, coisa de ensino médio que não passaria dali e para Gabriel bem suas ideias sobre o rapaz não eram lá muito diferentes das de sua mulher.
 

   Os dois se olharam cúmplices novamente, gostariam que a inocência de sua filha fosse preservada entretanto não poderiam e nem deveriam afastá la da convivência com o mundo. 

  Só em pensar em Bianca chorando ou se machucando emocionalmente assustava tanto eles. 

      Gabriel bebeu mais um pouco de café e com isso Mônica entendia o que teria que fazer.