O primeiro acesso ao site

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   A chuva caia do lado de fora, fazendo com que ela ficasse um pouco sonolenta o clima estava perfeito para um bom filme na Netflix e um bom balde de pipoca com direito a uma panela de brigadeiro. Porém, mesmo que desejasse muito fazer aquilo Caterina estava abrindo e fechando várias e várias vezes o mesmo site, lendo aquele anúncio ridículo e deixando às vezes escapar um riso nervoso dos lábios. 

   

    Aquilo era certamente o cúmulo do ridículo, sempre tirou sarro de pessoas que recorriam a sites de relacionamento e agora estava ali, parada com um cobertor sobre as pernas e o notebook em cima delas, abrindo a página que foi indicada por duas de suas melhores amigas,  Victoria e Caroline de acordo com ambas o site tinha um funcionamento bem simples e prático tanto que até mesmo pessoas de mais idade já o acessaram. 

      Nele você poderia escolher qual rapaz gostaria de alugar como namorado por um período de tempo, e a espécie de relacionamento que desejasse ter com o rapaz. Uma vez que algumas pessoas contratavam os serviços do site apenas para ter alguém para conversar. 

       Caterina Sullivan estava certa que desejava viver um romance, queria todos aqueles clichês que viu e leu, queria se sentir amada assim como queria amar alguém. Sozinha infelizmente, não levava muito jeito nesse campo, teve uma onda gigantesca de encontros ruins e relacionamentos ruins por um período realmente muito longo.

A maioria deles eram machistas demais, não aceitavam que ela trabalhasse e tivesse sua liberdade como mulher, na verdade não gostavam nem mesmo que ela fosse alguém “pensante” que tivesse opinião sobre tudo, de acordo com esses homens Caterina deveria ser o tipo de mulher submissa que não questiona nada e apenas abaixa a cabeça para tudo e isso claramente gerou uma grande revolta na Sullivan, mandando os tomar no meio do cu. 

   No começo eram príncipes e depois de alguns dias se transformavam, ela não tinha paciência para aguentar aquilo.

      Já os demais, pareciam robôs, com falas ensaiadas e isso de certa forma chegava a ser cômico caso não fosse assim tão trágico e a minoria fazia coisas nojentas demais para se considerar ético, não que ela fosse totalmente limpa já que até mesmo Caterina não conseguia segurar seus impulsos primitivos, só que fazer aquilo constantemente sendo seguido por uma série de outras ações nojentas era algo desagradável e Caterine sempre aconselhava todos para procurarem urgentemente um médico, para que então pudessem tratar de seus problemas corretamente. 

    Estava com a aba do site aberto - mais uma vez - quando o celular ali ao lado começava a tocar, expondo a foto de Caroline Stuart na tela. Caterina por sua vez não demorou em agarrar o aparelho eletrônico, deslizando um dos dedos até o ícone de um pequeno telefone verde para que então a ligação fosse realizada. 

      — E você fez? — questionou Caroline, não deixando nem um mínimo para que sua amiga tivesse a chance de mudar de assunto.  Um fato sobre a loira que Caterina Sullivan detestava: impaciência. E sua curiosidade contribuía um pouco para o riso que se formava nos lábios da Sullivan. 

      Moveu sua cabeça para os lados, em uma lenta negativa. — Eu não sei Cá. — Confessou, sua voz era calma e estava até então bem paciente sendo que qualquer palavra errada poderia causar a terceira guerra mundial. 

    — Amorzinho da minha vida plena, não era você que queria um pouco de romance então qual é a dificuldade? — Retrucou a loira, fazendo uma breve pausa entre uma fala e outra.  — Você tem a chance de ter um romance, um sem qualquer cara babaca que você conheça. 

  Mordeu os lábios com força, contra aquilo não tinha como argumentar. Sabia que a amiga tinha completa razão mesmo que não admitisse aquilo em voz alta.  — Eu, eu eu só não sei, tem muita coisa em… 

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