21/08

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 Hoje eu não vou escrever uma poesia, nem versos bonitos. Hoje eu estou encerrando a minha era de poeta, isso aqui vai servir de desabafo mesmo. Eu nunca achei que as coisas terminariam assim, porque eu achava que meu amor era capaz de despertar o seu. Hoje deveria ser uma data especial, e mesmo assim tudo o que eu consegui foi me convencer de que era um dia comum. Eu sabia que não dava para seguir todos os meus planos, mas nunca iria prever que as coisas sairiam dos trilhos desse jeito. De qualquer forma, fizemos as mesmas coisas hoje, só não foi junto, nem no mesmo local. Eu implorava todos os dias para que você mentisse olhando nos meus olhos dizendo que eu era especial e que me amava. Eu nunca achei que uma mentira pudesse me fazer tão feliz. Desde que decidimos não sermos mais nada, eu estou presa num limbo entre a maturidade e o luto. Eu não sei por quanto tempo eu vou precisar ficar mentindo para mim mesma que não dói e vez de me permitir sofrer de uma vez. Eu prefiro fingir que não estou vendo na minha frente que as coisas mudaram e que você não faz mais parte de mim como antes, e muito menos como eu queria que fizesse. Eu preciso me convencer de que tudo bem ser só sua amiga, eu posso lidar com isso. Eu sempre soube que uma hora acabaria, mas eu pensava que acabaria para se tornar algo melhor. A expectativa e a esperança são piores que o amor. Estava fadado ao fracasso desde o começo e mesmo que eu visse isso, nunca me afastei. Eu queria poder dizer que tenho orgulho do que sinto independente da reciprocidade, mas se o que eu sinto não é capaz de nada, não tem porque ter orgulho. Contra a minha vontade, com uma lata de cerveja e um cigarro na mão, eu posso dizer que dei adeus a tal porcaria. 

Apesar do Amor, LiaOnde histórias criam vida. Descubra agora