Capítulo 1 - O primeiro limão

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     Confesso que nem eu entendo o porquê aceitei isso desta vez, mas sinceramente? Tenho 22 anos e nunca nem peguei na mão de uma garota, eu com certeza não precisaria me explicar. Mas o problema é que eu preciso, e a resposta é simples: Ray Simons me obrigou.

     Ele não me ameaçou, não desta vez, mas sempre que ficava sabendo de alguma festa num bar ou em algum outro lugar eu era o primeiro a ser convidado por ele. Chega a ser engraçado, meu melhor amigo me convida para festas e eu nunca aceito ir em nenhuma. Provavelmente você deve achar que sou algum ingrato, ainda mais se souber o quanto Ray Simons é rico, e o quanto as garotas que frequentam as festas são lindas. O problema é que meu amigo pode ser qualquer coisa, mas não é um cara legal.

     Se você soubesse o conteúdo restante que ainda tem pela frente iria achar que estou perdendo tempo falando desse meu amigo, até por que, ele vive em um mundo totalmente diferente do meu, e o mundo dele é tentador para muita gente, e acho que é por isso que ele me acha estranho, pois não ligo para esse mundo, eu tenho meu próprio conceito do que é certo e errado, e é por esse motivo que nunca beijei ninguém.

     A festa estava barulhenta, Ray me garantiu que não teria música alta, mas eu já devia saber que seria mentira. Eu aceitei vir a essa festa porque seria na casa dele, e apenas por isso, mas acho que ele achava que era por outro motivo.

     – Então você vai? – Ray me olhou nos olhos, ou pelo menos ele achava que estava fazendo isso, era o álcool fazendo efeito em seu corpo.

     – Você aceita minhas condições? – Eu sabia que ele iria mentir, mas sempre fui esperançoso.

     – Sem música alta, pouca gente, sem bebidas alcoólicas e nada que chegue a ir tão tarde da noite, é isso?

     – Exatamente isso!

     – Então meu amigo, não seria melhor fazer essa reuniãozinha de merda que você está querendo em uma casa da árvore com algumas garotas que ainda brincam com bonecas?

     – Então isso é um não?

     – Pra você dizer sim eu só tenho que dizer um "vou pensar no seu caso". – E foi assim que eu disse sim.

     Tinha tanta gente naquela casa que mal dava para caminhar livremente, era impossível dar vários passos sem antes ter que pedir licença a alguém. Ray gritou meu nome na frente de todos quando me viu chegar, mas ninguém olhou para mim, aparentemente para eles eu é que sou o ninguém no local. E por que você ainda não sabe meu nome? Bom, eu queria evitar ter que dizer, mas lá vai:

     – ALEX, MEU GAROTO, FINALMENTE VAI VIRAR HOMEM! – Ray erguia um copo cheio de bebida e estava muito animado.

     – A música está meio alta, Ray.

Tão doce quanto um limãoWhere stories live. Discover now