"Às vezes me pego pensando, como é possível sentir falta de algo que eu nunca tive?"
Eu não sei me controlar, mas deveria saber. Estava olhando pra ela, Ariadna. "Uau" seria a palavra que eu usaria minha vida toda para descrevê-la se tivesse alguma chance de ser feliz ao seu lado. É o que eu sinto quando a vejo, é incrível o quanto a amo. Uau.
Mas não posso começar por aqui, existe muita coisa para contar, e tudo aconteceu antes disso. Se segura, lá vem mais um limão.
– 10 MIL? – Ray balançou a cabeça, confirmando assim o quanto ele não sabia ajudar ninguém. – Eu não posso pagar isso, é muito dinheiro.
– Mas você tem?
– S-sim. Mas isso não vem ao caso. É pra minha faculdade.
– Bom Alex, seus colegas na faculdade vão ficar muito emocionados de poder estudar com alguém famoso na internet. – É impossível conversar com alguém que usa argumentos validos. – É melhor pagar e se livrar disso.
Deve estar se perguntado, pagar o que?! Adivinhe, caro(a) leitor(a). Ray é maluco e devo estar ficando maluco também. Eu não fui embora de sua casa mesmo quando ele me contou a grande novidade. "Elas estão querendo dinheiro, Alex". "Querem 10 mil para não divulgar as fotos". "É só pagar, você tem sobrando mesmo".
Eu passei dois anos trabalhando duro e ganhando pouco, aguentei muita humilhação no trabalho e fora dele, e a maior parte do que eu ganhei depositei no banco. Não posso abrir mão disso tudo assim, mesmo por causa de fotos que podem destruir minha vida e ainda fazer minha mãe questionar ainda mais o motivo da minha existência, (mas falando assim parece até loucura não pagar esse negócio). Ray me garantiu que não haveria outro jeito, mas sinto que sempre tem outro jeito. Consegui juntar doze mil, é uma quantia muito boa, então agora você entende o porquê não posso aceitar tudo isso.
– Elas devem ligar daqui a pouco para negociar – disse Ray sem preocupação. Negociar? Isso é chantagem seu maluco. – Pode deixar comigo, vou resolver tudo.
– Ah, eu confio em você. – Sarcasmo o Ray nunca entende.
– É o que eu faço, sou bom em resolver problemas. – Como somos amigos? Não gosto de gente convencida. – Trouxe o cartão?
– Sim, mas não pretendo usá-lo.
– Devia ter pensado nisso antes de trazer sua mãe aqui em casa. Imagina ela nas fotos, deve estar uma graça.
– Você ainda não viu as fotos?
– Não, mas... – Um funk que eu preferia nunca ter escutado inundou a sala, o som vinha do celular de Ray. A ligação que estávamos esperando. – Finalmente.
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Tão doce quanto um limão
RomanceAlex não tinha duvidas do que sentia, mas nem sempre se apaixonar significa ser feliz, e felicidade não tem nada haver com esta história, pois às vezes o amor é tão doce quanto um limão.