Mídia

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POV. James

- Qual seu sabor de sorvete favorito? - observo a mulher ao meu lado que forma um biquinho enquanto pensa. Ela parece tão meiga e delicada, não devia ser usada como cobaia nesse jogo de negócios. Ela não se assemelha a um ser como eu.

- E o seu? - Não percebi que ela falava. Entre abri a boca para pronunciar, notei que ela se sentia mais s vontade com a situação. Saio do tranzi

- Ah, desculpe, não ouvi sua resposta. Acabei me distraindo. Pode repeti-la? - ela assente com um sorriso meigo e o meu coração acelera com esse último ato.

- Meu sabor favorito é baunilha. Agora me diga o seu. - Tento aparentar menos nervosismo. Vejo-a se encolher mais.

- Gosto do sabor de menta. - encaro seus olhos brilhantes por um momento e o nervosismo ressurge, mas recordo do plano. - Tive uma ideia, que tal nós irmos á uma sorveteria amanhã? - vejo-a concordar. - Então é melhor dormirmos logo. - Fecho o notebook e apago a luz do abajur dourado me virando para o lado oposto dela.

Eu sinto que ela não devia pagar pelos erros empresariais do pai. Ela me parece tão doce. Eu só estou aqui sem reclamar pela boa mesada que irei receber todos os meses. Quando o meu pai disse-me que eu deveria casar com uma das meninas da família Morgan, em troca de mais dinheiro e uma vaga de estágio na empresa, que eu tanto ânsio tomar posse, nem ao menos questionei. Mas ela deve apenas obedecer seu pai por ser uma ordem superior. Ora! Por que tanto pensar nisso, James Lewis ? Isso não é mesmo da minha conta. - Dane-se a garota, você só está aqui pelo dinheiro.

POV. Júlia
Acordo com raios que ultrapassam a janela que me oferece uma linda visão da cidade de Las Vegas, depois de dormir nessa cama fofinha e cheirosa me sinto revigorada. Suspiro. Confesso, eu amo esse conforto. Desde muito pequena achei essa á parte mais adorável de ser filha de um emprésario, ser tratada como princesa. Me espreguiço e vou rumo ao toalete.

- AAAA! - berramos ao mesmo tempo, logo tapo meu rosto com as mãos.
James! Eu havia me olvidado da sua presença. Agora, estou no banheiro com um homem totalmente despido a minha frente. - Me-me desculpe. - corro de volta para o quarto e afogo meu rosto com as bochechas quentes no edredom afável. Em menos de um minuto ouço um pigarreio atrás de mim. Levanto meu rosto e me deparo com James, já vestido com um moletom preto e uma calça de mesma cor. Recomponho-me. Ele ainda parece corado e procura um ponto de visão que não seja meu rosto.

- Ahn... Arrume-se nós vamos tomar café em uma lanchonete próxima, os fotógrafos já estão a espera. - ele senta na cama e sigo até o closet, escolho um vestido de cor clara. Me encaro no espelho e me questiono: mas por que diabos devemos ser espionados até num momento sagrado como esse? Eu odeio isso! Suspiro com os ombros caídos. Me endireito e sigo até o banheiro, sem muita morosidade fico pronta. Seguimos até o elevador e o adentramos.

- James - o chamo e ele pende o rosto em minha direção e apenas esse ato soou tão sexy. Pigarreio. - Nós iremos mesmo tomar sorvete? - ele sorri como se o que indaguei fosse bobo.

- Está preocupada com isso, querida? - ele ri novamente- Não se preocupe, meu pai me deu uma lista de coisas para fazermos juntos e o sorvete está incluso. - Então o sorvete é apenas mais conteúdo para a mídia faminta? Creio que toda a sua educação para comigo também seja uma farsa, na verdade, não sei mais distinguir o que é ou não atuação na minha vida. Se nosso relacionamento é apenas atuação então nao acho necessário gastar minha educação com alguém tão hipócrita. Chegamos á cafeteria e James fez os pedidos. Ele observa algo através da janela e eu acompanho seu olhar. Paparazzos.

- Pronta? - ele ri ladino e eu me vejo confusa. Para que exatamente eu deveria estar pronta? O pedido chega e nós agradecemos. James pousa sua mão sobre a minha e noto meus pelos eriçados. Não que eu esteja apaixonada por James, apenas nunca havia sido tocada assim por um homem. - Quero que sorria comigo.

- Mas como eu poderia sorrir se nem ao menos me fez graça? - cruzo os braços indignada. Já não basta o sacrifício de estar casada com um homem por quem não nutri sentimentos? Apesar de agora sentir um leve rancor. Ele se aproxima e faz um biquinho. Oh, não nego - Tão fofo. - ele sorri.

- Por favor? - ele continua com o biquinho, sorrio, nego e bebo um gole de café
- Esse gesto fofo vale. - ele engole mais um pedaço do bolo. - Abra a boca - o vejo levar uma cereja na minha direção. Paralizo. - Vamos logo, abra a boca. - obedeço e me abruteço cruzando os braços mastigando a fruta - Ora! Não faça essa cara!

- Não gosto que mandem em mim - ele sorri e retorna a comer, o que logo faço também.

Saímos da cafeteria direto para o parque. James segurou a minha mão o trajeto todo. Me guiou á um banco. Ele suspira e olha ao redor, acho que está analisando se ainda há vestígios de fotógrafos por aqui.

- Acho que por hoje basta. O senhor meu pai me ligou mais cedo e me contou que o plano do casamento anda indo muito bem. - ele me olha - Viu a matéria mais comentada? - nego - É sobre nós, estamos em praticamente todas as revistas: "Filhos de dois Empresários(antigos rivais) se casam". - O vejo imitar de um jeito engraçado que me fez sorrir. Ele novamente suspira e completa - Acho que o plano está indo muito bem, mais por minha causa. - Me olha de soslaio - Eu sou um excelente ator, não acha? - ele me encara e ri anasalado. Revirei os olhos.

- Não. Não acho! Convencido - falo para mim. Ele se aproxima e quase encosta em meus lábios me fazendo recuar um pouco, mas não o suficiente para me manter distante. - O-o que...

- Acha que eu deveria? - ele olha minha boca e não entendo a vontade que cresce em mim de atacar seus lábios carnudos e perfeitos

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⏰ Última atualização: Nov 26, 2019 ⏰

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