Twenty Four - The end.

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A morte.

Ela vem quando menos se espera, quando você menos sente-se preparado, é como se o tempo mudasse drasticamente quando alguém te diz "sinto muito, mas ele (a) se foi", para a morte, dispensa-se quaisquer tipos de eufemismos, a morte é algo a ser sentido, não entendido, em um momento como esses, abraços são necessários e quem sabe uns copos da bebida mais forte que você tiver no armário.

Por outro lado, estudos comprovam que quando as pessoas sentem a morte chegando, elas costumam não sentir dor, costumam sentir-se como em um túnel, extremamente claro e pacífico, aonde não há dor, aonde a dor ou qualquer sentimento ruim não possa alcança-la. Os mesmos estudos também comprovam que em uma mera fração de segundos, a determinada pessoa pode ter lembranças felizes, como se estivesse lá, se estivesse no seu próprio passado, como se pudesse assistir toda a sua vida de camarote.

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Anos atrás.

O garoto de cabelos acastanhados corria por um campo de cerejeiras, estas eram suas flores favoritas, além do que as árvores de onde brotavam lhe proporcionavam a melhor sombra que uma criança de sete anos poderia imaginar. O garotinho adorava ler debaixo daquelas árvores, era como se sentir em seu próprio mundo, um mundo em que ninguém poderia afeta-lo.

— Meu pequeno girassol. — A mãe chamou e o garoto a olhou, pensou como ela era bonita naquele vestido coral que usava. — O que acha de irmos agora? Posso preparar o salmão com batatas que tanto gosta. — Ela sorriu.

Se ele era seu pequeno girassol, ela era o sol dele.

— Mamãe. — Chamou assim que levantou, sacudindo as mãos para se limpar das folhas que sempre grudavam nas mesmas.

— Pode falar. — Sorriu gentilmente e estendeu a mão ao garoto.

— Posso comer pudim de leite após o jantar? — Era sua sobremesa favorita.

— Claro, querido, tudo por você. — Os dois sorriram juntos.

Tudo por você. Ela sempre costumava dizer isso e o garoto sempre estava acostumado com isso, exceto quando a perdeu, desde então ninguém havia dito a ele isso, nem uma vez sequer.

— Eu te amo, mamãe. — Era costume do pequeno dizer isso todos os dias em todos os finais de tarde.

— Eu te amo, Taehyung. — Ela sorriu com a mão infantil junto da sua.

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Jisoo não poderia perder alguém novamente em seus braços, não poderia deixar que isso acontecesse, se recusava a ter que chorar por um amor que mal havia tido tempo para viver porque estava ocupada demais agradando os demais. Foi por isso que agiu impulsivamente, precisava tirar toda aquela dor de dentro dela ou simplesmente explodiria ali. Não pensou muito quando deixou Taehyung apoiado no chão e correu para pegar o revólver de Mark, agora apoiado em sua cintura, visto que o mesmo havia deixado lá para tentar socorrer Kim Taehyung.

A garota nunca havia atirado em sua vida, apenas seguiu os instintos presentes nela, correndo até Jung Hoseok que estava respirando ainda, o mais velho encontrava-se por um fio. A kim não queria ter isso em suas costas, mas precisava, por ela mesma, por Jungwoo, por seus pais, foi assim que apontou a arma ao garoto e não parou até vê-lo não respirando mais.

Foram o total de mais cinco tiros até Mark largar Taehyung para impedi-la.

💟

Jungkook, Rosé, Jin, Namjoon, Yoongi e Jennie encontravam-se na sala de espera do hospital, um local extremamente branco e silencioso, um lugar que atormentava todos com o silêncio e com a falta de respostas. Já faziam exatas quatro horas desde que Kim Taehyung e Kim Jisoo tinham dado entrada ali por intermédio de Mark, que também esperava com eles por ali.

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