— Bom dia mundo!!! Sai pra lá preguiça. Hoje é segunda, vamos que vamos pra mais um dia com aqueles anjos, nem todos, eu sei, mas não custa se iludir.
Ser professora sempre foi meu desejo, então cada dia enfrento os desafios da profissão sem desistir. Tenho trinta anos, e desde os vinte estou nessa batalha. Gosto de sentir que faço a diferença, mesmo na vida daqueles meninos mimados e irritantes, que testam minha fé na humanidade.
Depois de arrumada, tomo café, pego meus trecos, professor tem sempre coisas pra carregar, fecho tudo, pego meu carro e vou pra escola. Moro em um apartamento, a trinta minutos do trabalho.
Chego com pensamentos positivos, vai dá tudo certo, não se preocupe, será mais um dia normal. Mas lá pela metade da manhã, percebo que minha positividade não serviu pra nada.
Tudo começou com a discussão de um texto, na minha turma do terceiro ano, sobre um pai que leva o filho ao estádio de futebol, alguns alunos fizeram relatos de suas próprias experiências, quando de repente, muito zangado Noah, levanta e diz: — Só bobagem esse texto! Então outro aluno diz sorrindo: — Só porque você não tem pai pra ti levar pra ver futebol. Juro que não tive tempo pra segurar o Noah que partiu pra cima do colega chutando-lhe a canela. Pronto! Confusão armada. Os dois se atracaram, rolando no chão, corri para separá-los. Depois de acalmar os ânimos, encaminhei os dois a diretoria.
Meu coração está apertado, nos últimos meses Noah tem apresentado um comportamento agressivo, ele sempre foi um bom aluno, é o seu segundo ano comigo, já conversei com a mãe, ela explicou que o divórcio era o motivo. Pedi que procurasse um psicólogo infantil, mas pelo que parece não tinha seguido meu conselho. Não tem jeito, hora de chamá-la outra vez.
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Ensine-me a amar
RomanceSe tem uma coisa que ele quer, é distância de um relacionamento. Depois de uma traição, um divórcio terrível e uma disputa pela guarda do filho, o que Alex mais quer é sossego. Fechado pra balanço é a placa fixada no seu coração. Se tem uma coisa...