Ensine-me a amar

5 Alice

— Amiga eu preciso provar aquele homem!

Digo para Amália, que me encara muito séria. Esse é um momento raro, ela prefere mil vezes gargalhadas espalhafatosas.

— Fala alguma coisa mulher, estou ficando com medo de ti.
Ela dá um pequeno sorriso e diz:

— Nunca vi você ficar interessada,  tão rápido assim. Isso é sério ou só mais uma de suas brincadeiras?

Ela tem razão, sempre achei que esse tipo de encantamento, só acontece em livros, pé no chão é meu sobrenome, nunca sonhei com príncipe encantado,  sempre esperei conhecer alguém, namorar e se desse certo ir para o próximo nível. Nem estou me reconhecendo, aquele encontro foi algo fora do normal, é como se meu corpo reconhecesse o dele, devo está ficando louca de vez.

— Não é brincadeira Amália, a coisa ficou feia pro meu lado.

A amiga da onça solta uma das suas gargalhadas que o shopping todo deve ter ouvido, essa mulher me mata de vergonha.
— Deve ter muito feromônio envolvido.

Eureca! Mistério solucionado, não estou maluca, feromônios são um conjunto de substâncias que dão a 'química' da atração sexual, certamente foi muita sintonia de atratividade entre nós.

— É isso amiga, você resolveu o problema. Agora só preciso explicar para os meus feromônios que eles precisam aquietar o facho,  porque ainda tenho que correr atrás daquele deus grego.

Ouço outra gargalhada, Amália me encara e diz:
— Você é mais louca do que eu.
— Nada disso! Respondo com falsa indignação.  — Estou apenas momentaneamente fora do prumo.
— E o que você pretende fazer?

Boa pergunta, e não faço ideia da resposta. Sempre batalho pelas coisas que quero, mas com seres humanos tudo fica mais complexo, precisamos que o outro corresponda aos nossos sentimentos e isso nem sempre acontece. Eu sei que ele também sentiu atração, a coisa vibrou entre nós, mas isso não significa que ele esteja disposto a manter qualquer tipo de envolvimento comigo.

— Não sei ainda, bem que você poderia me ajudar!

— Meu bem, se eu soubesse o que fazer, aquele homem iria pra minha cama, não pra sua.

Agora foi minha vez de rir, ter uma amiga normal é pedir muito? É cada coisa que a gente tem que ouvir.

— Nem se atreva, que eu vi primeiro!
Faço minha melhor cara de indignada. Ela simplesmente diz:

— Tecnicamente quem viu primeiro fui eu, pena que ele nunca me deu bola.

— Feromônios querida, os dele não bateram com os seus!

Ela dá risada, revira os olhos pra mim e depois fica séria novamente e fala:

— Se você quer realmente levar essa história a diante, é lógico que vou te ajudar, qualquer hora, qualquer lugar.

E essa frase me faz lembrar de como essa pessoa é especial, com ela não tem tempo ruim, ela é uma benção de Deus em minha vida.

— Ai amiga, quase choro agora, te amo viu?

— Hummm, deixa de frescura que essa melosidade não combina com a gente.

Rimos juntas, é sempre assim, nunca ficamos sérias por muito tempo, ela sempre diz que a vida é dura pra quem é mole, vou só aprendendo com ela a ser mais leve cada dia, deixando minhas cargas pra trás, porque ansiedade não paga as contas e nos deixa doentes.

— Ok amorzinho, o que eu preciso agora é de um encontro com o Alexandro que pareça um desses acasos da vida.
— Posso investigar a próxima audiência dele.
— Esse é o espírito amorzinho!
— Para de me chamar assim ou não te ajudo mais.
— Pare com suas ameaças e levante a bunda dessa cadeira que nosso horário de almoço está terminando. E faça sua investigação hoje ainda, que já quero rever aquele pedaço de bom caminho.

Saímos do shopping, cada uma para seu respectivo trabalho. Vou relembrando o esbarrão com o Alexandro, o olhar profundo que me deixou hipnotizada, definitivamente não vou deixar essa história de mão, preciso tirar a prova dos nove. Mais um encontro físico, pra ter certeza que a química é real. 

● Alice não dá moleza kkk
● Alex se prepare!!!
● Bora curtir meu povo.