Vizinhos.

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08/06/1990.

21:33

A rua encontra-se quase deserta, todos estavam agasalhados em suas casas, exceto um rapaz alto e jovem que estava sentando na calçada olhando fixamente para um gato marrom, também tem uma moça de 19 anos e loira chamada Sophia na frente da sua casa olhando para a rua sem vida,um homem chama sua atenção, seus olhos estavam fechados e mesmo assim ele está na rua como se tivesse enxergando,o rapaz alto e jovem começa a andar em direção ao gatinho e ela  observa o homem até ele chegar ao seu destino e se agachar acariciando o gato, Sophia então entra para sua casa, nesse momento não tinha nada que a fizesse ficar observando aquela rua tão escura.

— Olá Gatinho — Diz o jovem.

O gato responde apenas com um miado, o homem pega o gato em seu colo e vai andando pela rua até chegar em uma casa velha e abandonada, é uma casa do inicio do ano 1900, ali morava uma família de classe média dona de uma empresa de carruagem, onde todos foram mortos pelo filho mais jovem da família.

Chegando lá o rapaz entra com o gato, e tenta ao máximo não pisar nos restos de corpos que já tem por lá e então ele vai até uma mesa antiga e põe o gato encima da mesa, o gato se sente com medo mas ele acaricia de novo e dá um pouco de comida que deixou guardado em um dos cantos da casa, enquanto o gato come ele observa atentamente, quando o felino termina sua refeição o jovem pega um pedaço de madeira,mira na cabeça e atinge o gato com toda força, o gato desmaia perdendo todos os sentidos e então ele vai atrás da faca que guardou lá perto da mesa e começa a cortar o animal em pedaços, com o sangue que escorreria de uma das pernas que foi cortada do gato ele escreve na parede as seguintes palavras 'ANIMALIS SACRIFICIUM'.

Ele desencosta da parede, banha seu dedo com sangue e começa a desenhar um pentagrama com o dedo indicador, ele volta ao corpo do animal e começa arrancar os órgãos, põe tudo em um saco preto, limpa sua faca com um pano e volta para a rua.

09/06.

14:00 PM.

Sobre o sol quente em uma tarde de 1990 nos Estados Unidos a vizinhança do bairro de Denver  da rua 887 começava a se preocupar com os animais que estavam sumindo da área, talvez tenha sido apenas uma revolta dos bichos, mas no fundo sabiam que a possibilidade desse ato é baixíssima, o último animal que havia sumido foi o bulldog inglês da senhora Jones, a coitada estava desolada no ápice da idade, com cabelos brancos, 81 anos, de baixa estatura, e os problemas com a coluna já tinha alcançado ela,morava apenas com seu neto delinquente, sua única companhia era seu pequeno cachorro que ela costumava a passear todas as manhãs por falta das 6:40, também tinha o Victor, ela ama o Victor mas esse garoto a tira do sério, além de tomar péssimas notas na escola ele também tem o péssimo costume de trazer entulhos para casa, Victor é um garoto pequeno,branco de cabelos negros e magro como uma cenoura que vivia com a avó e achava o cachorro o máximo, aposto que deve senti tanta falta quanto a própria dona.

Casa do Elliot.

Flora e Jones Wayne estavam na sala  sentados em seu sofá de couro conversando sobre a situação atual do bairro enquanto a televisão estar ligada em um pequeno programa sobre culinária.

Jones é um homem de 1.75 de altura,com cabelos castanhos alcançando a calvície,gordo e de bigodes curvados,Jones trabalha como vendedor e hoje está de folga,Flora é uma mulher de 1.60 que embora seja magra, come feito uma leão, seu cabelo é loiro e seu passa tempo preferido é ler, atualmente ela pensa em ser escritora, adora romances e quer escrever um sobre 2 jovens do subúrbio que se conheceram através de um bar.

—Você soube o que aconteceu querido — Disse Flora.

—Não, que foi agora — retrucou ele de forma brusca.

— Nossa, porque você é tão grosso? — diz ela em tom rude— você sabia que os animais estão sumindo pela vizinhança, somem como passo de mágica, é bizarro.

— Não mas também não me importo tanto, que diferença faz esses bichos?

— Cala a boca, é por isso que eu raramente falo com você, e outra, aqui em casa existe animal também ou você ta esquecendo do Pompom?

— Esquecer? pergunta ele de forma retórica— como vou esquecer um gato que caga mais do que consume.

— como se você não fizesse o mesmo— Responde ela com os braços cruzados e com expressão facial furiosa.

Pompom é o gato da família Wayne, esse gato consome umas 250g de ração por dia e deve pesar 5 kgs, o irônico é que o gato tem a mesma disposição dos gatos menores e magros, Sra Wayne o encontrou perto de um bueiro na curva da rua 522 em direção a outra cidade, quando ele chegou na casa dos Wayne seu pelo era ralo como rios em tempo de seca e seu peso era leve como uma simples maçã.

Um som estronda sobre a porta da sala assustando o casal que está sentado, logo a porta tem a maçaneta virada por quem está no lado de fora, o casal que estava em discussão olha com expressões assustadas em direção a porta.

— Oi  velhos — Disse Elliot.

— E o respeito em moleque?

— Deixei na esquina— Retrucou Elliot rindo.

A atmosfera de espanto que rondava na sala sumiu quando os pais olharam para ele, Elliot costumava bater na porta e sempre esquecia a chave, Elliot é um garoto magro de 16 anos,alto,branco e de cabelos castanhos como seu pai.

— Ta vendo Flora,essa é a educação que você deu para seu filho — Disse Jones.

—  Eu fiz o filho com o dedo? Pergunta ela em tom ríspido.


Ele olha para ela mas nada faz, Elliot vai em direção a cozinha para comer algo, até porque andar de bike é cansativo e ele precisa repor as energias, então ele entra na cozinha modesta da sua casa, abre a geladeira e pega um pouco de suco de laranja põe no copo e deixa sobre a mesa, pega o biscoito de chocolate no armário se senta e come um pouco.

Sim, a família Wayne vive com tanta harmonia quanto as outras família da vizinhança, mas na hora de ser unidos na dificuldade eles sabiam bem como fazer isso.

O cansaço alcança Elliot de forma bruta, decidido a cochilar um pouco ele vai para o seu quarto, pensando em dormi apenas por duas horas.

15:52.

Elliot acorda assustado, teve um pesadelo terrível mas não consegue lembrar de nada, a única coisa que lembra foi de ter visto uma garota loira, ele levanta e anda em direção a sala, todos estavam reunidos ali como de costume, ele odiava ter que aturar seu pai, o '' velho'' simplesmente reclamava em relação a tudo que Elliot fazia, até mesmo nas melhores ações, isso o consumia com uma raiva tão grande.

Sua rotina basicamente ir a escola, andar de bicicleta e ir a igreja aos domingos, a família Jones iam a igreja sempre que tinha cultos, e com todo o sumiço dos animais tanto eles quanto a vizinhança oravam em dobro para que algo pudesse ser feito, Elliot amava seu gato mas achava isso uma perda de tempo.

O sangue que transborda(CONTO)Where stories live. Discover now