"Estamos indo de volta pra casa" (Por enquanto – Cássia Eler)
Por: Manuella.
-Tripulação, portas em automático.
Ao ouvir aquilo senti meu coração apertar e comecei a recordar o dia em que cheguei em Florianópolis. Eu tinha 10 anos, meus pais se separaram ainda no meio do ano, quando eu tinha 9, uma separação bem amigável, porém dolorosa de qualquer forma. Na época eu não entendi porquê eles quiseram se separar, eu nunca tinha presenciado nenhuma discussão dos dois, meu pai também não apareceu com outra mulher logo em seguida, mas aos poucos eu percebi que existem muitos motivos além de traição para um casal se separar.
Minha mãe decidiu que voltaria pra cidade natal dela, já que morávamos em Manaus por causa do meu pai, meu irmão decidiu ficar, disse que jamais mudaria de escola no ensino médio, mas eu... bom eu não tive muita escolha.
Nas primeiras semanas que eu cheguei em floripa, eu fiquei completamente encantada, foi logo depois do ano novo, minha prima, e também minha melhor amiga, maju, veio com a gente pra me distrair um pouco. Eu sempre sonhei em morar em cidade praiana, então os primeiros dias foram só diversão, visto que meus avós moram a um quarteirão da praia. Mas logo depois que a Maju foi embora que eu senti o real impacto daquilo. Eu não tinha amigos, e não tinha intimidade com meus primos de floripa. Ainda não tinha passado pela minha cabeça nada sobre a mudança de escola, o fato de que eu não conhecia ninguém e teria que ficar sozinha durante sabe Deus quanto tempo.
Então o começo apesar de excitante nas primeiras semanas, foi sem dúvida a parte mais difícil, eu comecei o 5º ano do ensino fundamental naquele ano, normalmente essa série não tem muitos novatos pois é o encerramento de um ciclo. Eu até que me enturmei bem, mas não fiz nenhuma grande amizade nesse ano, eu lanchava sozinha, levava meu nitendo ds e ficava jogando, não me importava muito com a solidão. Minha prima Maju, apesar da distância, era a pessoa mais próxima a mim, toda noite a gente conversava por telefone, naquela idade minha mãe não permitia que eu tivesse redes sociais, nos anos seguintes ficamos ainda mais próximas e por dentro da vida uma da outra com o Whatsapp.
No ano seguinte (6º ano) eu percebi que a minha sala estava diferente, entrou 7 alunos novos, e uma delas se tornou minha fiel escudeira, Alice.
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Efeito Violeta
RomanceManuella acaba de retornar a sua cidade natal, sonha em cursar moda em Milão, está decidida a ser uma excelente aluna durante o ensino médio para conquistar a tão sonhada vaga na universidade. O que ela não espera é que no meio desse processo ela co...