Submisso(em revisão)

Toxic

(Isadora)

"Deita na cama...vou cuidar dos seus machucados..."pedi.
Bernardo obedeceu e a dor era visível no seu rosto...
Fui buscar arnica,uma bacia com água e gase.
Um copo de água e um remédio pra dor.
Coloquei tudo numa bandeja.
Voltei pro quarto e dei o remédio primeiro...
Pedi pra deitar de bruços...
Limpei os machucados e passei arnica...
Seu corpo encolhia a cada toque por causa da dor...
Pelo menos eu queria acreditar que era por causa da dor...
"Tenho que voltar ao trabalho...mas...se quiser,eu fico..."falei.
"Pode ir...preciso ficar um pouco sozinho..."ele disse.
"Me perdoe,Bernardo...eu me descontrolei...eu nunca..."comecei a falar e minha voz falhou.
"Você nunca castigou alguém desta maneira?"ele questionou.
"Na verdade já...já fiz muitas coisas no mundo bdsm,coisas obscuras que não me arrependo...mas,eu nunca amei nenhum dos meus submissos como eu te amo...nenhum nunca me encantou do jeito que você fez...e eu sei que agi mal hoje...e te peço perdão..."falei.
Me ajoelhei do lado da cama e toquei a lágrima quente que corria do seu rosto.
"Eu te perdoo Isadora...eu agi mal em deixar que Poliana me abraçasse mas,foi um abraço de agradecimento,sem maldade...eu jamais agiria de má fé contigo...dentro da sua casa,aonde você me acolheu com minhas tralhas velhas..."
Ele disse mas,em nenhum momento,disse que me amava...
Ele estava machucado não só no corpo mas,também estava magoado...
Na verdade eu não estava conseguindo controlar meus sentimentos...
Eu morria de ciúmes de Bernardo...
Era estranho amar alguém tanto,como eu o amava.
A gente tava indo tão bem mas,era só aparecer alguma mulher e eu pirava.
"Vou deixar você descansar..."falei simplesmente e saí.
Fui pro trabalho mas,minha cabeça estava a mil...
Trabalhei no automático o dia todo...
O ponteiro se arrastava...
"Tá com a cabeça longe Isadora,algum problema?"minha colega de trabalho, Léa perguntou preocupada.
"Não estou sabendo lidar com meus ciúmes...é complicado ter sentimentos por um submisso..."desabafei.
"Sentimentos por si só é complicado...é mais fácil ter a alma e o coração desprendido...livre de sentimentos..." ela falou.
"Pois é,era ótimo...mas,ter alguém que te ama é maravilhoso...mas,eu morro de ciúmes dele!"eu disse.
"Não tem como não ter,o garoto é lindo,todo perfeito..."Léa falou e eu cutuquei ela.
"Eu sei e isso é um problema!mas,dessa vez eu agi errado e irei me redimir de alguma forma..."falei.
"Deixa um pouco a domme de lado...você disse que foi legal uma vez que tiveram uma noite normal..."ela aconselhou.
"Você está certa,sempre tive equilíbrio...vou controlar esse meu ciúmes tóxico..."falei.
"É isso...e...está na hora de ir embora...vá cuidar do seu gatinho!"ela brincou.
"Vou sim!Até amanhã!"falei indo pegar a bolsa.
Subi na moto e fui direto pra casa...
Quando cheguei chamei Bernardo...
Ele gritou que estava no quarto.
Quando entrei meu coração parecia que ia saltar do peito.
Bernardo estava sentado e sua mochila estava pronta.
Ele levantou assim que eu entrei e foi direto,como se não quisesse perder a coragem:
"Preciso de um tempo,Isadora..."foram suas palavras que me atingiram feito um punhal no peito.
"Eu sempre sonhei tanto em viver isso real,que eu nunca pensei como seria na realidade...tem coisas que eu amo...tantas coisas que aprendi com você...sou outra pessoa...mas,eu não consigo me ver como o submisso perfeito que uma Domme como você merece..."ele disse e seu semblante era triste.
"Você é perfeito pra mim e eu te amo!Porquê a gente não senta e conversa?Vai ficar tudo bem!"eu pedi nervosa.
"Eu preciso ir...o frete já levou tudo que eu trouxe...só sobrou essa mochila que vou levar na moto...estou voltando pra casa dos meus pais...não pense mal de mim...não tenho nada com Poliana e não estou indo embora por causa dela...eu só...preciso por meus pensamentos nos eixos..."ele disse.
"E você precisa fazer isso longe de mim?"indaguei com a voz embargada.
"Infelizmente sim... Melhor eu ir indo..."ele disse me entregando as chaves.
Olhei pra minha mão com a chave e uma lágrima rolou molhando-a.
Não me mexi da onde eu estava...
Apenas fiquei ouvindo seus passos pela casa,a batida da porta,sua moto dando a partida...
Minha felicidade estava saindo da minha vida e eu não fiz nada...
Olhei mais uma vez pra chave e pra cama vazia...
E só então gritei.
"Bernardo!!!"
E caí de joelhos no chão...