Após uma grande explosão
Abre os olhos o cometa
Não sabia o que houve
E nem de onde veio.
Podia ver.
Tudo era belo:
Cores fascinantes,
Brilhos intensos,
Um calor aconchegante.
Talvez o começo de tudo
Ou o começo de uma parte.
De alguma forma,
Um impulso inercial desconhecido
O leva a horizontes distantes.
O pequeno cometa vagueava
Pela imensidão do Cosmos
Sorria e cantava
Por todas as constelações desbravava.
Conhecia sóis, planetas e nebulosas
Um navegante de jornada silenciosa
Escapou de algumas explosões
Furtivamente, desviou de colisões.
Fez amigos e conheceu civilizações,
Mas a melhor parte era ouvir o sonho de cada um
E lhes levar esperança.
Percebia o brilho no olhar de cada criança.
As estrelas o viam, eram tristes pelo explorador.
"Ele não tem um lar", diziam elas.
Brilhantes e formidáveis.
Cada estrela mais luminosa que a outra
Até parecia um concurso de beleza estelar.
Ainda assim, sempre sorrindo,
O cometa continuava vaguear.
Certo dia, talvez pela milionésima vez,
O cometa encontra uma velha amiga na galáxia Sombrero.
Era uma lua chamada Tione, pelos moradores dali,
Pergunta ele: "Amiga minha, devo ser triste por não ter lar pra dormir?"
Tione, um tanto confusa, pergunta:
"Mas como assim? Não está sempre viajando feliz e cantando?
Não precisas de um lar, tua casa é todo o universo."
O cometa continua sua jornada,
E logo ali, alguns anos luz depois,
Encontra um Sistema Solar.
Caçoavam do pobre cometa, pois não tinha uma família para abraçar.
Segue o cometa tristonho.
Não podia compreender, embora sempre feliz
De tanto falarem, duvidou;
Não de uma história ou de um boato,
Mas da sua felicidade.
E de repente se viu triste, cansado,
A jornada já não trazia mais tanta alegria
Havia perdido todo o encanto.
O cometa sentiu um verdadeiro vácuo de pronto.
E pela milionésima primeira vez
Reencontra sua amiga Tione.
"Amiga minha, devo ficar triste por não ter família?".
Tione, ainda confusa, não sabe o que dizer e aconselha:
"Meu amigo, pergunte ao Ancião Buraco Negro
De lá tudo enxerga, mesmo escuro, ali se encontra as respostas para o mundo.
Navegue devagar, pois ele não tem pressa de você chegar."
Segue o Cometa sua jornada ao centro de tudo.
Chegando ao velho sábio, um lugar aparentemente familiar
Parecia conhecer aquele pulsar
Teria ele habitado ali? Ou o lugar lhe habitado?
Encontra o Ancião e questiona:
"Por que me fere tanto a solidão?"
Prontamente, este responde:
"Porque não percebes o quão grande tu és.
Viajas pela vastidão
Contempla léguas dessa imensidão
Desfruta dos sorrisos e conhece todos os sonhos."
O velho lhe esclarecia, mas pouco de lhe convencia
Relutante em suas mágoas, o cometa segue sua caminhada.
Já não sabia o que fazer
Confuso nos questionamentos do seu próprio ser
Por que deveria ele existir?
Sem ter um lar ou uma família para a fazê-lo rir
Ainda pensativo, ao passar por um planeta próximo, escuta bem baixinho de uma criaça
"Eu desejo poder viajar pelos céus e poder ver todo mundo pequenininho lá de cima"
Como num estalo, o cometa então percebe
A busca para encontrar
As trajetórias que viajou e iria viajar
As cores a perceber
Tinha a existência repleta de momentos
Não havia respostas para todas as perguntas
Mas para todas as perguntas haviam belíssimas histórias
Felizes instantes
Não poderia parar
É preciso navegar
Vivia o sonho de muitos, mas agora viveria seu próprio sonho
Reconhecia sua liberdade, e finalmente, toma para si sua felicidade.
Sem perder muito tempo, lança-se ao infinito buncando novas aventuras.
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Passeio Sideral
FantasyEm algumas jornadas, é preciso viajar em longínquas constelações. Algumas respostas não estão tão próximas , para o cometa dessa fábula, as respostas estavam a anos luz. Para nós as respostas geralmente estão muito próximas, mas a viagem pode ser b...