Twilight Hunters

Rastros de Sangue

Era uma noite fria de setembro, a calada da noite estava completamente recoberta pela densa névoa da cidade de Nova Cadassa. Os ventos uivantes, por sua vez, tocavam alto por entre as ruas da mais antiga cidade de toda região enquanto que, no rádio da polícia, os mais famosos defensores da lei de todo o mundo recebiam um chamado

- Homicídio doloso direto na avenida Palmers 13, o suspeito permanece na residência – Dizia a fria e jovial voz por trás do aparelho de som.

- Me dirigindo para o local imediatamente – Respondeu prontamente o delegado Scott, que já estava em patrulha em uma região próxima ao ocorrido. Maicon Scott, um homem com cerca de 50 anos, um porte físico suficientemente sustentável para sua profissão considerando sua idade, já estava se aproximando da data de sua aposentadoria considerando que havia iniciado seus serviços aos 20 anos e, mesmo assim, não chegava sequer a pensar nisso; seu trabalho parecia lhe fazer bem, não apenas levando em consideração o esforço físico que desempenhava quando necessário, mas também tendo em mente uma questão psicológica. De alguma forma parecia que ele conseguia se acalmar e se desestressar enquanto fazia sua ronda quase que diária ou pegava algum vagabundo que estava solto pelas ruas assustando a população, ainda sim, o delegado Scott sentia muito nojo de casos como esse, onde o criminoso em questão não seria nenhum tipo de ladrão ou anarquista, mas sim um maníaco psicopata que sente a incessante vontade de sentir o sangue fluir por seu corpo, e sim, ele sabia que nesse caso específico se tratava de algo assim antes mesmo de fitar o rosto do sujeito, no entanto ele poderia não ter qualquer noção do que o esperaria logo após estacionar seu camburão a poucos metros da casa, preparar sua fiel Magnum 44 e se posicionar para invadir a casa.

Scott, então, chega ao local de destino, e não poderia ser um ponto mais inusitado; um bairro medianamente nobre da cidade, um local bem arejado e asseado diariamente não apenas pelos serviços públicos de limpeza, mas também pela própria população consciente, casas com um ar luxuoso e nobre e uma bela fileira de jardins a frente das construções... além de, claro, sons ecoantes de gritos que se sessavam rapidamente vindos de uma casa específica, aparentemente o louco e perigoso assassino encontrou a pessoa responsável por realizar a chamada de emergência. Sem mais qualquer hesitação o delegado abriu abruptamente a porta e, mesmo com uma residência luxuosa de quase um quilômetro quadrado e com 3 andares, o homem teve a sorte, ou o azar, de se deparar com o assassino diretamente à frente da porta, na sala que estava após o breve corredor que fazia a ligação da porta para o interior da propriamente dita casa. A cena era no mínimo brutal, uma família de 5 membros assassinada em 5 minutos, os dois filhos mais velhos, loiros e brancos, aparentemente gêmeos, a primeira era uma garota com roupas casuais e uma tiara ciano que se destacava em suas vestimentas, linda e estirada no chão, sua barriga estava completamente aberta e seus intestinos estraçalhados espalhados por toda a sala, marcas de arranhões profundíssimos estavam espalhadas por todo o corpo da garota e ambos os seus braços haviam sido decepados, não estavam a vista a não ser que fossem os montes de carne manchando as belas paredes brancas. Já o menino, alto, atlético, também com longos cabelos loiros e pele branca como a neve e também estirado no chão, seu rosto estava basicamente partido em 2, como se alguém tivesse enfiado suas mãos por dentro da boca dele e a aberto com tanta força que o próprio crânio se abriu. Seus braços estavam mais torcidos que toalhas velhas em dia de limpeza e só o que tinha sobrado de suas pernas era um irreconhecível monte de carne já começando a se putrefazer próximo a seu corpo que ainda se encontrava vazando sangue. Já o filho mais novo, parecia ter uns 8 a 10 anos, também com seus cabelos loiros, pele clara e olhos esverdeados, estava literalmente empalado dos pés à cabeça em um velho Mancebo que ainda restara na sala, a poça de sangue ao redor dele era enorme e as diversas lascas de madeira perfurando todo o seu corpo devido à quebra das hastes de madeira enquanto ele era enfiado como uma blusa no objeto era simplesmente aterrorizante. Scott segurava seu impulso natural de vomitar que sentia ao ver tão brutal assassinato enquanto que encarava o criminoso, ele estava a poucos metros de distância do detetive, erguendo em seu braço direito uma mulher com as mesmas características gerais que as três crianças pelo pescoço, com seus dedos pressionando tão fortemente a região que jatos de sangue chegavam a jorrar por entre as fendas na carne e os dedos do psicopata.