— Não é por nada, mas eu acho que nós devíamos recorrer às nossas raízes e comer McDonald's.
Vitor riu, andando ao lado da garota de cabelos claros.
— Eu acho essa ideia perfeita, a gente pode até ficar na parte de fora do shopping que nem sempre.
— Na parte fria, né? Isso que você quer dizer.
O moreno revirou os olhos com um grande sorriso no rosto.
Elisa tinha de admitir que passar tempo com Vitor não estava sendo tão difícil quanto imaginava. Sim, não compartilhavam mais todo aquele contato físico e nem mesmo pensaram em falar nos acontecimentos anteriores, mas, no geral, tudo estava bem.
Minutos depois, encontravam-se sentados um em frente ao outro numa mesa qualquer na parte externa do shopping.
Apesar da conversa fluir com naturalidade, Elisa conseguia sentir a tensão que pairava no ar, flutuando entre os dois e gritando em seus ouvidos.
Não estava tudo tão bem assim.
Vitor foi o primeiro a falar algo sobre:
— Então... — ele começou, sem conseguir encará-la. — A Sasa me disse que vocês conversaram sobre o que aconteceu.
Lis sentiu o coração pular um batida e franziu o cenho.
— Você falou com a Sasa sobre isso?
O desespero no rosto do garoto foi tão evidente que ficou nervosa também, milhões de pensamentos correndo por seu cérebro ao mesmo tempo.
— Eu... — Vitor passou a mão pelos cabelos e mordeu o lábio, tenso. Seus olhos se iluminaram e toda sua postura se tranquilizou e então ele continua a falar: — Eu fui pedir ajuda pra ela, já que eu não queria perder a sua amizade, e ela me disse que já sabia de tudo. Só isso.
— Entendi.
Mas, naquele momento, um desconforto cresceu dentro de Elisa, mas a garota foi rápida em apagar o pensamento que lhe ocorreu.
Mesmo assim, já não adiantava mais negar.
Apesar de evitar pensar sobre tudo o máximo possível, soube a verdade desde aquele dia.
— — —
Jogou sua bolsa no sofá, ignorando qualquer pensamento deprimente e abaixando-se para acariciar os gatos que imediatamente vieram esfregar-se em suas pernas, miando.
Após levantar, tirou o celular do bolso e clicou na primeira playlist que viu, sabendo que ouvir música consertaria todas as suas preocupações.
Ao som de uma música qualquer da Anavitória, começou a andar pelo apartamento, cantarolando.
Vitor e Flávia não estavam juntos, os gritos de sua intuição não significavam nada — Flávia nunca faria algo assim, e Vitor também não, nunca.
Nunca.
Deixou sua mente passear até chegar em Rafael, e o sorriso que tomou seu rosto foi instantâneo — o veria em alguns dias.
O garoto tinha a curiosa habilidade de tranquilizá-la em segundos, e Elisa não fazia a mínima ideia de como ele poderia sequer pensar que, em algum universo, ela não gostaria dele quando se encontrassem pessoalmente. Sim, estavam se falando há apenas dois meses, mas sentia que o conhecia há anos — Rafael era divertido e bondoso e simpático e humilde e não tinha o que não gostar nele.
Por sinal, depois de todo esse tempo, tinha certeza de que o Rafael com quem conversava não tinha absolutamente nada a ver com Rafael Lange, claro que não. Seu Rafael era muito gentil, era bom demais. Além disso, Rafael Lange nunca teria um cachorrinho. Dentro de sua cabeça, imaginava Rafael Lange como alguém que chutava cachorrinhos na rua.
Sorriu para si mesma — nada poderia acabar com o carinho que ela sentia pelo amigo de Tom, e nada poderia estragar a felicidade que sabia que ia sentir quando finalmente o visse.
***
ok esse capítulo é mais preparatório
o próximo tb vai ser
MAS DEPOIS SÓ JESUS NA CAUSA
bjao amo vcs
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serenata existencialista • [r.l.]
Фанфикna qual rafael se apaixona pela melhor amiga de sua ex-namorada o u na qual elisa se apaixona pela pessoa errada (de novo) +não terminada