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Uma semana depois...

Selena pov

Já faz uma semana que minha mãe foi embora levando a minha irmãzinha. Ricardo não apareceu em casa nesses dias, o que me fez agradecer já que não sei oque ele pode fazer ao descobrir.
Também tem uma semana que eu não falo com Demi. Nesse momento estou quase dormindo em uma aula de história, a próxima aula seria de matemática, mas a professora faltou e provavelmente iremos ter educação física no lugar, última aula do dia ia ser correr, que maravilha.
Estou morta, nunca corri tanto na minha vida, aulas de educação física deveriam ser proibidas. O que as pessoas tem contra nós sedentários? Eu só queria chegar em casa e dormi.
Chego em casa, jogo a mochila perto da porta, deixo os meus sapatos jogados em qualquer canto e me jogo no sofá, o cansaço do dia me atingi e eu acabei dormindo lá mesmo.

Acordo com um barulho alto, olho em direção a porta e vejo meu pai com uma cara de bravo.

- Sabe o que aconteceu? - eu olho confusa na direção dele. - Eles disseram que eu era um irresponsável, que eu não servia para trabalhar e sabe de quem é a culpa?

- Sua. - digo baixo, mas ele escuta.

- A culpa é sua e da sua mãe, vocês são duas vadias.

- Não fala assim da mamãe. - sussurro brava.

- Cadê aquela puta da sua mãe que não veio me confrontar ainda? - ele chega mais perto e eu sinto o cheiro da bebida. Ele se vira e sobe as escada chamando por ela. - Amanda!! Cadê você amor?

- Droga! - subo indo em direção ao meu quarto.

- Calma ai filhinha! - ele aparece segurando meu braço. - Porque as roupas dela não estão aqui? Ela foi embora e te deixou? - ele começou a rir.

- Eu que quis ficar. - digo tentando me soltar.

- Eu sempre soube que você me amava.

- Eu amava. Quando você era um bom pai.

- Quer dizer que eu sou um pai ruim? - ele puxa meu braço novamente, me fazendo ficar cara a car com ele.

- Me solta. - peço e ele começa a apertar.- Tá me machucando.

- Você é igualzinha a sua mãe. - ele me dá um tapa no rosto. - Eu deveria te expulsar dessa casa. - ele me joga contra o chão e eu solto um gemido de dor. - Sabe porque eu não gosto dela? - nego com a cabeça e ele ri. - Ela me traio, eu descobri e acabei tratando mal um dos clientes, meu chefe que se dizia meu amigo não me deu uma segunda chance, ele me demitiu.

- Eu... Não sabia disso.

- Claro que não. Ela nunca ia te contar isso. Eu comecei a beber por culpa dela. Ela acabou com a nossa família.

Eu não sabia dessa história da minha mãe trair o meu pai, sempre achei que ela fosse uma mulher "certa".

- Traição não é um motivo para bater na esposa e na filha.

- Ela me traio, me fez perde o emprego que sustentava nossa família e você acha que é pouco?

- Sim. Para mim você é um covarde que não tinha o direito de levantar a mão para minha mãe. - falo sem pensar.

- Vou te mostrar quem é o covarde sua vadia. - ele puxa meu braço me fazendo levantar e me enpurra até o meu quarto onde ele me joga no chão novamente, e tira o cinto de sua calça.

Ele me bateu tanto, que os 30 minutos pareceram horas, por fim eu estava caida no chão, tinha um pouco de sangue no meu rosto, meu corpo inteiro doía de um jeito que eu nunca tinha sentido antes. Depois de me bater ele me trancou no quarto.

Demi pov

Depois do dia do shopping a Selena parou de falar comigo, ela começou a me evitar, e evitar até mesmo a Ariana e a Taylor.
Era segunda e eu tinha quase todas as aulas com a Selena hoje. Sabe qual foi a melhor parte do meu dia?

Ver a Selena com aquele uniforme de educação física colado.

Nesses dias eu conheci um garoto que também é novato o Wilmer, ele é bonito, inteligente, legal. Segundo a Nat ele está "caidinho" por mim, não que eu acredite.

Ele me chamou para tomarmos sorvete depois da aula.

- Oi. - Wilmer fala.

- Oi, nós vamos agora?

- Se não tiver problema. - ele estende a mão que eu prontamente aceito.

- Agora seria ótimo.

Depois de alguns minutos chegamos, ele estaciona o carro em uma vaga em frente a sorveteria, que por acaso é a mesma que a Selly me levou. Ele dá a volta no carro e abre a porta para mim.

- Primeiro as damas. - diz abrindo a porta da sorveteria e eu reviro os olhos.

- Que cavalheiro. - digo rindo.

- Só com uma dama tão bela como você.

- Isso foi um elogio? - pergunto tendo certeza de que meu rosto está vermelho.

- Foi o melhor que eu consegui. - fala coçando a nuca

- Não foi o pior que eu escutei.

Depois do sorvete ele me levou para dar uma volta pela cidade.

Foi uma das melhores tardes que eu tive depois que me mudei.

Selena pov

Já era quase de noite quando eu escuto passos subindo as escadas, eu estava deitada na cama sentindo muita dor, a porta estava trancada o que me impediu de pegar um remédio ou uma pomada. A porta é aberta e meu pai entra com um prato e uma garrafinha de água, ele deixa as coisas sobre a cómoda e sai me trancando novamente.


Me deixa ficar (SEMI)Onde histórias criam vida. Descubra agora