Invocação - Capítulo 1
Laura termina de fazer o corte na palma da mão, derramando seu próprio sangue na tigela feita de um crânio humano à mais de um século, seus pés descalços sobre o gramado começam a suar. Observa o líquido escuro se misturar com as ervas ali dentro. Um arrepio percorre sua coluna ao mesmo tempo em que se pergunta se está fazendo a coisa certa. Passa alguns segundo sabendo que não pode mais voltar atrás e olha em volta.
A grande clareira está as escura e silênciosa, a única iluminação são as cinco velas espalhadas em volta de seu círculo feito com sal grosso.
Dois minutos se passam e nada acontece, começa a acreditar que não fez o ritual direito. O vento gélido faz seu lindo vestido branco voar em volta de seu corpo a deixando arrepiada pelo frio. O sangue na palma de sua mão para de escorrer enquanto se sente uma tola por ter pensado que isso daria certo. E o pior, como ajudaria suas tias a se livrarem de suas execuções? Ficaria sozinha, mas não por muito tempo, pois assim que descobrissem seu parentesco com elas seria joga na queimada viva.
Com um suspiro frustrado e deixando uma lágrima que teimara em cair junta o livro antigo com uma linda capa de couro judiada pelo tempo. Endireita sua postura e da meia volta, se preparando mentalmente para caminhar cinco quilômetros para voltar até sua casa.
Está tão concentrada olhando os próprios pés que antes mesmo de dar mais que três passos bate em algo sólido e macio. Assim que ergue a cabeça passando a mão no nariz dolorido quase solta um grito ao ver diante de si um homem semi nu alto e músculoso, sua pele escura sem pelo algum brilha a luz da lua cheia. Seu cabelo praticamente raspado combinava com seu belo rosto, de traços marcantes , uma boca de lábios carnudos carregando um sorriso branco e arrogante... Mas não fora nada disso que chamará a atenção da jovem. Fora os olhos do homem que a informava que não era humano... olhos de um amarelo intenso e nada gentis.
-----Aonde vai com tanta pressa pequena Laura? ----- pergunta o ser com uma voz aveludada e levemente enrouquecida.
Olhando para o belo homem a sua frente, Laura soube que havia passado dos limites ao invocar um Demônio, mas era sua última chance de provar ser digna e salvar sua família.
----- O que foi? Perdeu a língua? ----- provoca ele.
-----Que-quem... é você?
Seu riso maléfico enchi a clareira ao para de súbito, sem nunca tirar aquelas olhos de cima dela.
----- Você me chama e não sabe o meu nome... não é educado de sua parte.
Vendo que a garota não dizia nada, apenas o encarava como se esperasse a resposta, ele segui dizendo ao caminhar despreocupadamente a sua volta.
-----Mas respondendo a sua pergunta, pequena mortal. Eu tenho muitos nomes. Alguns me chamam de Asmodeus, outros de Talmud e os seu povo lá em baixo costuma me chamar de Leviatã.
Asmodeus observa com um certo fascínio a pequena mortal, que não deveria ter mais de um metro e meio, cabelos crespos e escuro, a pele tão clara quando a lua, trajando apenas aquele vestido branco que a deixava parecendo etérea, seus olhos de um verde esmeraldino carregava uma inocência um tanto quanto desafiadora. E por Lucifer!!!... o que era aquele cheiro delicioso que emanava de seu corpo num chamado gritante. Simplesmente perfeita.
Era como se o pai celestial lhe tivesse mandado um de seus anjos para lhe corromper de um jeito mais divino como o anjo a sua frente.
------Então... vai ficar aí calada me fazendo perder tempo ou vai me pedir algo? Não costumo sair de meu descanso para atender mortais virgens.
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Invocação - A Bruxa
Romance-----Aonde vai com tanta pressa pequena Laura? ----- pergunta o ser com uma voz aveludada e levemente enrouquecida. Olhando para o belo homem a sua frente, Laura soube que havia passado dos limites ao invocar um Demônio, mas era sua última chance d...