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ANY

Abro meus olhos lentamente ao escutar o alarme do meu celular tocando. Hoje é segunda-feira. Mais um dia inteiro naquele hospital sem fazer absolutamente nada além de observar pacientes desinteressantes, que ótimo!

Levanto da minha cama e me dirijo ao banheiro, tomando um banho rápido e logo em seguida me vestindo. Coloco uma camiseta preta com alguns desenhos de flores no meio, uma calça jeans rasgada e um tênis branco. Tenho que estar lá às 7:20, ainda tenho 15 minutos antes de chegar no hospital. Pego minha mochila e logo saio do meu apartamento.

No caminho, reparo em um pequeno café. Nunca havia percebido ele ali, deve ser novo. Resolvo entrar para conhecê-lo, já que ainda tenho algum tempo antes da aula começar e estou relativamente perto. Assim que entro no local, uma parede cheia de quadros vintage chama a minha atenção. Encostado nela, havia um grande sofá marrom, com algumas mesinhas na frente. Do lado direito haviam algumas cadeiras com mesas, e na esquerda ficava o caixa com alguns lanches expostos, que dava vista para uma cozinha relativamente pequena atrás.

"Olá, gostaria de ajuda?" Um menino moreno com alguns traços asiáticos me pergunta. Ele vestia um avental, imagino que seja funcionário.

"Oi, por favor!" Respondo, rindo. "Vou querer um cappuccino."

"É pra já!" Ele responde sorridente. Acho que vou gostar desse lugar.

Quando ele vai para os fundos buscar meu café, fico olhando para os quadros na parede. Alguns têm o desenho de xícaras de café, e outros de doces. Alguns minutos depois, vejo o garoto se aproximar com o meu copo.

"Obrigada. Essa cafeteria é nova? Não lembro de ter visto ela antes." Pergunto, curiosa. Eu realmente gostei desse lugar, acho que vir aqui antes das aulas pode se tornar um hábito.

"É sim. Minha mãe é a dona. Acabamos de nos mudar pra Los Angeles e ela abriu a cafeteria faz dois dias."

"Ah, que legal! É bastante confortável aqui, vocês com certeza vão ter vários clientes." Sigo a conversa enquanto pago pela minha bebida.

"Eu espero!" Ele brinca e faz uma careta. "A propósito, qual o seu nome?"

"É Any, e o seu é...?"

"Bailey, Bailey May. É um prazer te conhecer."

"O prazer é meu" Dou um sorriso para ele. Sinto que vamos ser amigos. "Enfim, tenho que ir, não quero me atrasar pro trabalho." Rio. "Volto aqui amanhã, pode me esperar. Tchau!"

"Vou esperar então! Boa aula senhorita." Ele ri e acena para mim enquanto me dirijo até a porta. Aceno de volta e enfim saio do estabelecimento, seguindo meu rumo até a universidade.

...


Após uma curta caminhada, avisto o grande Hospital de Los Angeles e entro direto, indo logo em seguida até os armários para vestir minhas devidas roupas. Quando estou pronta, me dirijo para o centro do hospital, em busca da minha residente.

"Yonta! Boa tarde chefinha." Digo para a cacheada e pisco, brincando com a mesma. Conheço Yonta desde bem pequena, ela era uma grande amiga de meus pais e também nossa vizinha quando ainda morávamos em Orange.

"Any Gabrielly, atrasada de novo?" Ela fala rindo. Sei que está brincando pois a mesma sabe o quanto sou obsessiva em chegar antes do horário em todos os lugares. Não estou atrasada, é claro.

"Claro, sempre! Se eu não chegasse atrasada, não seria eu, não é mesmo?" Brinco, sarcástica.

"Ai Any, como você é engraçada!" Minha superior diz e finge uma risada. "Enfim, ao trabalho! Parece que hoje você tem um paciente especial para cuidar." Minha chefe continua e chama minha atenção. Sinto a curiosidade despertar em mim, fazendo com que eu acidentalmente dê um pequeno pulo de alegria.

"QUE? QUEM? YONTA, FALE AGORA!" Eu imploro, chamando alguns olhares do hospital para mim. Sinto minhas pernas um pouco bambas, não gosto de ser o centro da atenção das pessoas, o que é um fruto da minha insegurança.

"Nananinanão, você só vai descobrir quando chegar lá. Sala 620, corre..." Assim que escuto os números da sala, me distancio de Yonta, já correndo desesperadamente para o elevador. Apenas me acalmo quando já estou dentro do mesmo, mas minha respiração ainda está relativamente desregulada. 

"Qual andar?" Levo um pequeno susto, escutando uma voz feminina próxima a mim. Me viro e encontro uma garota negra, relativamente alta. Ela é muito linda. Demoro alguns segundos para entender o que a mesma falou, ainda meio atordoada pela correria. Deveriam colocar mais elevadores nesse hospital! "Está tudo bem?" A menina pergunta e eu acordo do meu pequeno transe. Acorda Any Gabrielly!

"Sim, sim, desculpa! Meu Deus, estou tão atrapalhada que acabei me confundindo toda!" Rio, ainda meio afobada. "Estou indo para o sexto andar."

"Certo." Ela dá um pequeno sorriso para mim, tentando esconder o riso. "É meu primeiro dia aqui, sou uma interna. Meu nome é Diarra" É um nome diferente, mas bem bonito, penso.

"Prazer, Any Gabrielly! Faço estágio aqui, estudo enfermagem." No mesmo segundo, o elevador começa a se abrir, já no sexto andar. "Ai Deus, é o meu andar, tenho que ir! Espero te ver de novo!"

"Até mais!" Escuto a voz dela enquanto sigo meu caminho até o quarto.

JOSH

"EU POSSO SABER NO QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO?" Ainda não consigo raciocinar direito, apenas escuto gritos, me sentindo atordoado. "Droga, Josh! Eu vivo trabalhando, fazendo de tudo pra que você tenha uma vida boa, e é assim que você me agradece? Você sabe como é difícil seguir a carreira da música? Todo o esforço que eu tive, passando dias no estúdio e poder te dar um bom futuro, pra você jogar tudo fora?"

É a voz do meu pai, finalmente consigo identificar. Mas onde eu estou?

"Dá pra calar a boca... pelo amor de Deus." Murmuro. Minha cabeça dói demais, não preso atenção em absolutamente nada do que ele diz.

"Você pode me dizer no que estava pensando?" Ele continua gritando. Eu apenas fecho os olhos e tento ignorá-lo, enquanto algumas memórias da última noite aparecem na minha mente.

"Joshua Beauchamp, me responda! Eu juro por Deus que se..." Meu pai é interrompido por alguém, parece ser uma mulher pela voz. Encantadora, não é fina, mas ao mesmo tempo é incrivelmente doce.

"Com licença senhor, eu preciso examinar o seu filho. Você pode se retirar por favor? Ele está confuso por causa dos remédios e não vai conseguir conversar com você agora." 

Definitivamente é uma mulher. Droga, eu quero vê-la, mas meus olhos estão muito pesados para serem abertos.

Escuto passos pesados, que imagino serem de meu pai saindo do quarto. Obrigado, mulher que eu não conheço!

"Josh Beauchamp? Aqui diz que você sofreu um acidente de carro. Costelas fraturadas e tornozelo direito torcido. Interessante... digo, que terrível!" Como assim interessante? É só o que me faltava, já não bastava fazer um escândalo, meu pai me trouxe para um hospital de psicopatas!

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heyy, essa é a minha primeira fanfic! enfim, espero que gostem, podem deixar sugestões/ críticas construtivas aqui, e comentem e votem bastante também, bjss

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⏰ Last updated: Sep 11, 2019 ⏰

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