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29 de maio, 13:08

Era um horário geralmente calmo no campus. A maioria dos alunos estava em seus devidos dormitórios descansando após o almoço e se preparando para pagar matérias ou até mesmo frequentar as aulas extras que se atreviam a fazer, então o gramado em frente ao prédio da reitoria — um dos lugares preferidos do grupo para se reunir — não estava tão cheio.

O barulho do vento chacoalhando as árvores era sonoro no meio da quietude. O clima ameno e tranquilizante seria acolhedor se a cabeça de Jimin não estivesse em um looping infinito desde os acontecimentos de duas noites atrás.

Não existia espaço para positividade no meio de todas as suposições que o rondavam. Estava inebriado com "porquês" e dar ouvidos a cada um deles era assustador, definitivamente não combinava consigo. Sua personalidade, aparentemente alheia até agora, era o seu mecanismo de defesa. Afinal, perguntas podiam enlouquecer, as biografias de grandes gênios estão aí para comprovar (muitos deles, até grandes ídolos seus).

No entanto sua dispersão não impedia sua mente de dar um nó ouvindo Seokjin e Yoongi quebrarem a cabeça com uma sequência esquisita de letras. Foi interessante no início, ele confessava, mas depois de ver o esverdeado indo e vindo em suas ações diversas vezes, o loiro chegou à conclusão de que definitivamente não era a pessoa das teorias dentro daquele grupo.

Seu consolo mais acalentador era ver Jisoo igualmente confusa ao seu lado. As peças dentro de sua cabeça pareciam se soltar um pouco mais cada vez que eles tentavam formar uma nova frase, mas a comicidade de sua expressão não teve efeito algum sobre o humor de Jimin.

— Yoongi, estamos fazendo isso do jeito certo? — Jin pergunta, a frustração o tomando.

— Claro que sim, mas não é tão simples. — Ele o encara mal-humorado. — A criptografia é uma técnica para comunicação segura, é feita justamente para não ser descoberta por qualquer pessoa. Existem diversas formas de encontrar uma mensagem em um texto cifrado*, eu só estou usando as formas mais conhecidas dentro da computação.

— Isso significa que o padrão usado para a cifragem* dessa frase não é um dos mais conhecidos?

— Pelo visto não. — Yoongi olhou a sequência de letras antes de se voltar para Jin com um suspiro. — Afinal, pra que você quer decifrar isso?

— Já disse, coisas do meu curso.

Jimin semicerrou os olhos se perguntando onde diabos criptografia se encaixava em um curso de cinema e teatro. Seokjin estava mentindo e mesmo que ele fosse muito bom nisso, o loiro o conhecia o suficiente para entender nos pormenores que a história era duvidosa. As olheiras escuras que circundavam seus olhos eram uma evidência visual de noites mal dormidas, o que indiciava que Jimin não era a única pessoa com transtornos do sono por ali. Mesmo Yoongi, que trajava diariamente uma feição de tédio tinha a mesma substituída por uma camada de cansaço.

— Estou estudando uma personagem muito envolvida com informática, a professora me fez entrar de cabeça. Eu preciso ser ele.

— Não entendo como descobrir esse código vai te ajudar, mas ok. — Yoongi desiste de questionar e se volta novamente para a frase.

Jimin se moveu inquieto em seu lugar. Se perguntava como Jin conseguia forças para se preocupar com as matérias e como Yoon avidamente o ajudava.

Fazia pouco mais de um dia que a morte de Jennie tinha vindo à tona e soava muito errado para si continuar com quaisquer atividades que simbolizassem seguir em frente àquela altura, mas estava ciente de que cada um lidava com as coisas à sua maneira. Não era como se eles não estivessem se importando no final das contas.

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