• 𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚝𝚑𝚛𝚎𝚎 •

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O tempo havia passado muito rápido. Doyoung já estava em sua segunda semana de trabalho, e estava impressionado com a quantidade de pessoas que haviam ido ter uma consulta com o mesmo. Aquele era o ambiente ideal dele: ouvindo as pessoas e fazendo seu melhor para ajudá-las.

Perdido em seus pensamentos, o jovem se assusta no momento em que a porta de seu escritório abre, revelando sua secretária, que anunciava que um jovem que havia ligado semana passada para agendar sua consulta havia chegado. Apesar de um pouco confuso pelo tom de preocupação em que a mulher falava, ele pede para que ela deixe o paciente entrar.

A secretária pede licença, deixando o jovem entrar no cômodo. O garoto estava cabisbaixo, com o cabelo todo bagunçado, roupas dessarumadas, segurando uma caixa onde provavelmente guardava um violão. No momento em que a porta se fechou, o paciente colocou seu violão por perto e começou a chorar.

    - "Ei, calma, calma... Venha, pode sentar nessa cadeira e me contar tudo o que está acontecendo, sou todo ouvidos. Primeiramente, qual seu nome?"

    - " Jungwoo... Kim Jungwoo..." - o jovem diz praticamente se arrastando até a cadeira, com as mãos cobrindo o rosto estampado de vergonha e angústia.

   - " Não precisa ficar com vergonha, tá tudo bem, só quero que você se abra para mim. Se não se sentir confortável, eu espero o tempo que precisar."

Depois de mais alguns minutos de silêncio e alguns copos de água, o garoto finalmente se abre.

    - " Doutor, nesses últimos anos eu venho sofrendo muito em um relacionamento abusivo. À algum tempo atrás, eu comecei a dedicar minha vida ao meu talento de cantar e compor. Meu maior sonho é me tornar um cantor famoso. Eu sei que não é fácil, porém eu estou disposto a dar tudo de mim para isso. No meio de tudo isso, eu comecei um relacionamento com uma pessoa a qual eu acreditava que me amava de verdade. Entretanto, acabei descobrindo mais tarde que seu único objetivo é e sempre foi o dinheiro. Ele está apenas esperando eu finalmente conseguir vaga em uma empresa ou algo do tipo para começar a me usar, e enquanto isso não acontece, toda vez que sou rejeitado ele parte para a violência, dizendo que eu não sou suficiente e que ele precisa logo do dinheiro..." - o jovem para de falar repentinamente, se afogando em lágrimas de novo.

    - " Entendo... e a sua família? Ela sabe de tudo isso?" - Doyoung pergunta.

    - " Eu nunca mais consegui falar com a minha família depois que os meus pais me expulsaram de casa por... me assumir gay... " - o paciente diz com certo receio, já que a sua sexualidade nem sempre foi bem aceita.

    - " Tudo bem falar sobre sua sexualidade, eu também me questiono sobre isso às vezes... Mas a questão aqui é você. Você sabe que tem que falar com uma autoridade ou algo do tipo sobre seu relacionamento abusivo, né?" - Doyoung pergunta novamente.

    - " Eu não posso... Meu namorado deixou bem claro para mim que tem tudo planejado caso eu conte para alguém. Você é a única pessoa com a qual eu posso contar pra falar sobre tudo isso, já que o médico que me atende desde que eu era mais jovem trabalha aqui." - o garoto diz, demonstrando total confiança no psicólogo.

    - " Eu conheço esse tipo de pessoa, Jungwoo. São manipuladoras e controlam qualquer um com seus joguinhos mentais. O mais importante para quem está em um relacionamento abusivo é não ter medo, você precisa denunciá-lo, não pode ficar calado. Faça isso o mais rápido possível, por favor. Eu espero que tudo se resolva logo e você consiga se livrar disso, e boa sorte na sua carreira, eu confio em você, pode contar comigo." - Doyoung diz, olhando para Jungwoo com um sorriso simpático.

    - " Eu não sei se consigo... Eu... poderia voltar aqui amanhã? Eu preciso voltar pra casa antes que meu namorado desconfie de mim..." - O jovem diz, já se levantando rapidamente da cadeira.

    - " Bom... Tudo bem, vou deixar agendado. Eu me preocupo demais com o bem estar dos meus pacientes, então tome cuidado. Se algo acontecer, quero que me conte tudo amanhã." - O mais velho diz com certa preocupação.

    - " Sim... Obrigado pelo apoio, é extremamente importante pra mim." - Pela primeira vez em toda a consulta, Jungwoo dá um pequeno sorriso, e apesar de pequeno, foi capaz de aquecer o coração do psicólogo. Ele pega suas coisas e logo sai pela porta, fechando-a suavemente.

"Por que eu sinto uma enorme porém estranha preocupação por ele, especialmente por ele?"

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Obrigada por lerem esse capítulo! Comparado aos outros, esse ficou bem grande e com muita informação, mas espero que tenham gostado mesmo assim! Obrigada por todo o apoio que vocês vem dando por meio dos votos, é muito importante para mim. 💓

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