Só conseguia chorar e chamar seu nome, eu pensava que ela estava morta, pois estava branca que nem um fantasma, mas sempre consultava a sua pulsação. Vejo sua blusa manchada de sangue, levanto até o ferimento, parecia está muito profundo.
Fecho minha mão em formato de concha sobre seu machucado, fico ali como se eu fosse capaz de cura-lá. Até que uma luz surge da minha mão, na hora me assusto com o que aconteceu, reparo que o ferimento se cicatrizou um pouco.
Como isso é possível?! Eu tenho o poder da cura? Não posso pensar em nada agora, só tenho que fazer a mesma coisa que fiz antes. Me concentrei e coloquei minha mão sobre o machucado.
Novamente o brilho aparece, respiro fundo, até que a luz desaparece, vejo que o ferimento está 100% curado, como se não tivesse acontecido nada contra sua pele. Minha preocupação é que ela ainda continuava apagada, acho que deve está apenas desacordada no momento, vejo seu rosto ganhar cor, pego meu celular sobre o bolso.
Penso em ligar para o meu pai, mas seria pior, a única pessoa que pode nos ajudar é o Anthony, ligo sem pensar duas vezes.
- Anthony?
- Pérola? Aconteceu alguma coisa? – pergunta ele do outro lado da linha.
- Sofremos uma tentativa de assalto – digo tentando não chorar – Liza reagiu e levou uma facada.
- Diga onde estão, chego aí na velocidade da luz.
- Estamos em uma curva depois do shopping, vem rápido por favor! – desligo o celular logo em seguida.
Percebo que minhas mãos estão com sangue, limpo sobre meu jeans. Por incrível que pareça, quando mais precisamos, não aparece nenhuma alma viva para nos socorrer. Não demorou muito até o Jeep preto parar ao nosso lado, Anthony desce rapidamente.
- Rápido Pérola, vamos leva-lá ao hospital – disse enquanto pegava Liza no colo e colocava deitada no banco de trás.
- Não! – disparo – Ela vai ficar bem, vamos levar Liza para casa.
- Como a pessoa vai ficar bem depois de uma facada? – pergunta enquanto pega o resto das nossas coisas e seguindo até o carro, logo em seguida o acompanho.
- Só confia em mim – digo.
Seguimos a estrada, ficamos em silêncio, até que Anthony é o primeiro a falar.
- Será que dá para explicar melhor? -
Tiro minha visão da paisagem e o encaro, me sentia tão cansada, como se minhas energias tivessem sido sugados. Tentava me manter acordado durante a trajetória.
- Assim que terminamos de fazer compras, resolvemos ir embora, a rua estava deserta falei para Liza que iria ligar para o meu pai, mas ela não teve medo, encontramos um cara na esquina e anunciou o assalto – suspiro – Liza reagiu e cara lhe deu uma facada, ainda não sei como vou explicar isso para os pais dela.
- Ainda não entendo o porquê de não leva-lá ao médico, só espero que ela fique bem.
- A única coisa que posso dizer é que o machucado dela sarou – Anthony olha para mim assustado.
- Tudo bem Pérola, não irei insistir – disse enquanto parava o carro em frente a uma casa bonita – Chegamos, tente dar um jeito nessa blusa ensanguentada dela.
Pulo para o banco de trás, procuro nas sacolas uma blusa que Liza havia comprado, tiro a ensanguentada do seu corpo e coloco uma nova. Volto para o banco da frente.
- O que faremos agora? – pergunto, Anthony simplesmente olha para trás e começa a encarar Liza, como se pensasse em que fazer.
Ele desvia o olhar para mim e começou a me encarar, quando um movimento me chama atenção, vejo Liza se levantando.
- O que aconteceu? – pergunta ela sonolenta.
Por um momento pensei numa boa resposta para lhe dar, mas disse qualquer coisa que apareceu na minha mente.
- Estávamos indo embora quando você desmaiou do nada, aí chamei o Anthony para me ajudar!
- Deve ter sido a pressão, tive um pesadelo, putz merda, sonhei que tinha levado uma facada – eu apenas encaro Anthony, logo em seguida a vejo pegando suas compras – Obrigada por me trazer em casa, minha cabeça ainda não tá legal, mas preciso ir. beijinhos casal.
A vejo saindo do carro, assim que chega até sua porta, acena para nós. Ainda estava atordoada com o que havia acontecido, ultimamente tem aconteceu muita loucura em minha vida. Partimos até minha casa, enquanto ele esteva dirigindo, começo a observa-lo.
- Depois não reclama de mim – disse Anthony com um sorriso.
- Do que está falando?
- Você me olhando, faço o mesmo contigo e só recebo reclamações, acho que não gosta de ser observada.
- A questão não é gostar, só fico constrangida – comento enquanto minha visão foca na estrada.
Depois de 5 minutos, chegamos em minha casa, ele estaciona o carro.
- Já disse que você é linda?! – diz ele me puxando para um beijo longo.
Retribuo aprofundando mais, até que um barulho nos interrompe, vejo meu pai sobre a porta, ele já sabe que estou aqui no carro.
- Sorte que o vidro é esfumado, se não o sogrão iria me matar .
- Isso significa que estamos ficando sério? – aproveito a oportunidade e pergunto.
- Mas é claro – diz ele espalhando beijos pelo meu rosto – Melhor você ir antes que seu pai venha até aqui, ainda pretendo ter filhos.
Lhe dou um último beijo, pego minhas compras e saio do carro, vejo Anthony buzinar antes de partir.
- Então esse foi passeio no shopping com sua amiga? – pergunta meu pai assim que entramos.
- Ele só nos deu carona – digo colocando as bolsas sobre a mesa.
- E por que não me ligou?
- Não fica com ciúme, papai – pego uma bolsa e estendo até ele – Presente para você.
- Não precisava, filha – dizia enquanto abria a bolsa – Amei a camisa, vou usar em breve.
Ele vem me dá um abraço e um beijo na minha testa. Pego o resto das coisas, subo até meu quarto e as guardo. Me jogo sobre a cama e fico relembrando o nosso primeiro beijo.
- Já vi que estou completamente apaixonada por você, Anthony!
Não liguei em pegar no sono com os sapatos ainda nos pés.
Não esqueçam do voto, irá me ajudar, um beijo e obrigada 😚
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Além dos Mares
Fantasy"Não sabia que a mudança de cidade mudaria tudo! Algo surpreendente aconteceu comigo, pensava que era apenas um mito, mas estava enganada, sereias existem e eu era uma" Já se perguntou o que faria se sua vida fosse diferente? E se realmente fosse. C...
