Jeremiah odiava aquele tipo de lugar, era o tipo de lugar onde a moral de sua família cristã havia lhe ensinado não apenas a evitar mas a odiar com todas as suas forças... Fazia tempo que Jeremiah já não era mais cristão não havia como continuar com a fé intacta trabalhando onde Jeremiah trabalhava (Ou melhor para quem trabalhava).
Sentia o cheiro fétido da periferia de Los Angeles, que por sinal intensificava-se aquela hora da madrugada enquanto os mendigos da cidade se sentiam muito mais livres para dorgarem-se e cometerem seus atos pervertidos e pecaminosos, assim como as meretrizes baratas que
vagavam por aquela parte da cidade...
Ele virou a esquina em seu Mercedes preto blindado pago com o dinheiro do seu patrão.
Sentia como se quanto mais adentrava naquela parte obscura e reprovável da cidade mais fundo ia entrando no próprio inferno, como se alí fosse algum tipo de "filial" ou "franquia" ou oque quer que seja, afinal Jeremiah não acreditava mais a muito tempo nessas coisa.Ele só queria ir para sua casa, esse era o real desejo de Jeremiah Wislley, Só queria regressar ao seu lar e dar um Beijo em sua mulher e na suas duas filhas, mais afinal trabalho é trabalho.
E em seu ramo, ele nunca poderia falhar.O barulho ia aumentando progressivamente enquanto chegava mais perto de seu destino, ela uma música alta grave e repetitiva que deixava seus ouvidos enojados, ele sempre detestará esse tipo de música, e esse tipo de "lifestyle" por assim dizer. Sempre fora um cara bem cáreta e considerado "quadrado" por todos ao seu redor. Sua própria aparência dizia isso sobre ele, era um homem gordo um pouco á cima de seu peso e com um corte de cabelo antiquado que parecia vir de um catálogo de uma revista dos anos 50, "tinha cara de contador" como diria seus colegas de trabalho, ajustou seus óculos pretos fundo de garrafas enquanto estacionava o Mercedes "Sodoma & Gomorra" - pensou Jeremiah:
- "Oque EU estou fazendo em um lugar chamado Sodoma & Gomorra"
- "Trabalhando..." - Respondeu á si mesmo (Dessa vez em vós alta) enquanto saía do carro e ajustava seu terno. Tinha que parecer profissional afinal era uma reunião profissional, mesmo que fosse em um "inferninho imundo de Los Angeles".Ao sair do carro logo percebeu a diferença de temperatura enter o interior de seu carro com ar condicionado e o exterior, ele odiava o clima quente de Los Angeles.
- "Droga, quase me esquecia" - Disse para si mesmo em voz alta novamente.
Jeremiah entrou no carro e pegou uma Glock calibre 38 carregada no porta luvas e guardou em seu bolso.- "Contatos perigosos" - Repetiu mentalmente a instrução de seu chefe. Porém, naquele ramo "Que contato não é perigoso..." Pensou.
Ele nunca havia usado uma arma na vida, e nem queria usar, mais recebeu instruções estritas de seu chefe para "ir armado", logo depois dirigio-se até o porta-malas do carro e pegou uma maleta de couro preta.
Já eram 4:00 da manhã, Jeremiah observou que estava sozinho no estacionamento. O lugar era realmente muito estranho.
A uns poucos metros dali observou algumas formas humanas, "Deve ser por alí" - pensou, atravessando o estacionamento deserto que era consideravelmente grande. Ao ponto que avançava via o lugar, parecia com uma fábrica ou serralheria ou galpão ou qualquer coisa assim, porém tinha uma entra semelhante a um "beco" que dividia dois saguões. Entrando alí Jeremiah viu algumas pessoas com roupas bizarramente curtas e gêneros indefinidos entrando no famigerado "beco" da "fabrica" ou seja lá oque fosse.
Jeremiah os seguiu, pouco tempo depois um jovem entrando vestido com um moletom e um capuz preto e uma mochila grande também entrou.
O fluxo de pessoas ia aumentando cada vez mais Jeremiah havía percebido. Mulheres praticamente nuas vestindo apenas casacos de pele também entravam "claramente prostitutas" pensou, logo estava ele alí também.
Ao ponto que avançava pelo corredor escuro e opressivo, a música ia ficando cada vez mais alta, até que o corredor do "beco" fez uma curva em 90 graus para a esquerda.E ainda assim se estendia por mais alguns muitos metros de comprimento.
Até que finalmente achou a "entrada" por assim dizer.Havía uma porta de metal e um letreiro vermelho muito brilhante no qual estava escrito "Sodoma & Gomorra" e na frente dessa porta havia mais uma pessoa com o gênero indefinido vestindo uma roupa bizarra e absurdamente curta guardando a porta era tão magro que parecia desnutrido, e tinha a cabeça raspada e o rosto demasiadamente maquiado.
"Deixaram um apenas um viadinho desses pra guardar a porta" - Pensou Wislley, enquanto se aproximava.
"Quem te indicou?" - Declarou o "viadinho" enquanto Jeremiah Se aproximava vestindo seu terno preto monótono e carregando a sua pasta preta sóbria.
"Olá, vim encontrar Dave Crowley, temos uma reunião daqui a vinte minutos" - Disse Jeremiah em um tom amistoso.
"Eu não ligo" - Respondeu.
"Bom...seria bem melhor se você pudesse me ajudar, não gostaria de me atrasar sabe" - Continuou com seu tom de amistosidade.
"É preciso de indicação para poder entrar no Clube de recreação Sodoma & Gomorra" - Retrucou o ser sem sexo definido.
"Bom, é... Eu vim aqui encontrar Dave Crowley, pelo que meu chefe me disse ele é frequentador assíduo desse tipo de..." - Wislley fez uma pausa dramática enquanto procurava uma palavra - "Estabelecimento..." - Concluiu Jeremiah meio sem graça.
"É mesmo é..." - respondeu com cinismo e indiferença.
"QUEM...TE...IN-DI-COU" - Declarou alto como se falasse com um demente.
Wislley estava começando a ficar sem paciência e mudando seu tom de voz para algo mais hostil declarou:
- "Olha... apenas me deixa entrar, tenho negócios a tratar" - Disse apontando para a própria maleta.
- "Foda-se os seus negócios, eu já disse que eu não ligo".
- "Caso você fique me inportunando e atrapalhando a minha vida, coisas ruins vão acontecer com você e com este lugar...Meu empregador não tolera esse tipo de coisa" - ameaçou Wislley com raiva no rosto, pois estava evidentemente puto com toda aquela situação...
No mesmo momento o "viadinho" fechou os punhos e bateu forte na porta de metal produzindo um eco que distoava muito da música que tocava dentro do ambiente cuja Jeremiah estava tentando entrar.
Em alguns segundos cinco homens negros brotaram da porta, o último era incrivelmente forte e tatuado, usava apenas uma calça jeans, uma regata branca e uma corrente de ouro no pescoço, e em sua mão um revólver.
O mais próximo de Jeremiah lhe deu um soco na barriga que o fez gritar e cair no chão enquanto o mais forte (e provavelmente o líder) colocava o revólver em sua cabeça.
- "Boa noite..." - disse Jeremiah enquanto agonizava de dor no chão - "Meu nome é Jeremiah Wislley..."
- "Você é da polícia não é seu filho da puta" - disse o brutamonte com arma - "NÃO É?" - gritou...
-"não.. Eu na verdade..." - Tentou se defender.
- "Filho da puta mentiroso..." - Respondeu o homem negro chutando o corpo de Wislley que se encontrava no chão ainda.
- "Na verdade eu..." Declarou em um tom de voz um pouco acima de um sussurro: "Eu trabalho para o Deus Apolo..."
Todos ficaram em silêncio, e assim permaneceram por alguns segundos.
- "Oque?...é verdade isso?" - disse o brutamonte com uma aparente surpresa em sua voz.
- "Sim..." - respondeu Wislley se levantando com dificuldade e se recompondo.
- "Pedimos mil desculpas então..." - Disse o outro marginal que havía lhe socado primeiro.
- " Pelas suas tatuagens percebo que são da gang Dog-Thugs" - disse Jeremiah com uma pausa dramática - "Meu chefe vai ficar sabendo disso...".
- "Pesso minhas mais sinceras desculpas, você gostaria de entrar no clube recreativo Sodoma & Gomorra?" - disse um dos cinco homens.
"Se me dão licença..." - Respondeu Jeremiah.
O brutamonte empurrou o viadinho e abriu a pesada porta de ferro indicando: "É por aqui, por favor entre senhor".
Jeremiah o encarou com seus óculos fundo de garrafa e armação preta grossa, e pode ver que agora era na face do brutamonte que se encontrava o medo e não mais na sua...
"E lá vamos nós...", Pensou Jeremiah enquanto ultrapassava pelo letreiro "Sodoma & Gomorra"
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A vingança de Eligos
ParanormalUm ocultista boêmio é contatado por contatos da máfia de Los Angeles para livrar a barra de um dos maiores chefões do crime na cidade, mal sábia ele que teria de enfrentar um dos 72 espíritos da goétia.