Você merece todo amor do mundo

•*'¨'*•.¸¸.•*'Capítulo sete '*•.¸¸.•*'¨'*•.¸¸.•*

Era a terceira vez seguida que Erick comia daquele mesmo macarrão que insistia em sobrar na panela depois de todas as refeições em que ele esquentava a mesma comida, a massa já não tinha sabor e estava tão molenga que o garoto achava que estava comendo algum tipo de massinha de modelar de uma creche, a sensação de mastigar aquilo era horrível mas o estômago parecia aceitar aquela gororoba estranha já que tinha parado de roncar desesperadamente, por sorte seria a última vez que ele comeria aquilo pois logo depois que comesse, iria sair para conseguir dinheiro e fazer compras

Já tinha passado uma semana após a viagem e as coisas tinham se estabilizado de alguma forma, tudo parecia no lugar naquele sábado, o céu tinha um tom de azul muito forte com algumas nuvens que pareciam fofas, uma brisa fresca balançava o cabelo das pessoas que estavam caminhando pelas ruas do bairro "afavelado" que o garoto morava. Erick saiu apreensivo de sua casa, trajava um moletom escuro e segurando com firmeza em sua mochila, era dia de entrega e ele sempre ficava nervoso com a chegada desses "eventos".

O dia não parecia tão bonito pro garoto que tinha o rosto pálido escondido quase por completo pela touca do moletom, na verdade o dia parecia assustador e perigoso, essa opinião aumentou ainda mais quando viu a viatura que passou pela rua de cima do terreno baldio no qual ele esperava pelo próximo cliente que tinha marcado encontrar

Trimúrti, me ajudem só mais essa vez...Eu juro que vou procurar um emprego digno se me livrarem de qualquer coisa ruim que possa acontecer hoje...Por favor não me deixem me envolver com a polícia

Erick pensou, estava realmente apavorado pelo pensamento de que poderia arrumar algum problema com a polícia por tráfico, já que agora já era de maior e não tinha um tostão furado para pagar por um advogado decente, Chloe obviamente iria o odiar para sempre se descobrisse que ele era envolvido com aquelas coisas
Sua cabeça nem chegou a perceber que ele também ficou ainda mais apavorado pelo fato de Chloe o odiar do que pelo perigo de ser preso.

O homem velho que tinha marcado finalmente chegou, tinha olheiras tão fundas que faziam parecer que seus olhos eram dois poços vazios, usava barba longa que estava muito suja e tinha um cigarro preso no meio daquele monte de pelos.
Erick respirou fundo para não fazer careta com o fedor que aquele homem trazia junto de si e remexeu na bolsa procurando algo que poderia ser comprado com os vinte dólares que o homem ofereceu

—Garoto, acho melhor "cê" correr sem olhar pra trás, saca?

O homem avisou com sua voz rouca e provavelmente meio bêbada ao garoto que olhou assustado para rua, a viatura se aproximava lentamente, como se estivesse tentando esconder sua presença ameaçadora, dois policiais se encontravam no banco da frente olhando fixamente para Erick que ainda segurava a mochila aberta, o velho tentava esconder o garoto com seu corpo voluptoso, mas ele provavelmente já tinha sido visto

—Agora!

Erick não esperou nem mais um segundo, jogou a mochila mal fechada nas costas e correu, os allstars sem forro batiam com força no chão fazendo as solas de seus pés arderem, ele podia ouvir a viatura em alta velocidade que o perseguia e jurava que aquele era o som mais assustador que já tinha ouvido em toda sua vida, e ele já tinha ouvido muita coisa ruim

Correndo e se escondendo por entre casas, terrenos e pessoas  como se não houvesse outro propósito na vida, o garoto fazia de tudo para que sua touca não caísse, assim seria mais difícil de ser reconhecido caso conseguisse escapar por alguma benção divina

Deuses, essa é a última coisa que eu peço, por favor, por favorzinho que esse carro exploda ou esses policiais tenham um enfarte agora mesmo, por favor

Estava extremamente cansado, suas pernas tremiam e ele sentia que não conseguiria correr mais, por sorte tinha entrado em uma área mais civilizada e a viatura teve que parar de correr por causa do fluxo de pessoas, ele caminhava nervoso e muito perto das portas das lojas e escritórios, tinha tirado o moletom e o amarrado na cintura, o cabelo antes muito bem preso já estava solto e agora ele parecia só mais um cidadão normal com uma camiseta de anime em meio a tantos outros.

Sentiu o corpo ser puxado com força para dentro de algum dos estabelecimentos e olhou assustado para a figura que ainda segurava seu pulso fino

—Erick! Você está vendendo drogas!?

A voz disse ameaçadoramente em um tom baixo e ele pode sentir sua pressão caindo

Continua??

Gente desculpa por ter sumido, eu realmente tive problemas de um tempo pra cá
Porém prometo que pelo menos essa obra eu termino
Bjs