Bebês, karmas e Harry Potter

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Tom estava preocupado. Não que ele demonstrasse, afinal, o Lord das Trevas nunca faria isso, mas ele estava.

Harry tinha decidido, de última hora, que algo importante precisava de sua presença na Romênia. E, assim, ele saiu. A promessa era de três dias fora, e esse era apenas o primeiro. Tinha se despedido do marido pela manhã e tudo corria muito bem, pois estava no escritório desde então.

Lord Voldemort estava terminando e verificar o relatório de Lucius, quando Whinky apareceu em seu escritório. A expressão preocupada da elfa fez o Lord arquear a sobrancelha.

– Whinky veio avisar que os jovens herdeiros acordaram, senhor. – A elfo disparou, e Tom levantou no mesmo instante. – Whinky deve preparar as mamadeiras, senhor?

– Sim, e levá-las para o quarto. – O Lord respondeu, saindo do escritório e rumando pelo corredor escuro.

Quando Tom Riddle abriu a porta, ele já não era Lord Voldemort ou o Lord das Trevas, ele era apenas Tom, pai dos gêmeos Riddle.

Falando neles, os dois pestinhas se balançavam nos devidos berços, tentando alcançar um ao outro.

Tom conseguiu pegar o garotinho de cabelos pretos quando ele começou a flutuar, o quão péssimo seria se Harry descobrisse que o filho acabou preso ao teto... De novo?

– Aleister, o que já falei sobre isso? – Tom olhou o garotinho, sua cara séria fez o menino de um ano e dois meses arregalar os olhos e tremer os lábios. – Não precisa chorar, mas não faça isso de novo.

Como se entendesse que o irmão estava levando uma bronca, Orfeo estendeu os braços para o pai. Tom colocou Aleister junto de Orfeo, e os dois começaram a rir um pro outro.

Observando aquela cena, Tom se perguntou por quê Harry estava com tanto medo de deixar os filhos com ele.

Eles eram crianças, nada mais.


~


Tom descobriu o motivo poucas horas depois e, secretamente, admirou Harry ainda mais.

Quer dizer, Harry era um marido ótimo. Ele passou por cima de todos os traumas, perdoou Tom por ter matado seus pais e se casou com o Lord das Trevas. Então, sim, Tom admirava o marido.

Claro que nem tudo foi flores, Tom torturou Harry, Harry odiou Tom e os dois juntos perceberam o quanto erraram em vários aspectos. Harry sabia que os pais nunca voltariam, ele teve muita raiva e mágoa de Tom, mas aquilo era uma guerra.

Felizmente, Tom não era de todo mau, pelo menos não com Harry. Isso também não fazia ele bom, mas Potter aprendeu a conviver com isso, porque o Lord também não lhe deu outra escolha.

Harry tinha sido sequestrado um pouco antes de completar quinze anos, foram dois anos torturando o garoto até perceber que aquilo não daria em nada. Apesar dos momentos de tortura, Harry era petulante e Tom gostava daquilo. Aos poucos, sem que o Lord percebesse, Potter foi ganhando espaço e confiança, dessa forma ele saiu das masmorras e recebeu um ótimo quarto na mansão do Lord.

Com a convivência ambos acabaram pegando gosto pelos momentos de conversas, onde se atacavam verbalmente, mesmo que fosse com coisas implícitas. Harry passou por uma pequena crise quando estava perto de completar 17 anos, porque ele não aceitava estar sentindo coisas por seu inimigo.

Tom nem mesmo percebeu quando parou de torturar o garoto, ele apenas se divertia a cada resposta atravessada que Harry dava, o garoto realmente vivia intensamente, mas nada preparou o Lord para o dia em que Harry o beijou. Foi nada menos que impactante, Tom demorou quase dois minutos pra reagir e se surpreendeu quando sua reação não foi afastar o garoto e sim prensá-lo conta a mesa de seu escritório.

E foi ali, no escritório do Lord das Trevas, que Harry teve sua primeira vez. Claro que nenhum dois dois tinham pensado nas consequências que aquilo geraria. Até porque depois da primeira vez veio a segunda, terceira, quarta e assim até que ambos não conseguissem manter as mãos longe um do outro.

E era por isso que Tom estava ali, muito chocado com o quão imprudente crianças podem ser. Ele tinha deixado os gêmeos sozinhos por menos de cinco minutos, já que eles estavam muito bem brincando no chão do quarto, Tom até mesmo fechou a porta quando saiu, mas quando voltou teve uma surpresa: a porta aberta e os gêmeos sumidos. Ele lançou um feitiço localizador e encontrou os dois herdeiros prontos para rolarem escada abaixo.

Tom segurou Orfeo antes que ele realmente rolasse a escada e lançou um olhar para Aleister. Como pai, ele sabia que aquilo era obra de Aleister, o garoto era muito bom em arrumar problemas assim como Harry. Riddle segurou Aleister com o outro braço e desceu com os dois para a sala, ele deixou os dois no tapete felpudo — que Harry fez questão de comprar por causa dos gêmeos —, e sentou na poltrona confortável, apenas para observá-los.

Os gêmeos eram a cópia perfeita de Tom, os cabelos castanho escuro, a boca fina e o nariz arrebitado, apenas os olhos eram verdes como a maldição da morte ou, resumindo, como os olhos de Harry. Já a personalidade… Aleister era um verdadeiro Potter, arrumava encrenca por onde passava, já Orfeo era calmo e quase sempre seguia Aleister apenas por seguir. Tom quase sempre ria do quanto Harry ficava desesperado atrás dos garotos e agora ele estava pagando por isso.

Por algum motivo Aleister estava puxando o cabelo de Orfeo, o que claramente fez o bebê de um ano e dois meses começar a chorar em plenos pulmões. Tom suspirou e levantou, ele tirou a mão de Aleister do cabelo do irmão, mas Tom pode jurar ver um olhar desafiador no filho quando ele pegou os cabelos do irmão de novo e puxou. Orfeo berrou e Tom, com toda paciência do mundo, pegou Aleister e colocou sentado em um cercado perto da parede. Harry tinha decretado que aquele era o local pra deixar os filhos quando fizessem algo errado, então o Lord apenas concordou e, pela primeira vez, estava utilizando aquilo.

Riddle pegou Orfeo, este último que ainda chorava e ninou o filho até ele se acalmar aos poucos. Tom ainda achava engraçado o quanto os filhos ficavam impressionados com seus olhos vermelhos, Orfeo o encarava fixamente como sempre fazia, parecia cada dia mais maravilhado com os olhos do pai.

Aleister vendo aquilo e sabendo que tinha feito algo muito ruim começou a chorar. Riddle olhou para o garoto chorando e, com apenas esse olhar, Aleister chorou ainda mais. O garoto berrava em plenos pulmões como Orfeo tinha feito anteriormente e Tom apenas suspirou, Harry era realmente muito paciente pra aguentar tudo aquilo.

— Se você não parar não vai sair daí. — Tom ditou a voz calma, porém séria.

O garotinho encarou o pai e, aos poucos, foi parando de chorar. Orfeo enquanto isso insistia em chupar o dedo, Tom odiava aquela mania que crianças tinham, mas Harry achava fofo e Riddle tinha certeza que o marido mimava demais aqueles bebês. Com o silêncio de Aleister, Tom aguardou apenas mais alguns minutos e tirou o garotinho do castigo. Ele ainda se perguntava como uma criança de um ano entendia que aquilo era algo ruim, mas Harry falou que funcionava, então…

Como que para se desculpar com o irmão, Aleister segurou na mãozinha do mesmo e balançou, animado. Orfeo gargalhou e logo os dois estavam de bem novamente. Tom revirou os olhos e colocou de novo os filhos no tapete.

— Ivvy. — Tom chamou a elfa e ela apareceu. — Traga o almoço dos gêmeos.

— E o senhor, mestre Riddle? — A elfa questionou.

— Comerei depois. — Tom fez um sinal com a mão para a elfa sair e ela foi fazer o ordenado.

Quando Tom olhou para os filhos, ele não se surpreendeu. Aleister engatinhava em volta de Orfeo, este que tentava segurar o irmão a todo custo. Riddle sentou novamente em sua poltrona e ficou distraído observando os gêmeos.

Normalmente Harry cuidaria deles, o garoto mal saia de perto dos filhos e aquilo era bom para Tom, querendo ou não ele sabia que era difícil lidar com criança e ele sempre iria preferir tomar o castelo de Hogwarts mil vezes a cuidar dos gêmeos. Por isso Harry levava aquilo incrivelmente bem e Tom só ficava com as crianças quando o moreno de olhos verdes estava por perto.

— Maldita viagem. — Riddle reclamou. Não por estar cuidando dos gêmeos e sim porquê Harry estava longe.

Ivvy apareceu com uma bandeja contendo a comida dos gêmeos e deixou na mesa próxima a Tom, desaparecendo em seguida. Riddle suspirou, agora ele desafiaria as leis da natureza e mostraria que era um ótimo pai!

Karma is a babiesOnde histórias criam vida. Descubra agora