Meu aniversário é a 13 de Junho. Fiz 18, o ano passado. Estava institucionalizada à 3 anos e, estava na hora de tomar uma das decisões mais significativas da minha vida.
Entrava na faça etária, (no mundo), dos adultos.
E apartir dali, era apenas eu. Era minha a responsabilidade da minha vida e era eu, a primeira pessoa que viria a sofrer as consequências dos meus atos.
Que frases pesadas.
Porém é mesmo assim falando, sendo que na prática tem outra "suavidade".
Então... Na ante véspera dos meus 18 tive uma reunião com as técnicas responsáveis pelo meu processo.
Tentaram, e fizeram bem em aconselhar me a ficar por ali. Mas não. Ou melhor, sim. Eu fiquei ali mais uns dias. Até terminar o secundário e saber que estava "livre" da escola.
Bom, na verdade, a minha relação com a instituição já não era a melhor.
Eu comecei a sentir me presa. Queria sair. Queria descobrir a liberdade que tanto se diz ter quando passas a ser adulto.
Mas, cá para nós... eu confesso que o meu Orgulho falou bem mais alto.
Eu queria mostrar a minha força de vontade, mas cima de tudo que eu conseguia ser independente.
Nunca dei o braço a torcer. Tinha de ser como eu planeava.
E foi.
Chegou o dia. 1 de julho. Eu falei com o diretor técnico, e só disse que queria sair da instituição no dia 10 desse mês.
A minha técnica (a responsável pelo meu processo) estava de férias. Seria ele a tratar. Mas bom, o verbo diz tudo.
Não foi.
Eu, esperava ansiosa por algo que ainda nem tinha sido anunciado à CPCJ, (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, entidade responsável pelo envio de utentes para as instituições).
Chegou o dia 10. A minha técnica regressara de férias nesse dia. Foi apanhada de surpresa e já não podia fazer nada mais nada mesmo que tratar da papelada para que eu saísse dali.
Como se podia esperar, não sai naquele dia. Estive que sair no dia 11.
E sai.
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Um amor imprevisível
AdventureUm história verídica, um romance, um sentimento trilhado, um mero caso.