A uma ligação de distância

No brilho dos teus olhos eu vejo dor

Era quase o fim de mais um dia atarefado e corrido da vida de Richard Mason, e não era pra menos. Richard Mason é um cara de vinte e dois anos que serve como socorrista de uma corporação de bombeiros de Los Angeles.
Correr de um lado para o outro era algo já habitual, levando em consideração que Richard passava o dia todo em ocorrências de emergências ao qual ele já estava acostumado e treinado para isso.

Porém obviamente ainda era cansativo, ele havia atendido uma ocorrência sobre um garoto engasgado em um colégio e uma outra ocorrência sobre acidente doméstico. Obviamente ele estava cansado mas isso não o impedia de ainda manter sua atenção aos amigos de corporação.

- Eae cabeção, no que tanto pensa? - Robby pergunta assim que senta em um banco ao lado do amigo, era óbvio pela expressão de angústia que algo estava afetando o mais novo membro da corporação.

Richard então olha pra Robby de uma forma enigmática, não que fosse intencional, era apenas seu pensamento distante.

Richard então suspira e volta a encarar os olhos castanhos do bombeiro Robert Blanc com um ar pesaroso e ao mesmo tempo desconfiado.

O agente Blanc é um cara negro de quase 27 anos. Robert tinha a cabeça careca, olhos que beiravam o preto de tão escuro, sua pele é marrom com algumas pintas. O corpo do agente Blanc é forte e definido, chegando a ser quase que o corpo de um fisiculturista de porte médio e sua altura era algo entorno de 1,86 de altura.

Já Richard era um homem de pele bronzeada, olhos verdes, cabelos castanhos claro e cortados em um topete curto. Seu corpo era delineado e forte, obviamente que não igual o do agente Blanc. Richard era apenas alto e delineado, talvez a sua altura não o fizesse parecer alguém muito musculoso, chegando a parecer um cara mediano com o corpo de alguém que fazia academia regularmente, o que não era mentira. Porém o que mais chamava atenção no socorrista era seus lábios naturalmente avermelhados e uma cicatriz fina no lábio superior do lado direito, tal como se ele houvesse batido a boca em algum lugar quando mais novo, causando a cicatriz. O que não era o caso...

- Sabe Robby, tô me sentindo angustiado e tem algo dentro de mim me dizendo que alguma coisa vai acontecer em breve, não sei dizer ao certo. - Richard comentou e involuntariamente levou a mão até a camiseta, agarrando o pingente da corrente que nunca tirava do pescoço através da camiseta branca que usava.

Não era como se ele acreditasse em superstição, mas ao agarrar o fino pingente de lua crescente da corrente um arrepio cruzou a sua espinha.

Robby abriu a boca para responder o amigo e não houve tempo para isso pois logo em segundos o sino tocou anunciando que havia uma emergência para ser atendida. Ambos se olharam e correram, Robby foi o primeiro a entrar no carro indo com os bombeiros e Richard correu para a ambulância com a socorrista Tara no volante.

O rádio sobre o painel apitou e as informações com o nome da avenida lhes foi passada, era um acidente envolvendo muitos carros em uma das avenidas de Los Angeles. Aparentemente haviam muitos feridos e muito trabalho a ser feito. Tara seguia o carro de bombeiros de perto e em uma velocidade potencialmente acelerada, afinal vidas estavam em jogo.

Ao chegar no local todos se deparam com aproximadamente uns oito carros batidos e um carro capotado, a polícia estava ali lhes dando assistência e pelo fato de que o carro capotado estava envolvido em uma fuga da própria polícia. Richard desceu do carro correndo já com uma maleta de primeiros socorros em mãos, seus olhos eram atentos e seus passos decididos. Ele olhava dentro de todos os carros que passava, medindo pressões e checando machucados que não passavam de muito perigo.

- Sr. Peço que me acompanhe, o estado de um dos passageiros do carro que está capotado pode ser um pouco delicado. - Uma policial feminina o abordou e Richard assentiu e a seguiu até o carro capotado.