Safe

Surpresa

Então se ouve um grito estrondoso vindo de onde Sakura estava. Sasuke, que pegava um saco enorme e levemente pesado cheio de um determinado produto, fecha o porta malas do carro, trancando-o pela chave logo em seguida. Ele sai correndo e vai para porta assustado pelo grito da Haruno, mas chegando lá, depara-se com a mulher de joelhos no chão acariciando um filhote de Golden Retriever. Seu pelo era macio e grande — levemente dourado —, como um ouro recém moldado por um ferreiro que passou horas em trabalho intenso. O focinho era preto parecendo um carvão se destacando no prado dourado da pelagem canina. O cão pulava loucamente lambendo o rosto de Sakura e por intermédio desta ação, Sasuke viu algo que não tinha visto antes: Sakura exultava um lindo sorriso seguido de uma doce risada contagiante, e ele, até o momento, não havia visto-a sorrir. Então, o Uchiha olhou para aquilo e deixou escapar um leve sorriso.

— Pelo visto você já conheceu o Anmitsu. — disse Sasuke cobrindo a boca para não deixar uma risada escapar.

— Ele é uma fofura, e também um bobão brincalhão. — Sakura falava ainda dando risadas e acariciando o cachorro, que continuava a pular freneticamente de um lado para o outro.

— Bem, pelo visto vocês se deram super bem... ei Anmitsu, aqui está sua ração favorita, agora vâ se consegue fazer durar pelo menos um mês. — o moreno encarou a hóspede e suspirou. — Bem, vamos entrando. Daqui a pouco fica escuro e não quero que vocês peguem algum resfriado. Também quero lhe apresentar a casa.

Sasuke foi entrando na casa e Sakura pegou Anmitsu no colo, adentrando logo em seguida fechando a porta.

Ao entrar na casa Sakura se espanta. Ela nunca tinha visto uma casa tão grande e tão chique, mas ainda se sentia um pouco desconfortável ao estar numa casa tão grande e sozinha com um homem que ela não conhecia muito bem. Então, ainda acanhada, ela segue Sasuke que mostra cada cômodo. Levou cerca de 30 minutos para ele mostrar toda a residência, até que enfim chegam em uma porta esbranquiçada. Ela ficava centralizada no meio de um longo corredor e de cada lado da porta havia uma linda luminária francesa totalmente preta com algumas partes de sua estrutura fazendo a imagem de cobras. Sakura olhou para aquilo meio assustada e falou:

— Por que essa decoração de cobra?

A rosada apontou para a luminária que estava suavemente acessa iluminando uma parte do corredor, como se desse ênfase ao que perguntara. De modo algum queria ser indelicada ou inconveniente com o policial que estava recebendo-a tão bem, mas realmente ficou curiosa.

— Digamos que eu tenho certo interesse por cobras. Gosto de estudar elas e ver se eu consigo criar antídos que serão úteis caso aconteça alguma coisa no futuro.

— Com “alguma coisa” você quer dizer...?

Sasuke sorri.

— Há algum tempo prendi um assassino que usava veneno de cobra em suas vítimas. Vi uma criança que foi estuprada e espancada morrer em meus braços por isso, então se tornou um interesse pessoal descobrir antídotos de venenos, jamais permitirei que alguma situação do tipo se repita. — disse ele.

Sakura, meio atordoada por seus motivos, abre a porta do quarto e se surpreende. Acaba deixando escapar um ofego e um leve arregalar de olhos ao ver seu novo quarto. Era praticamente do tamanho daquele que tinha em sua antiga casa. O piso era feito de grandes azulejos brancos com desenhos de uma flor dourada. O quarto também possuía uma enorme cama de dossel e um banheiro com uma banheira que parecia confortável e relaxante. Sakura mal esperava para poder entrar nessa banheira e enfim poder. Com o olhar, evidenciou a mochila que carregava para Sasuke e ele apontou um armário onde ela poderia colocar as suas roupas.

— Olha, eu vou deixar você aqui para se acostumar com seu quarto novo. Quando quiser comer, só me avise e eu irei preparar algo para você. — disse Sasuke. — Vamos, Anmitsu. Vamos deixar ela descansar.