Perdida no Espaço... (Lost in Space)

Um anjo!

(Emma Swan)

- Bom… - dei um longo suspiro - bom banho, buscarei algumas roupas. - disse enquanto ela subia a camisola, mostrando a calcinha preta de renda. 

Pude sentir minhas bochechas queimarem, com certeza eu estava vermelha, apesar do sangue que ali havia, não era isso que eu olhava.

- Acho que me cortei … - disse me mostrando um corte pequeno mais profundo na lateral da sua perna - veja, é aqui que sangra. - ela me ofereceu um pequeno sorriso.

Seu sorriso é o mais belo que já vi, e seus olhos, apesar da dor que sustenta, mantém um brilho que me fascina. Por instantes tenho total convicção que te conheço a anos. Me aproximo para observar o corte, com certeza precisaria de pontos, mas assim que eu afirmei isso, ela disse que não queria ir ao hospital, não daquela forma, respeitei sua opinião, por sorte, eu sabia o que fazer e tinha uma maleta de primeiro socorros.

- Sorte a minha ser encontrada por alguém que sabe fazer sutura. - ela mordeu os lábios tentando controlar a dor.

- Quando se tem um pai caçador, um irmão Xerife, e um marido detetive, você tem que aprender, porque eles nunca querem ir ao médico - ela solta um gemido de dor, apertando o mármore da pia, enquanto eu finaliza o último ponto.

Dei privacidade a ela para que pudesse tomar uma ducha, fui até meu quarto, que apesar de ter caixas esparramadas, estava mais arrumado. 

Volto com algumas roupas confortáveis, escuto a água escorrer.

-Ei, você está bem? - espero alguns instantes, e não obtenho resposta, então entro desesperadamente no banheiro.

Me deparo com seu corpo nu, olhando se no espelho, passando uma mão sob a pequena barriga, ainda sem volume, enquanto a outra tenta abraçar os seios.

Fico vidrada observando aquele corpo, infelizmente coberto por marcas que lhe traziam dor, algumas pareciam ser recentes, enquanto outras mostravam que o abuso ocorria constantemente, quando me dei conta a encarava.

- Me-e desculpe, eu não… não tive a intenção, você não respondeu. - as palavras saíram ofegantes, e nervosas, ela apenas sorriu, e pegou a toalha que estava ao seu lado.

Desci as escadas, com certo desespero, resolvi fazer um chá para amenizar minha ansiedade, fecho os olhos e me lembro dos hematomas que a morena tem na extensão do seu corpo, o que me deixa irritada, como alguém pode fazer isso com ela? 

Ela desce delicadamente as escadas, eu a olho com um sorriso bobo, e vejo ela ainda com a mão no abdômen, fazendo carinhos.

Estendo uma xícara para ela, que aceita.

- Me chamo Regina - disse enquanto colocava uma mecha de seus longos cabelos negros atrás da orelha.

- Emma! 

Nossos olhares se prenderam, ficamos assim por um tempo indefinido, até que eu sugeri que deveríamos voltar para a sala onde estava mais organizado.

Conversamos um pouco, nos conhecendo, de repente percebo que estou a um certo tempo sem resposta; olho para ela e a vejo cochilando, fico admirada com seus traços finos, a aconchego melhor no sofá cama, deito-me ao seu lado, sem me aproximar, e fico ali perdida, observando cada detalhe seu.

***

- Não.. NÃO!!! - ouço os gritos de Regina e acordo assustada, ela deveria estar tendo pesadelos, se debatendo no sofá.

Cuidadosamente a tiro daquela situação a acordando.

- Ei, você está bem, está a salvo aqui! - segurei em sua face e como resposta, ganhei o sorriso mais sincero, tímido e tristonho que poderia existir. Seu olhar sonolento e com medo cruzou com o meu e eu sorri tentando confortá-la.