Era primavera, as flores e as plantas coloriam aquela calma e aconchegante noite de domingo.
Em um pequeno parque na cidade de Incheon, Mingi observava o céu atentamente com seu telescópio, olhando cada constelação com atenção, ou fechando os olhos e fazendo um pedido assim que via uma estrela-cadente.
Um tempo depois, o Song notou a presença de uma certa figura sentar-se na grama em uma distância razoável.
Apesar da pouca iluminação - Cuja qual a pequena quantidade de postes afastados e as luzes das estrelas, além da lua, que estava cheia e brilhante - Mingi conseguiu identificar um garoto alto, usando roupas em tons claros, de cabelos escuros e com uma feição um tanto tristonha.Aquilo o deixou curioso e pensativo, "o que teria acontecido para que ele ficasse tão triste?", pensou.
Mas o que deixou Mingi ainda mais intrigado foi uma pequena e discreta lágrima descer pela bochecha do garoto alheio.Sem querer causar uma má impressão, ele teve uma idéia. Alguns diriam sem noção, e com certeza, muitos o chamariam de intrometido, ou coisa do tipo, mas ele não podia deixar passar, só queria poder tentar ajudá-lo, independente de ser um desconhecido ou não.
Foi se aproximando devagar, cutucando-o, para chamar a atenção do mesmo e, então, fez um simples convite:
- Olá, desculpe incomodá-lo, você parece tão triste, gostaria de observar as estrelas pelo telescópio?
Mingi se mostrava calmo e confiante por fora, mas por dentro, estava nervoso e um pingo de medo atravessou seus pensamentos, ele já havia feito isso com várias outras pessoas, era quase inevitável, ele sentia a necessidade de, pelo menos, tentar ajudar os outros. Mas, nem sempre a resposta era amigável, as vezes um xingamento aqui e ali, ou apenas um "não" seco.
Enquanto o moreno o encarava com uma expressão surpresa e desconfiada, o Song segurou firme uma parte do seu longo casaco cor marfim, temendo e já imaginando a resposta do outro.
E por incrível que pareça, foi diferente do que ele imaginava.
- Se não for incômodo, eu gostaria sim.
Talvez ele confiasse demais nas outras pessoas, ou ele apenas queria alguém para conversar e se distrair. Digamos que eram as duas coisas, ele já não estava tão ciente de que havia aceitado um convite de um estranho.
Já Mingi ficou surpreso, por um momento, ele achava que iria ser rejeitado como das últimas vezes, então, sorriu discreto, estendeu a mão para o outro, que pegou a mesma e se levantou, seguindo o garoto até o telescópio.
Um tempo depois...
Os dois se admiravam com a bela vista do céu, aleatoriamente, foram quebrando o silêncio e conversavam sobre astrologia e vários outros assuntos, mas, sem tocar em algo como "por que você estava tão triste?" ou "por qual motivo você me convidou para ver as estrelas?". Por enquanto, aquilo não era bem o principal assunto, não para eles.
- Qual o seu nome? - perguntou o moreno.
- Mingi, Song Mingi.
- É um nome muito bonito.
- Obrigado - respondeu sorridente. - Qual é o seu nome?
- Jeong Yunho.
- Olhe, seu nome também é muito bonito! - o Song disse animado, fazendo o outro sorrir mais uma vez.
- Acho que estamos apresentados - disse Yunho, e por algumas horas, seus problemas e sua tristeza, pareciam ter sumido.
Entre a leve brisa da noite, as cores destacadas das flores e o céu iluminado e imenso, havia duas figuras altas e sorridentes, sentadas na grama, observando aquele espetáculo de luzes e conversando sobre qualquer coisa que viesse a cabeça.
Ninguém poderia imaginar que, naquele momento, uma forte e sincera amizade cresceria.Vale ressaltar também que, quando se entreolhavam, os olhos de ambos brilhavam muito, e talvez, não fosse só o reflexo das estrelas.
"Les étoiles s'allument au ciel, et la brise du soir erre doucement parmi les fleurs: rêvez, chantez et soupirez."
George SandTradução: "As estrelas brilham no céu, e a brisa da noite percorre docemente por entre as flores: sonhai, cantai, suspirai."
{ Fim.}
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Luzes |• yungi |
Fanfiction↬Muitos resumem este tipo de acontecimento como algo perigoso, e até mesmo burro, porém, nem todo momento estranho que acontece na vida tem uma intenção ruim. E é sobre isso que essa pequena história conta, um ponto de vista otimista sobre as pessoa...