CAP. 84°

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Chego no hospital e vou logo pra fazer minha ficha, eu não estou sentindo a famosa dor que sempre ouvi por ai mas estou preocupada. Sou encaminhada as pressas para uma sala, um doutor estava me aguardando. Ele era moreno, alto, parecia ter uns 28 anos talvez, bem simpático. E assim que entrei me sentei e ele me fez algumas perguntas.

Dr.: então júlia, você está de quantas semanas? -
Ju: 40 semanas e 5 dias -
Dr.: tá sentindo alguma dor, algum incômodo talvez? -
Ju: tô sentindo uma dorzinha fina nas costas e um pouco de incômodo talvez, no pé da barriga. E também to sentindo tipo como se minha barriga ficasse rígida por alguns segundos -
Dr.: pode me descrever exatamente oque aconteceu antes de você vir ao hospital por favor? -
Ju: Então doutor, eu acordei normal, dormi bem até. Desci pra tomar café com o pessoal, tinha uns 5 minutos que eu tinha acabado de sentar e do nada eu senti um líquido molhando meu short, pensei até que tinha feito xixi na roupa porque era até que bastante -
Dr.: E como era exatamente esse líquido? -
Ju: era um líquido meio verde meio transparente não sei direito, tinha um cheiro estranho -
Dr.: Ok... Vamos fazer um exame de toque pra ver se está tudo certinho, acho que tem alguém querendo vir ao mundo - ele me diz e sorri. Eu tô super feliz com a chegada do meu filho, óbvio, como não estar? Mas não é a mesma coisa sem o Igor aqui com a gente, poxa, esse momento era nosso, de nós 3. Tô tentando ser forte pelo meu nenê mas sabe, só Deus sabe quando paro pra pensar na real do que tá acontecendo, ninguém merece nascer com o pai preso.

O doutor faz o procedimento do exame de toque em mim. Bom, não dói mais encomoda um pouco. Me levanto da maca e sento na cadeira novamente.

Dr.: Bom... Está com 2cm de dilatação, vamos verificar os batimentos do bebê, ta bom? -

Meu Deus, tá agora sim tô nervosa. Não queria estar sozinha. Parece que logo logo mesmo Igor Daniel nasce.

E de novo me deito na maca pra realizar o exame. Doutor disse estar tudo bem, tudo normal com meu bebê e vai conversando comigo.
Dr.: Você dá preferência pro parto normal ou cesariana? ou não tem preferência? -
Ju: Eu dou preferência pro parto normal, por conta da recuperação ser mais rápida -
Dr.: Sim... É, tem a questão de ser bem mais dolorido mais vale a pena, recuperação é bem rápida - valeu doutor, me encorajou bastante!

Levanto novamente da maca e fico em pé em frente a mesa do doutor.
Dr.: Olha, basicamente você precisa dilatar os 10cm, tá bom? Acho que alguma obstetra deve ter te explicado esse processo com certeza - afirmo que sim com a cabeça - então mocinha, a senhora vai ficar internada em observação tomando os devidos cuidados para que seu parto seja o mais rápido e tranquilo possivel, tá bem? - ele fala e me dá um sorriso, eu sorrio de volta e agradeço.
Dr.: Vou agir com os papéis pra sua internação, acompanhante é o pai mesmo? -
Ju: Não, é a avó. Ele está com alguns problemas, não vai poder vir -
Dr.: É realmente uma pena, é um momento único na vida dos pais -

O doutor estava resolvendo sobre minha internação com a direção do hospital, voltei pra sala de espera e dona Lourdes já estava lá junto com Ana e Douglas, com aquela carinha de preocupada. Não consigo disfarçar que não tô chateada sabe, ainda mais pra eles.

Lourdes: E aí minha filha como vocês estão? -
Ju: Vou ficar internada, em observação, estou com 2cm -
Ana: amiga, logo logo ele tá aqui nos seus braços, que loco, ai to nervosa -
Loudes: Ju, queria ele aqui né? O advogado disse que ele não demora a sair, fica tranquila - ela me diz e me tranquilizo um pouco tentando não pensar muito sobre isso.
Fomos todos lanchar, já que eu nao tinha tomado café da manhã e com certeza ficaria com fome. Comi um sanduíche natural e suco de laranja. Depois do lanche, sentamos novamente na sala de recepção.
Tá me dando uma colicazinha chata viu.
Atendente chama meu nome e vou até ela, todos me acompanham. Assino os papéis e sou encaminhada ao quarta nonde irei ficar em observação. Agora todos puderam entrar, eram permitido até 3 pessoas incluindo o acompanhante. Uma enfermeira me deu uma camisola do hospital e tive que me trocar, saí do banheiro e fui me deitar.
Ana: Tá linda -
Ju: Minha sorte é que tinha feito cabelo e sobrancelhas - todos riem.

To aqui a 2hrs, agora só dona Lourdes ficou comigo, Ana e Douglas foram buscar umas coisas minhas que pedi e a bolsa do nenê. Comecei a sentir dor, não é tão insuportável são só as benditas contrações por enquanto dá pra aguentar. O celular de Dona Lourdes toca e ela vai pra fora atender. Ela demora um pouco e em seguida entra.
Lourdes: tá tudo bem? -
Ju: tô bem - digo normal.
Lourdes: Ele tá se mexendo muito? -
Ju: Olha, tá um pouquinho mais que o normal - digo sorrindo e ela também sorri.
Lourdes: Lembro de quando era o dia do Igor nascer, a mãe dele nervosa, ele nasceu bem rapidinho, de parto normal. Já Hugo, esse deu um pouquinho mais de trabalho, foram 13hrs de trabalho de parto - nós duas rimos - o pai tava que não se aguentava, era bem engraçado, eu só ria deles -
Ju: Não vou mentir, seria bem mais fácil se ele estivesse aqui comigo, sabe, me apoiando, dizendo que vai ficar tudo bem. Queria tanto que o rosto dele fosse um dos primeiros que o bebê visse - meu olhos se enchem de lágrimas - só queria ele aqui sabe e sei que ele também queria estar aqui, realmente é triste, uma pena -
Igor: Seria mesmo, uma pena - Igor entra na sala todo arrumado e sorrindo, eu coloco as mãos no rosto em sinal de surpresa e ele me abraça.
Ju: Oque houve? Como que cê tá aqui? Ai meu Deus - não acredito cara que felicidade.
Igor: Sou primário, eles não tiveram provas o suficiente pra me manter detido e essas coisa toda ai - ele diz sorrindo - Não podia perder esse dia, não é filhote? - ele faz carinho na minha barriga.
Ele abraça dona Lourdes, tão bom ver ela feliz.
Lourdes: Não contou nada né? - ela diz brincando
Igor: Tava meio que incerto, não quis contar preferi fazer surpresa, aí o advogado falou que vocês estavam aqui, fui só em casa tomar um banho e me trocar -
Lourdes: Agora vê se cria juízo moleque -
Igor: A senhora sabe que tô criando - nós 3 rimos.
Igor estava com fome tadinho, dona Lourdes disse que ia comprar umas coisas pra ele comer e ficamos ali, ele deitou do meu lado, ficou de lado porque na cabia nós dois direito. Nos abraçamos, ele ficou ali me dando carinho e conforme as contrações iam ficando mais intensas ele tentava me acalmar, segurava na minha mão, conversava comigo, era dele que eu precisava.....

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⏰ Última atualização: Dec 23, 2022 ⏰

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