CAPÍTULO UM

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Lá estava ele. O objeto do meu desejo. Era tudo que eu queria e precisava. Eu pensava nele o tempo todo e agora sabia porque pensava tanto nele. Chamá-lo de objeto é ruim, é claro, muito ruim, mas ter meu cunhado viúvo e mulherengo como objeto de desejo também é muitíssimo ruim, mas fazer o que? Sinceramente eu o queria.

– Você está babando pelo cara de novo – disse minha futura ex-amiga Madá – Você nem disfarça mais.

–Você está viajando – falei pouco sincera – Eu não estou babando por ninguém.

– Está sim amiga, você está caidinha pelo cara – sussurrou – Ele é seu cunhado, é mais velho que você e está com a amante da vez do lado, mas e daí?

Ela riu e eu senti uma enorme vontade de dá-lhe um soco ara ela deixar de ser cínica e mentirosa. Ok! Eu estava bandando pelo cunhadinho mais velho e mulherengo, mas quem essa vaca pensa que é para me julgar? Ela transou com meu namorado no dia do meu aniversário.

Como se soubesse o que estávamos falando dele, Max virou em nossa direção. Meu coração parou de bater. O mundo ficou em suspenso.

Tão lindo.

Tão perfeitamente lindo.

Ele levantou a taça em nossa direção e acenou. Não sorriu. Ele nunca sorria. Nossos olhos se encontraram. Até ontem, quando descobri que estava sendo traída e esbarrei com ele depois de fugir, eu nunca tinha olhado nos olhos dele, e se ele me olhava eu desviava, mas agora não. Ele continuou encarando e eu devolvi como se só houvesse nós dois no mundo.

Não tenho mais medo, baby.

Eu sorri para ele.

A loira de pernas longas e vestido curto que o acompanhava virou para onde ele estava olhando e agarrando-o possessivamente o fez voltar para a conversa.

Filha da...

– Parece que a girafa ficou com ciúmes – interrompeu Madá.

– Você está vendo coisa que não existe – virei para ela – Amiga – frisei o "amiga".

Acho que já é hora de dar um basta nessa situação.

– Onde você estava ontem á tarde antes do meu jantar de aniversário?

Ela ficou pálida.

– E-eu f-fui ao – gaguejou – E-eu n-não...

– Oi meninas – interrompeu meu futuro ex-namorado, Samuca – Estão gostando da festa? – ele riu, típico dele, rir do que ele mesmo fala – Claro que não, mas mamãe e papai me deixaram convidar uma galera pra curtir na tenda montada lá no jardim. Contratei aquele DJ que tocou no seu aniversário ano passado, amor.

– Que massa – eu disse.

– Então vamos? A galera já chegou e o som vai começar.

– Antes vamos esclarecer um grande mistério.

– Mistério?

– O mistério do sumiço da Madá ontem à tarde.

Eles trocaram olhares preocupados.

– Você não estava na casa sua avó, Madá? Perguntou Samuca.

– Ela não estava – afirmei – Passei na casa da avó dela e ninguém a tinha visto por lá.

– Eu não estava lá – sussurrou – Eu estava...

– Aqui – completei para ela – Você estava aqui transando com meu namorado.

Samuca deixou a garrafa de cerveja cair.

Que dramático.

Típico de cena de novela das nove.

– Quando sai do salão, passei na casa da sua avó e de lá vim direto para cá e cheguei bem no momento em que você cavalgava meu namorado, Madá.

– Amor, não é...

–... nada disso que você está pensando – eu ri – É um clássico que eu nunca imaginei que fosse ouvir, Samuca. Por favor nem pense em tentar me enganar, tenho uma testemunha e gravei tudo – essa parte era mentira, mas não vou permitir que eles tentem me passar para trás. Quero terminar logo com isso.

– Amiga...

Meu Deus, como tem coragem de me chamar de amiga? Francamente é muita cara de pau. Sinceramente não sou perfeita, estou muito longe disso, mas jamais faria isso com ela. Nós crescemos juntas.

– Samuca, está tudo terminado entre nós – eu olhei diretamente nos olhos dele – Como hoje é a festa de aniversário de casamento dos seus pais e francamente eu adoro os dois, vou fingir que não há nada de errado, mas quero você longe de mim. Se você ousar se aproximar, além de um belo soco na cara, como você merece, vou fazer um enorme escândalo, entendeu?

Ele balançou a cabeça positivamente.

– E você – virei para Madá – Quero que pegue suas coisas e saia dessa casa. Não estou suportando olhar para você, sua traíra.

– A casa não é sua – gritou – Você não manda em nada, sua corna.

– Não me desafie.

– Você não vai dizer nada, Samuca? Vai deixar ela me expulsar da sua casa?

– É melhor você ir Madá, não quero que nada estrague a festa dos meus pais. Minha mãe me mataria.

– Você é um fraco – ela gritou – Vocês se merecem. A corna e o fraco.

Ela tem razão em partes. Ele é fraco e eu sou corna, mas nós não nos merecemos de jeito nenhum. Não joguei pedra na cruz, como diz minha mãe.

– Nós precisamos conversar, Cris.

– Pelo amor de Deus, Samuca – gritei, já estava começando perder a paciência com ele – Pega seu traseiro e se manda daqui. Já estou de saco cheio de você.

Ele baixou a cabeça e saiu me deixando sozinha na sacada.

– Muito bem cunhadinha.

Puta merda.

De trás da longa e pesada cortina, Max saiu com duas taças de champanhe.

– Você bebe ou ainda é menor de idade?

Menor? Você vai ver quem é menor logo-logo, cunhadinho.

Ops.

Ex-cunhadinho.

Apanhei a taça da mão dele e tomei de uma só vez.

– Isso que é uma garota de atitude.

Você ainda não viu nada.

– Sério?

– O que?

– Esqueça – ele sorriu.

Ele sorriu. Meu Deus, ele sorriu para mim.

Opa! Parece que as coisas estão começando a mudar.

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⏰ Última atualização: Oct 05, 2019 ⏰

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