Capítulo 4

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Sowon

Depois de ter feito Eunha dormir a peguei no colo e a levei para meus aposentos(com muita dificuldade para que ninguém nos notasse) estávamos lá, ela deitada dormindo, e eu estava sentada ao seu lado pensando, o que aconteceria conosco agora, já havia se passado duas horas do acontecimento no baile, e eu estava tentando descansar, mais estava difícil, pois estava muito preocupada, no meio de todos esses pensamentos alguém interrompe ao bater na porta, pedi para que entrasse, foi quando um guarda abriu a porta se curvou, e viu que eu não estava só, fez uma cara de surpresa e resolveu falar logo:

- O rei solicita vossa presença na sala de reunião, e pediu para que a senhorita Jung viesse junto!- disse ele calmamente se curvando e saindo.

Acordei a mais nova e falei o que estava acontecendo, e juntas fomos rumo à sala de reuniões, ao chegar na porta ela olhou para mim com uma feição nervosa, e bateu na porta, escutamos um entre de lá e a mais nova abriu a porta se curvando em seguida, indo até a parte de trás da porta me esperando entrar para fecha-la, adentrei e me sentei em uma das cadeiras que estavam em frente à mesa, esperando que a mais nova me acompanhasse, depois de alguns minutos de silêncio meu pai resolveu se pronunciar:

- Vocês sabem que cometeram um erro muito grande! Sowon, falei para que não ficasse aprontando porque você não tem tempo para isso, logo você será a futura rainha e tem que se portar como...

- Eu entendi mas... eu tomei uma decisão...- falei com medo de como seria a reação dele- eu não vou tomar o posto de rainha, irei para outro reino com a Eunha, e lá viveremos juntas, nunca mais retornaremos ao reino! E toda essa confusão será esquecida!- falei convicta, com certeza da minha decisão, pois já sabia que Eun me apoiava.

- Isso não irá acontecer, quem irá sair do reino para nunca mais voltar será Eunha, o que o reino deve estar pensando de você agora? Essa é a sua imagem, você não pode sujá-la, você continuará aqui para cumprir seu posto como rainha e acharemos um pretendente digno do trono e da sua mão, para que vocês possam enfim, cuidar do reino!

- Co...como assim? Vossa majestade eu não posso sair do reino, não posso deixar minha mãe aqui!

- Você irá, esta é a decisão que eu tomei, e a palavra do rei é a que permanece!- disse o mesmo sério, já ficando nervoso.

- Se a Eunha for eu vou também!- falei olhando para ele, se ele quisesse brigar ele iria brigar!

- Ela partirá pela manhã, já solicitei um transporte pela manhã que virá lhe buscar, sem reclamações de nenhuma das duas, você está oficialmente expulsa do reino, e não poderá voltar nunca mais!- falou o mesmo com o tom de voz mais elevado.

- Mais... ela não pode ir, você não pode fazer isso com a gente!

- Podem se retirar eu não quero me estressar mais por hoje!

Eunha pegou minha mão e me puxou para a saída, me guiou até o meu quarto, ao chegar lá chorei, até não aguentar mais, chorei no colo dela enquanto ela me consolava, dormi de tanto chorar no colo da mesma, e quanto acordei pela manhã ela já não estava mais lá.

Levantei e sai do quarto apressadamente, mesmo estando toda bagunçada e ter acabado de acordar, aliás que horas eram agora?

Desci as escadas correndo, nem ligando se eu fosse cair ou não, Eunha não pode ter partido pela manhã!

Cheguei na saída do salão, e fui cada vez mais rápido até o soldado que vigiava a entrada e a saída de todos no castelo, ele era minha única esperança do momento:

- Com licença, soldado...-falei um pouco desajeitada fazendo o mesmo se virar para mim se curvando- Você viu uma garota baixinha de cabelos curtos saindo por aqui?

- A senhorita está falando da filha da cozinheira real?

- Sim! Ela mesma, você a viu passar por aqui?

- Ela saiu pela manhã em uma carruagem, a mãe e ela estavam em prantos e ela parecia muito triste, ouvi alguns rumores que por causa do acontecimento de ontem ela iria sair do reino para sempre, acho que por isso estavam tristes...

- Ela realmente foi? - perguntei com os meus olhos agora já com lágrimas formadas

- Sim, mais ela pediu para que caso eu visse a senhorita era para mim te entregar e falar que só era para abrir em um lugar secreto, agora o lugar eu não sei, ela me disse que a senhorita sabia onde então... ficou por aí mesmo!- disse o mesmo me entregando uma carta, fui correndo até o porão, ao entrar lá, me sentei no sofá e abri a carta rapidamente, deixando com que as lágrimas rolassem pelos meus olhos, e resolvi começar a ler a carta...

" Soso, me desculpa não ter te acordado para me despedir mas acho que assim foi o melhor para nós duas, não aguentaria ter que dizer adeus, como você sabe, eu não poderei mais voltar, então desejo que você seja feliz, que ache alguém que você ama, e que te ame também, tenho certeza que você será uma ótima rainha, e cuidará bem do reino, espero algum dia receber notícias que você teve filhos, imagino você brincando e correndo atrás das crianças pelo castelo, enquanto mostra para todos o seu lindo sorriso radiante! Tanta coisa para te falar em apenas um pedaço de papel, que não importa quantos papéis teriam, ou quanto tempo, nunca será o suficiente para mim descrever o quanto você é importante para mim! Não chore, eu sei que você deve estar chorando agora, eu adoraria estar e limpar as suas lágrimas e dar um beijinho na sua bochecha como sempre faço quando você chora! Saiba que te amo, espero que seja feliz, e que nunca se esqueça de mim, pois eu nunca esquecerei de você, meu primeiro e último amor, a única pessoa na qual eu daria tudo para poder abraçar uma última vez! Guarde a nossa aliança como prova do nosso amor, cuida da nossa "casa" e apresente-a aos seus futuros filhos, não se esqueça que eu te amo e não importa onde eu esteja, eu nunca te esquecerei, obrigada por tudo Soso, por ter cuidado de mim, e por ser a melhor namorada, me desculpe, queria poder fazer com que as pessoas não tivessem preconceito com a nossa relação, espero algum dia poder te ver novamente, ver o teu sorriso, tocar o teu rosto por pelo menos uma última vez! Então adeus, espero que seja feliz, e que ame alguém como algum dia me amou...

Com amor Eunha!"

Agora já me encontrava em prantos, só de pensar que nunca mais sentiria o cheiro dela e escutaria sua voz, me doía tanto...

E foi naquele sofá velho que fiquei dias e dias chorando, lembrando do meu amor por ela, e sentindo no peito a dor, de a ter perdido por causa de um tosco preconceito do reino e do rei!

Se passaram dias, os dias viraram meses, os meses viraram anos, agora já estava casada, o reino já havia se esquecido do acontecido de muito tempo atrás, agora eu era rainha, estava grávida e casada, eu vivia minha vida governando o reino, mais em nenhum momento eu a esqueci, todas as noites, quando meu marido dormia, eu ia para o "nosso" cantinho, todas as noite eu chorava lá, ainda tinha esperanças de encontra-lá, pois eu jamais amarei alguém como eu a amei, e foi nessa noite, deitada naquele colchão velho com lágrimas nos olhos, depois de ter escrevido nossa história nesse papel que mesmo depois de anos, resolvi fugir, mesmo que eu morresse, eu iria morrer procurando ela, iria honrar o meu nome e mostrar para todos que o que eu sentia era um amor verdadeiro...

Foi no meio daquela floresta no breu da noite, que percebi, que não importa quanto tempo levasse, o meu amor por ela não mudaria, eu nunca desistiria.

Pois quando a gente ama de verdade a gente corre, vai atrás, e não desiste!

...FIM!...

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