Capítulo 03

336 2 3
                                    

Um pássaro cantava, preenchendo a manhã, enquanto permanecia sobre a mesa branca.

Com a sua mão direita estendida silenciosamente, os dedos finos dela tocaram gentilmente as penas cor de jade do pássaro, que instantaneamente tomou voo sem nenhum som. O pássaro desenhou um arco no ar, batendo suas asas em direção ao sol brilhante.

Levantando-se da sua cadeira, ela tomou alguns passos para frente, como se quissesse seguir aquela ave, mas ao invés disso, com uma faísca, uma gaiola de ouro apareceu, bloqueando seu caminho. O pássaro continuou a voar em direção da sua liberdade. Mais alto e mais alto, cada vez mais distante, indo para longe, para qualquer lugar.

Asuna permaneceu assistindo aquele pássaro tornar-se cada vez menor, até que ele se juntou as cores do céu, então ela lentamente retornou para sua cadeira e sentou-se.

A mesa e as cadeiras, feitas do mais puro branco, eram frias e duras. Ao lado da mesa e das cadeiras estava uma cama luxuosa da mesma cor. A mobília era a única coisa que existia nesse “quarto”, se você pudesse chamá-lo disso... O chão estava coberto por lajes que brilhavam no mesmo branco. Andar de um lado para o outro levava meros vinte passos, mas esse quarto redondo era cercado por grades brilhantes de ouro. As barras da prisão eram espessas o suficiente para que Asuna as atravessasse, mas o sistema tornava a fuga impossível.

As barras de ouro se estendiam para cima, formando uma cúpula. Um grande anel se estendida no topo daquela cúpula, e um grande galho de uma àrvore o atravessava, sendo o suporte para toda a estrutura. O galho se estendia até o céu e era parte de uma gigantesca àrvore.

Em outras palavras, esse estranho quarto era na verdade uma prisão. Era uma gaíola de um pássaro em uma escala inimaginável, mas aqui os pássaros eram livres para ir e voltar. A única pessoa que permanecia em cárcere era Asuna. Então, isso deveria se chamar uma prisão.

O quarto era luxoso, elegante e belo, mas ainda assim era uma fria prisão.

Cerca de sessenta dias tinham se passado desde que Asuna acordou neste lugar. Bem, isso não é sequer um número confiável. Não há nada com o que marcar nesse lugar. Os dias pareciam ser bem mais curtos que vinte e quatro horas. Mesmo assim, o seu relógio interno a fazia acordar independendente de ser dia ou noite.

Depois de caminhar, ela se perguntava quantos dias tinham se passado mas, ultimamente, ela não conseguia sequer ter certeza do número. Tudo que ela sabia era que ela esteve repetindo o mesmo dia muitas vezes, ou talvez até muitos anos tenham se passado. Quanto mais tempo ela permanecia presa aqui, mais as memórias do tempo em que ela passou com «ele» pareciam desaparecer.

Naquele instante...

Quando Aincrad estava desaparecendo, quando o mundo estava cercado por uma explosão de luz. Antes desaparecer, Asuna e Kirito haviam se abraçado e esperado pelo momento em que eles perderiam a consciência.

Ela não sentiu medo. Havia a convicção de que o que ela havia feito e vivido foi uma vida sem arrependimentos. E desaparecer junto a ele fora algo gratificante, Asuna pensou.

Presos junto a luz com suas almas interligadas. Isso fez com que seus corpos terem desaparecido não importasse.

Quando o calor dele desapareceu, Asuna se sentiu cercada pela escuridão. Ela tentou estender sua mão, desesperada, chamando por seu nome. Mas ela era cada vez mais levada por uma torrente incansável que a jogava dentro da escuridão. Então, houveram intermináveis flashes de luz. Não sabendo para onde ela estava sendo levada, Asuna gritou. Finalmente, uma luz arco-íris apareceu na sua frente. A luz irisdecente se envolveu nela, e ela caiu neste lugar.

Segurando-se em um muro e preso junto a cama de estilo gótico estava um gigantesco espelho. Refletido ali, estava uma forma um tanto diferente da que ela conhecia. O rosto, o cabelo castanho, tudo isso era igual a antes. Mas ela estava vestindo um pálido vestido branco que ela pensava ser frágil. Decorando no alto do vestido, logo acima do peito estava uma fita carmesim. O frio a atingia por causa de seus pés descalços que pisavam naquele mármore. Ela não tinha uma arma sequer nas costas, mas uma misteriosa substância transparente que se estendia por suas costas e tormavam a forma de asas. Elas eram mais parecidas com asas de insetos do que de pássaros.

Sword Art Online - 03 - Fairy DanceOnde histórias criam vida. Descubra agora