Woman Like Me

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Acordo com o toque insistente do meu celular. Não faço idéia de que horas são, mas meu corpo está pesado e a mente cansada. Não quero abrir meus olhos.

Mais alguns minutos tentando fingir que não tenho responsabilidades a serem cumpridas, porém o esforço é totalmente em vão. Não consigo voltar a dormir.

Decido levantar de uma só vez. Péssima idéia. Até parece que todos os órgãos do meu corpo descolaram do lugar. Posso até sentir o sangue em meu corpo circulando mais rápido.

Espero um pouco da tontura passar enquanto me recosto na cabeceira da cama com olhos fechados.

Ser uma adulta é um saco. Ter que se motivar a acordar todos os dias não é fácil. Sinto saudades da época em que os gritos da minha mãe era meu despertador matinal.

Olho de relance para o celular e, antes de desbloquear a tela, solto mais um bocejo preguiçoso.

São nove horas da manhã. Para muitos o dia de trabalho árduo já havia começado. O meu, geralmente, termina por essas horas.

Trabalhar como prostituta de luxo tem suas vantagens e desvantagens. Foi uma escolha minha viver assim.

Poderia ter seguido qualquer outra profissão. Não nasci em uma família afortunada, mas também não tive uma infância conturbada.

Se eu quisesse poderia ter estudado, entrado em uma universidade, e teria todo o apoio da minha família.

Mas isso não era o que queria. Nunca fui uma garota exemplar, filha perfeita e obediente como minha irmã. Nada disso.

Desde cedo gostei do proibido, do peculiar. Ansiava conhecer um mundo novo, diferente da rotina comum de uma boa garota do subúrbio.

E foi assim que escolhi viver, ganhando dinheiro com o que mais amo fazer: sexo.