Capítulo 3

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Três semanas se passaram, e confesso que ando observando aquele garoto alto dos olhos de jabuticaba. 

Finalmente consigo defini-lo: Educado, gentil, gosta de ler, faz a mesma faculdade que eu, ele me lembra o Harry Potter em o cálice de fogo só que com os cabelos encaracolados, e detalhe, ele usa óculos, só para leitura aparentemente . Com meu espirito Stalker tenho quase certeza que ele é da Lufa-Lufa (até porque um lufano conhece o outro)

Bem, tem tudo para ser uma boa relação não importa se é de amizade ou não, mas sei lá. Ainda não me sinto confortável, em criar relacionamento amoroso com alguém, sinto que ele é confiável. BIANCA. BIANCA! Acorda! Não está apaixonada de novo pelo amor de Deus. 

Passei esse final de semana conversando com minha mãe sobre isso. E eu disse que tinha que tomar cuidado para não me arrepender de novo. 

E hoje é dia de ir para faculdade né? Já estou na porta da universidade indo para sala. A minha vontade de ficar em casa era tão grande, mais não dá né? Chego na sala e a professora já está lá.

- Bom alunos hoje vamos aprender a arte de falar com as pessoas, se querem ser repórteres futuramente, tem que aprender a falar com elas, não importa o seu tipo. - Quando ouvi isso eu falei em meus pensamentos "quer ver que ela vai escolher o Dylan" - Vou montar as duplas.

E assim foi feito, montou todas as duplas e adivinha com quem fiquei. Ó DYLAN!

- Você quer que eu faça as perguntas primeiro? - pergunta Dylan.

- Pode ser, eu acho! - Respondo com um pouco de vergonha.

- Tudo bem! Vamos falar de um assunto mais ocorrido, sei lá? Depressão? - Quando ele falou isso eu fiquei com uma cara meio chorona.

- Pede ser - Eu falo com um pouco de tristeza na voz também.

- Bom, o que você acha que causa, para pessoa ficar deprimida?

- Como pessoas! Elas são a causa de tudo. Te dão esperança, fingem ser uma coisas, que não são, e quando mostrar o seu verdadeiro eu, te machucam! De repente você se sente mais sozinho, não quer se socializar, pois sente que todos iguais aos que te machucaram, se sente triste, as vezes sem motivo. É querer perdoar mais não consegue pois a ferida foi grande de mais. Isso tudo por não perceber quem estava do seu lado! - Paro de falar pois já não me sinto muito bem - Eu não posso falar mais sobre isso, desculpa!

 Saio correndo em direção ao banheiro feminino e começo a chorar. Não entendo como o ser humano pode ser tão cruel, lembrei de Thomas Hobbes "O homem é o lobo do próprio homem". Eu não tinha feito nada para Steve me tratar daquele jeito até "obedecer" eu obedeci, mas por algum motivo ele me tratou assim. Logo recebo uma ligação de minha mãe.

- Filha? Onde está?

- No banheiro da faculdade mãe! - Eu falo tentando não mostrar que estava chorando.

- Está chorando? - Pergunta a mesma.

- Não sou eu estou com um pouco de alergia só isso !!

- Eu vou ai te buscar. Mas filha eu recebi uma ligação do presídio que Steve estava preso, falaram que ele será solto essa semana.

Quando ela falou isso meu mundo parou, achava que estava segura mas se ele descobrir meu endereço vai vir atrás de mim!

- Filha?

  Desligo o celular me sento no chão e começo a chorar ainda mais. Ouço um barulho na porta do banheiro mas não me importo.

- Bianca? O que ouve? Perguntei algo de errado? - Fala Dylan batendo na porta da cabine.

- Não, sou eu mesmo! - Respondo limpando como minhas lágrimas com meu casaco, e depois recolocando os óculos embaçados. - Não e preocupe eu estou bem!

- Bianca. Com todo o respeito, algo esta errado! Porque você está chorando?

Expliquei tudo que tinha acontecido comigo e Steve. 

Ele me olha nos olhos. Aqueles belos olhos jabuticaba. 

- Bianca, e- eu não sei o que te dizer, e-u sinto muito! Pelas minhas palavras, e, por tudo o que aconteceu com você, eu... - Ele se interrompe e me dá um abraço por cima.

Fico sem reação por um instante, mas logo devolvo o abraço. Ele é quente, seu casaco xadrez azul é macio. Sua mão segura meus cabelos, são fortes mas ao mesmo folhas. Ficamos abraçados por mais uns 10 segundos. Até que ele é interrompido pelo toque do meu celular. Era minha mãe, está na porta da universidade agora.

Um Coração DeprimidoOnde histórias criam vida. Descubra agora