Good girls cry when they are disappointed

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Eu sempre fui uma boa garota.

Daquelas que tiram boas notas, nunca age de forma agressiva, respeita os pais acima de tudo e vai à igreja aos domingos, mas nada disso adiantou. Afinal, quem poderia iria imaginar que poucos meses após a morte do meu pai, minha problemática mãe se casaria com o pastor da única igreja da nossa pequena cidade? E pior, que minha vida viraria um inferno depois disso?

Não demorou muito para descobrir que o amável pastor Maverick gostava de usar os punhos para distribuir o temor de deus em minha mãe e menos ainda para que ele começasse a usa-los em mim. Depois disso visitas ao pronto-socorro se tornaram rotineiras e as desculpas idiotas, ninguém acreditava cada vez mais idiotas.

"Sim, foi como o pastor disse: Escorreguei e bati meu rosto na maçaneta da porta. Eu sou um pouco desastrada! "

Porem desconfiar e denunciar são duas coisas bem diferentes, e em sete anos ninguém fez nada. Eu não posso culpa-los, morar em uma cidade com menos de mil habitantes pode ser extremamente cansativo e denunciar um 'homem de deus' por violência doméstica seria o mesmo que confessar um crime que te levaria para o corredor da morte. A comunidade vai de não conversar com você até a proibir sua entrada em comércios locais. Te tornando um excluído como um "convite" informal para deixar a cidade e nunca mais voltar.

Mesmo assim eu continuei sendo a doce e boa Candice Susan Moore, pois eu tinha medo de piorar a nossa situação e porque a função da de uma boa garota é ajudar e servir da melhor -e menos chamativa- forma possível, a não ser que as agressões físicas tenham evoluído para físicas e sexuais, então talvez eu tenha me rebelado e acertado a cabeça do idiota diversas vezes com uma tábua de carne até deixa-lo inconsciente e fugido de lá o mais rápido que minhas pernas conseguiram correr.

O que me traz a Paradise, onde estou a um ano agora. É uma cidade bonita, construída no melhor estilo vitoriano sob um clima ameno, com uma única entrada e saída da cidade e baixo índice de criminalidade. Um oásis de tranquilidade escondido no meio da Geórgia, um lugar para se formar família e viver em pais, o tipo de cidade para uma garota como eu. A menos, claro, que você não esteja apaixonada por um ex soldado motoqueiro ou mais precisamente um membro do Dark Angel Mc, aí estamos na mesma situação, ferradas.

_Você parece cansada, Candice. _ declarou Bear, sentando no bar improvisado, ao meu lado.

_O restaurante estava lotado, parece que todos da cidade resolveram comemorar algo hoje, _ aponto para os homens bebendo e se esfregando em mulheres pela grande sala do clube. _inclusive vocês!_ completo suspirando.

_Você sabe, pequena Candice, todo dia é um dia bom para festejar! _levantou sua cerveja no ar, em um brinde imaginário, me fazendo rir.

_Esse pensamento vai com certeza vai fazer seu fígado parar um dia.

_E você provavelmente vai morrer de tédio, já que não tem um osso selvagem nesse corpo. _ironiza, completamente com razão, porque não existe Candice e selvagem em uma mesma frase.

_Concordo em número, gênero e grau. _digo me levantando do banco em que fiquei sentada por mais de duas horas, sentindo o cansaço vencer meu corpo. _Bom, eu vou subir, porque preciso de um banho urgen...

_O que? Tão cedo? Não tomou nenhuma cerveja comigo, _me interrompe. Sorri, ele poderia ser bem gentil, apesar de seu apelido combinar perfeitamente com sua aparência. Grande,forte e assustador como um urso pode ser.

_Serio, Bear, eu estou cansada. Só fiquei aqui embaixo, porque Ashlynn está usando o quarto com alguém. _expliquei, o fazendo revirar os olhos.

_Sua irmã está sempre te colocando para fora do quarto para fud...

Good girls don't go to heaven - CandyOnde histórias criam vida. Descubra agora