Capítulo 1 - Decisões

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Isso estava um saco. Eles não me incomodaram em todos meus 17 anos e agora não param de encher o saco e fingir que estão preucupados com o fato de eu ter perdido minha mãe e minha irmã, a imprensa nunca liga, é so o trabalho deles.

Deixe-me atualizar vocês sobre minha vida. Me chamo Melanie Campbell, tenho 17 anos e sou filha de Rodrigo Campbell, um dos melhores engenheiros do Brasil, e também no exterior; então sim, sou rica, mas na maioria das vezes acho está palavra um tanto rude, até porque por mais que sempre tivemos dinheiro para esbanjar, nunca gostamos disso, vivíamos em uma casa comum no interior de São Paulo, eu, meu pai, minha mãe Laura Campbell e minha irmã, Ana Campbell.

Éramos uma família feliz, e eu sempre me esforcei pra viver exatamente do jeito que minha mãe queria, sendo a menina que adora rosa, flores e arco-íris. Eu achei que se fizesse isso nós sempre seríamos assim, unidos, felizes e um exemplo de família, sem nenhum escândalo, e perfeitos.

Só que é claro que a merda do destino não ia concordar em ver tudo assim, e a duas semanas levou as duas mulheres mais importantes da minha vida em um incêndio.

Eu estava na escola, meu pai no serviço quando houve um vazamento de gás, e BUM! Tudo foi pros ares. Minha casa, já era. Não teve como guardar nenhuma lembrança se quer delas, ah, somente o colar que minha mãe me deu no meu anivérsario de 15 anos com uma foto de todos nós e as coisas que tem na casa da minha avó.

Nossa foto está em todos os noticiários. Por que eu não posso simplesmente viver o meu luto em paz? Será que é pedir demais?

Nessa hora meu pai entra no quarto (que por sinal é o da casa da minha avó) me tirando dos meus devaneios

- Filha, eu estava pensando em uma coisa e quero saber sua opinião - ele diz se sentando ao meu lado

- Fala

- Nós não temos mais casa aqui, e as lembranças me torturam a cada minuto. Então eu pensei, o que você acha de nos mudarmos pro Rio? Assim eu fico perto da empresa e nós podemos nos distanciar um pouco disso, porque você sabe que as pessoas não vão nos dar sossego com todos os "sinto muito" falsos. Então, o que você acha?

- Quanto mais rápido melhor - respondo finalmente erguendo o olhar

- Então você topa? - meu pai parece surpreso com a minha resposta

- Claro, agora nossa família é só nós dois. E de qualquer forma eu nem tenho amigos de verdade aqui mesmo, e eu odeio toda essas mentiras que as pessoas falam como se dessem a mínima pra qualquer coisa. Então eu acho uma boa ideia - paro por um segundo - quando nós vamos?

- Se você concordar vamos amanhã de manhã - ele respondeu aliviado por eu ter concordado

- Okay. Vou arrumar minhas malas - dou um abraço apertado nele - nós vamos conseguir superar isso juntos - digo baixinho

Fico repetindo isso pra mim mesma, como se eu me intimasse a acreditar naquilo, que tudo ficaria bem. Espero que uma cidade nova traga um novo recomeço.

Mudanças (Parado)Onde histórias criam vida. Descubra agora