"Então eu contava, um, dois, três... quando finalmente cheguei ao dez retirei a faixa preta que tampava minha visão.
— Surpresa! — Gritaram todos, senti algumas palpitadas rápidas por conta do nervosismo de estar no palco, na frente de todos.
— Nossa. Meu Deus. — Falei, animado.
— E adivinha quem armou tudo? — Disse minha mãe na plateia com um sorriso. Ela então olhou para a garota que estava ao meu lado.
— Parabéns Rodrigo! — Taís beijou minha bochecha e me abraçou.
— Obrigado, amor. "
Despertei. As lembranças ainda são insistentes, mesmo que eu queira esquecer tudo.
E em mais uma manhã me levantei e me vesti, mau terminei de amarrar os cadarços e ouvi meu nome sendo chamado.
— Saiko? Já está pronto? Anda logo. — A voz, ligeiramente tensa, era de MeiaUm.
— Entra. — A porta não demorou a ser aberta. — O que foi?
— O Tawan acabou de chegar da caça. Ele tem umas novidades interessantes. — Moveu a cabeça rápido, num comando, para ir em direção à cabana central.
Me apressei e peguei meu canivete, saí do meu "quarto" e dei uma breve olhada em como o acampamento estava, nada de muito anormal, porém a cerca ainda estava quebrada, temos que cuidar disso hoje. Na companhia de MeiaUm entrei na cabana central, lá estava Tawan e Jane.
— O que aconteceu? MeiaUm me disse que tinha novidades, é sobre os zumbis?
— Se fosse assim seria mais simples. — Suspirou Tawan, Jane também não parecia contente. — Encontramos um carro na avenida principal.
— Tinha alguém por perto? — Perguntei, entendendo o descontentamento deles.
— Não, já vistoriamos as redondezas, também há um grupo pequeno de olho. — Explicou MeiaUm.
— É, vocês conhecem o protocolo. Tem alguma ideia de quando chegou aqui? Ou se havia recursos no carro?
— Eles provavelmente chegaram essa manhã, a noite seria perigoso demais, a não ser que eles não tenham cérebro. — Disse Tawan. — Não fiquei muito tempo lá, mas o porta-malas estava bem cheio. Diria que dava comida para uma família por umas 2 semanas.
— Quem está cuidando do carro? — Perguntou Jane.
— Aline, Pedro e João. Acho que alguém mais deveria ir com eles. A experiência de combate de dois deles é pouca, se forem realmente 4 pessoas ou mais, eles não darão conta. — Respondeu MeiaUm preocupado.
— Eu vou. — Me voluntariei.
— Você? Tem certeza? — Questionou Tawan.
— Eles têm mantimentos, podemos negociar, principalmente se estiverem perdidos. — Me afastei da rodinha e fui para um de nossos caixotes escondidos. — Sabe que precisamos disso.
— E se forem perigosos? Tome cuidado Saiko. — Falou MeiaUm.
— Se forem perigosos... — Peguei a arma e a carreguei. — Eu também serei. — Sorri, tentando tranquiliza-los.
— Sempre sendo o grande herói. — Ironizou Jane.
Herói é uma das coisas que tenho certeza que não sou.
Saí da cabana central, falei com Marta sobre a cerca que deveria ser concertada, e logo depois segui Tawan até onde o carro deveria estar, passávamos pela floresta de carvalhos quando repentinamente ouvimos tiros, corremos ao som do terceiro tiro, quebramos galhos e pulamos outros para poder alcançar nossos colegas. Finalmente estávamos ali. Infelizmente, Pedro estava com o braço sangrando e chorando, João e Aline atiravam contra os três caras, estavam se protegendo do outro lado da avenida, não podiam chegar no carro. Eu e Tawan fomos para o lado de João, Aline e Pedro.
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Em algum lugar.
FanfictionO passado perseguia-o num presente incerto, onde quem reinava eram os mortos. E o futuro? Não parecia existir.