A vida e quase morte de Rue Bennett

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Minha vida depois que sai do hospital se resume a ir ao Narcóticos Anônimos, maratonar Love Island e dormir. Depois de semanas nesse rotina, adicionei uma nova tarefa a minha lista, escrever. Acho até que estou indo bem, só não estou gostando muito de reviver algumas coisas que aconteceram, ainda me incomodam bastante. Porém, eu continuo a escrever pois estou achando bastante revigorante e agora tenho algo para ocupar minha mente.

Não sei se posso dizer que escrever é meu novo hobby, como falei, está sendo bom escrever, eu evito pensar na Jules e posso focar mais no que aconteceu e no que posso melhorar. Eu sinto que fico ansiosa para escrever, não vejo a hora de ligar o computador e publicar um capítulo novo da minha vida, mas tenho que fazer uma pausa outra para absorver tudo aquilo que escrevi e pensei.

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Hoje eu completo 60 dias (de novo) que estou limpa, acabei de chegar do NA e estou com minha ficha em mãos. Quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi mostrar a minha mãe e ela ficou bem feliz. Na verdade, ela é a única que está feliz, eu odeio ir ao NA. Minha motivação é a minha mãe mesmo e minha irmã também, mas eu sei o quanto significa para elas que eu fique limpa e não tenha uma recaída.

Receber a ficha de 2 meses limpa e continuar frequentando o NA fez com que eu lembrasse do Ali. Ele era tipo um mentor, um conselheiro pra mim, e lembro muito bem que em uma conversa regada a panquecas, ele disse que eu teria uma recaída por conta da Jules. Pois é, e não é que ele acertou, eu tinha bastante medo disso se concretizar e acreditei que ia demorar muito para isso acontecer.

Inclusive, jatem uma tempo que não falo com ele nas reuniões. Tento evitá-lo ao máximo porque sei que teremos uma conversa bem intensa e de certeza, com algumas lições de moral. Não sei até quando irei conseguir evitá-lo, sempre que eu percebo que ele vem em minha direção, eu corro e acaba que nunca nos falamos . Porém, eu prevejo que conversaremos em breve e não será nada bom.