.we write (right)

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são quase quatro da manhã e eu penso “já?”, o tempo passa rápido e não fiz nada. faltam sete dias para o fim das férias e, droga. não aproveitei nada. amo desperdiçar o tempo que não existe refugiando-me em uma caverna, e maldito o seja platão. 




tenho tanto para escrever, tanto para viver. duzentos projetos na caderneta, bloco em branco e mente vazia. por que nunca parece suficiente? esses finais andam tão errados, que não deveria sequer ter começado. 




o que há comigo e essa medíocre vida de latino que imita estadunidense sentando-se no sofá com um ventre transbordando de tantos conflitos internos? não pensa como eles que imaginam ser invencíveis.




e tu me olha com esse olhar de fim do mundo, como se tudo fosse acabar daqui um segundo. e tudo acaba. nada dura no tempo corrente. nos embaralhamos em suplícios e teus lábios não me causam mais suspiros. qual o sentido de viver tanto?


eu sei que tu tá decepcionada e louca com a ideia de ter minha consciência vagando por aí até a nossa próxima vida, mas tu sabe que minha cor favorita é cinza e meus ossos não dariam uma urna egípcia. são tantos delírios que para pôr composto levaria vidas e tenho tantos karmas para (des)gastar. inspiro porque sufoco e temo morrer sem terminar, teoricamente até a morte farei arte.

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