Desenrolar

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Havia muita naturalidade em como agíamos. Não era como se estivéssemos fugindo, apenas sendo discretos. Era como eu sentia tudo aquilo.

Em muitos momentos ficávamos na casa do garoto, para ensaiar nossos movimentos, para ouvir música, assistir filme ou para ela e minha amiga mais chegada limpar a casa para ele e o pai dele (??), não me lembro muito bem em cooperar com essa atividade (risinhos). Na época minha amiga ficava com o irmão do meu amigo - o vizinho do garoto, lembra? Então eu meio que era a vela quando estávamos lá.

Não sei se adrenalina e ansiedade que havia em nós era de alguma forma perceptível, mas que havia, havia. Em algumas destas situações que elas estavam arrumando a casa, ele estava jogando e eu ficava com ele, às vezes jogando, outras apenas olhando ele jogar. Nada de mais em nós ali no sofá, pois independente do motivo da reunião a gente se sentava lado-a-lado.

Minha alegria e a dele eram aqueles dias em que eu podia ficar até mais tarde na rua e ela tinha que ir embora, pois a mãe dela a chamava. A ansiedade por este momento era grande, independente se iríamos ficar sozinhos ou com alguns amigos -que já sabiam da nossa história. Era como se não houvesse antes e nem depois, apenas aquele momento e nós dois.

Outras vezes a gente se via na rua mesmo ou em frente a minha casa - que era em frente a dele, na mesma rua em que a garota morava também- aparentemente ninguém se importava, alguns o achavam fodão -uns caras mais velhos- por estar comigo ou por estar com as duas garotas (prefiro acreditar na primeira).

Ele me chamava em casa, às vezes para a casa dele, às vezes sentados na calçada mesmo. Apenas conversando, outras trocando beijos e carinhos. No frio, no calor e até em dias chuvosos. Parecia que as coisas estavam melhores daquele jeito do que antes, quando a gente tinha o título de namorados.

Essa sensação provavelmente se aumentou pois eu tinha liberdade um pouco maior que antes devido o horário de trabalho dos meus pais, logo isso proporcionava que eu passasse mais tempo na rua, fosse com ele ou com minhas amigas - que era a maioria das vezes, mas como a história não se trata disso, parece que minha vida estava girando em torno dele, acalme-se não era bem assim, mas para este longo conto é assim.


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O garoto do outro lado da rua Complicações de uma adolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora