Uma garota forte

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Heloísa

Em plena manhã de domingo, me encontro indo à feira comprar frutas para minha mãe. Caminhando em direção a primeira banca encontro Théo, um ótimo amigo desde à infância. Ele me acompanha nas demais bancas e ajuda-me a escolher as melhores frutas que havia ali.
Assim que termino de comprar as frutas sigo para à minha casa acompanhada por Théo. Ele e eu conversavamos sobre diversos assuntos: Escola, trabalho e principalmente o Futuro.

- Imagino que você continue sonhando em ser juíza. - Fala sorrindo.

- Na verdade eu tenho meus outros objetivos que me colocam uma dúvida enorme quanto a isso. - Respondo e devolvo o sorriso.

- Entendo. Você ainda faz o tal curso que fazia antes? - Ele pergunta.

- Não. - Digo.

Continuamos andando até chegar à minha casa. Ele despediu-se de mim com um breve beijo em minha bochecha e entrei para dentro de casa seguindo para meu quarto. Quando ia colocando os fones, ouço os gritos de minha mãe a chamar meu nome... Corri até a sala parando em sua frente e vi que ela não estava muito contente.

- O que aconteceu? - Pergunto olhando para o seu olhar triste.

- Eu preciso te contar algo e peço que você sente-se. - Minha mãe fala e sento-me sem entender.

- É algum problema aqui em casa? - Pergunto tentando tirar alguma coisa por meio de seu semblante.

- Me ligaram da casa da sua avó... A sua tia Clarice me avisou que seu pai sofreu um acidente.. - Antes que ela terminasse de falar eu começo a chorar.

- Meu pai morreu? - Pergunto aos soluços.

- Os ferimentos foram muito profundos e ele não resistiu. - Ao ouvir minha mãe falar isso sinto meu mundo desabar sobre minha cabeça.

Começo a chorar desesperada. Minha mãe abraça-me tentando fazer com que eu me acalme; foi uma tentativa falha.

Horas depois estávamos eu e minha mãe esperando o carro funerário trazer o corpo de meu pai. Lágrimas caiam como gotas de chuva sobre minha pele, sentia um vazio tenebroso dentro de mim. Minha mãe apesar de estar separada à 3 anos dele, chorava e ao mesmo tempo tentava ser à minha calmaria.

Diversas pessoas estavam chegando à casa de minha avó; olhavam para mim e sussuravam perguntando uns aos outros: "Essa é a filha dele?"... Tentava ignorar as falácias sobre "Como ele era um bom homem" "irá fazer uma falta enorme", porque quando ele estava ao meio de todos ninguém dizia isso.

O carro funerário chega e meu coração praticamente sai pela boca. No momento em que vi meu pai ao cachão desabei em meio a lágrimas. Toda a minha família estava tentando me acalmar; tentaram me dar calmante diversas vezes.

Aquele de fato estava sendo o pior dia da minha vida. No momento em que fomos enterrar meu pai, minhas pernas mal conseguiam manter o equilíbrio... Foi um momento horrível.

Horas depois de terem enterrado meu pai, eu e minha mãe voltamos para casa. No caminho não dei uma palavra sequer. Era noite quando voltamos.

- Deita um pouco. - Minha mãe fala de cócoras à minha frente olhando para minha face.

- Não! - Digo sem olhar em seu rosto.

A campainha toca e minha mãe vai atender.

- Oi Eva. - Théo fala cabisbaixo.

- Oi Théo. Entre - Fala dando espaço.

Théo entra e vem abraçar-me.

- Eu sinto muito. - Fala em meio ao abraço.

Uma garota forteOnde histórias criam vida. Descubra agora