Eu vejo estrelas

Estrela Cadente

Veja! Estrelas cadentes. Ou será que é apenas parte do céu que está desmoronando junto à chuva?

A chuva que me banha, ensopa meu corpo e incendeia minha alma. Vejo nas gotículas de água uma vida perfeita refletida em seu brilho. Uma chuva de imagens bonitas diante de meus olhos. Mas parte de mim grita que é apenas alucinação causada  pela perda de sangue. Que seja!

Correndo pelas ruas desertas, passeando em meio aos escombros, vejo, na fumaça que paira, um dia lindo e ensolarado. Sim, nós dois de mãos dadas. Desvio de um cadáver e de algo que parece que um dia foi parte de um carro. Um pedaço de porta, acho.

Então eu o vejo. Tão lindo, sempre odiei quando você usava azul. Não combina com seus olhos. Mas, agora, não posso reclamar. Não há nada a ser feito, pois o azul tornou-se a cor da sua pele — morta.

Espero que logo me junte a você. Quase não vejo almas vivas por aqui, deve ser um sinal de que o meu fim também está próximo, certo? Por favor, Kook, me espere mais um pouquinho. Não vá para o outro lado sem estar com seus dedos entrelaçados ao meus.