Assim que seu pai morreu, sua própria mãe mandou que a matassem, sendo assim, ela fugiu floresta a dentro, para nunca mais voltar. A alegria que um dia invadia o meu ser, se esvaindo aos poucos, dando lugar as sombras.
As lágrimas descendo pela sua face, ela corre pela escuridão da floresta num caminho sem fim. Os corvos a cercando como um prefácio de sua desgraça, suas roupas rasgadas. A maldição de ser tão bela corria em suas veias, uma grande futilidade.
Para que servia além de ser admirada? Uma chama ardia dentro de si como fogo, queimando qualquer vestígio de sanidade.
"Se isto for um pesadelo, alguém me acorde, me traga de volta ao mundo real, me sinto sufocada, não posso respirar". A pele machucada, mostrando por fora, o que havia por dentro, podridão.
Quem ela deveria ser? O rosto bonito era tudo o que tinha, e agora não tens mais nada.
Um gosto amargo escorria de sua boca, os insetos que acabara de comer em meio as grandes árvores negras. As alucinações que a sua mente cria, será que há uma saída?
A garota loira deita em sua cama pesando em sua vida sem cores, todas as tentativas falhas de colori-la. O frasco de veneno que encontrara na cabana abandonada lhe chamava a atenção nos últimos dias.
O cheiro podre que quase podia sentir saindo de si mesma. Um rosto que vi em uma alucinação, eu o procuro.
Esperando para sempre, para sempre. "Alguém pode me ouvir? Onde devo ir? "
Minhas pernas agem sem a minha autorização enquanto a minha visão busca a sua. Ela me quer morta e agora eu também me quero.
Como se parasitas comessem todo o meu corpo. O que posso fazer? Não tenho forças para lutar neste mundo sem saída.
Deitada em meio a floresta, vejo o rosto de um homem de cabelos negros como a noite. Ele me estende a mão e sinto seus lábios tocarem os meus. Como ele consegue encostar em algo tão repugnante como eu?
Ele não voltou mais.
O frasco de veneno vazio em minhas mãos. Caída nas rosas que crescem na floresta, seus espinhos perfuram a minha pele. Tão bonita, tão repugnante, tão insignificante. A doce morte me leva a devaneios.
Sua voz chama por mim, novamente seus cabelos negros a me encarar.
-Temari, não morra! Eu te amo!
Eu não imaginei que ele voltaria, estou tão feliz em saber que ele me ama... Gostaria de não ter morrido, Shikamaru...
No meio da floresta, o corpo de um homem de mãos dadas a uma mulher apodrecia, servindo de alimento aos animais que ali viviam.
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Veneno (Shikatema)
HorrorCorrendo pela floresta, parei de buscar as cores para preeencher a minha vida. . ►Só escrevo fanfic Shikatema ♥ . ►Está fanfic também é postada no Spirit.