O que realmente importa.

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Joguei todas as minhas roupas no chão, que formaram uma pilha bagunçada e suja. Abri o chuveiro quente no máximo. Quando o banheiro estava cheio de vapor, entrei embaixo do chuveiro e deixei a água escaldante escorrer pela minha cabeça e pelos meus ombros. Queria lavar aquele dia inteiro, mas isso seria difícil porque ela sempre será a minha mãe, e eu ainda teria que encarar a mulher que eu amo pra contar tudo isso e possivelmente encontrá-la muito machucada com toda situação que me envolveram. A água pode até estar quente, mas não vai conseguir levar esses dois problemas embora. Dobrei os dedos debaixo d'água e fiquei olhando, sem expressão alguma, o sangue seco descer pelo ralo. Na tentativa de extravasar todo o ódio e decepção que sentia, fui treinar com Rafael, acabei por ser acertado em cheio, é normal que eu corte meus dedos no box mas o rosto nunca tinha acontecido antes, eu não estava concentrado o suficiente para me lembrar da sequência de golpes que levaria e me desviar de todas elas. O corte do meu rosto começou a doer, e eu ia esfregá-lo, quando a porta do chuveiro se abriu e senti umas mãos macias passando pela minha cintura e pela minha barriga. Levei um beijinho bem de leve na nuca e senti ela encostar a bochecha no meio das minhas costas ao me abraçar. Juliana é toda macia, as mãos, a pele, os peitos, e tem a voz mais doce que já ouvi. Toda aquela dor aguda que passei o dia sentindo foi desaparecendo, pouco a pouco, e começou a ir pelo ralo como o resto das coisas. Parte daquela tensão terrível que estava enrolada dentro de mim começou a sair, e coloquei minha mão machucada em cima da dela, que era bem menor.
- Teve um dia ruim, não é ?! - a voz de Juliana estava um pouco mais carregada do que o normal. Quis acreditar que era por que ela estava preocupada comigo, que realmente ainda gostava de mim do mesmo jeito que eu gostava dela. Ela chegou mais perto, apertando toda a frente do seu corpo contra as minhas costas. Comecei a sentir que outras partes do meu corpo estavam ficando tensas, mas de um jeito muito bom. Era só ela me tocar que nada mais tinha importância.
- Com certeza não foi dos melhores.- respondi. Ela subiu uma mão, pôs bem em cima do meu coração, e tenho certeza que percebeu que ele bateu mais forte quando me tocou. Aí desceu a outra e isso quase bastou para me fazer esquecer o dia de merda que eu tive. Queria me virar, queria abraçá-la, mas deixar ela me abraçar, deixar ela me fazer sentir inteiro novamente era tudo o que eu precisava naquele momento. Fiquei só de olhos fechados e estiquei as mãos para me apoiar na parede. Não via mais o rosto sínico da minha mãe né entregando toda situação planejadas por ela como se fosse tudo uma prova de amor dela por mim procurando sempre pelo meu "bem" e também não sentia mais o medo de antes pela possibilidade de perder a Juliana, se ela estava aqui comigo agora, nesse estado era por que éramos mais importantes que todo o ocorrido também pra ela.
Juliana era tudo o que importava, ela tem o poder de melhorar as coisas, de me tornar alguém melhor, e não sei se isso é bom ou ruim. Depois passou os dedos pela minha ereção, fiquei arrepiado. Senti cada toque, cada vez que ela movia a mão no meu peito. Meu coração batia acelerado de um jeito que eu tinha certeza que ela podia perceber. Dava para sentir que ela estava sorrindo ali atrás de mim. Tirou a mão do meu peito e ficou passando os dedos em volta do meu mamilo e por um segundo achei que minhas pernas não iam aguentar. Ela não costuma prestar atenção aos lugares que só dá para ver quando a gente fica pelado. Acho que foi o fato de ela estar dando uma atenção especial para mim nesse momento, de estar cuidando tão bem de mim que me deixou louco de tesão. Então me beijou atrás da orelha e lambeu ali. Aquelas sábias mãozinhas mexeram na cabeça do meu membro duro de um jeito que me fez falar o nome dela sem querer, e eu sabia que não ia aguentar por muito mais tempo. Mordi o lábio e fiquei me roçando na mão escorregadia dela. Aquela mão era macia e hábil, parecia que sabia o que precisava fazer para arrancar aquele veneno todo de dentro de mim. Quando enfiou aqueles dentes com força na veia do meu pescoço, que estava se matando de tanto esforço para prolongar o prazer e aproveitar ao máximo cada segundo de prazer que ela tinha para me dar, não aguentei mais. Juliana riu, fazendo uma carícia suave no meu ombro e encostou a bochecha na minha pele molhada. Ela me fez gozar,enquanto eu ofegava e ficou dando uns tapinhas nos músculos tensos do meu abdômen.
- Está melhor agora? - perguntou. - sacudi a água do meu rosto e estendi a mão para fechar a torneira. Eu me virei para olhar para ela. Vi seus lindos olhos marrons arregalarem e pousarem na ferida profunda que eu tinha no rosto, levantei minhas mãos para que ela também pudesse ver as feridas que estavam ali. Ela esticou a mão para tocar no meu rosto, mas desviei. Não quero que ela encoste e se misture com toda essa dor, mesmo que seja só um gesto de cuidado e carinho. Eu a puxei para perto do meu peito e a gente ficou grudado, de pele molhada e corpo escorregadio, e quis que esse momento durasse para sempre. Ela me abraçou, e dei um suspiro de alívio tão profundo que quase engasguei. Não sei direito o que passa pela cabeça dessa mulher e achei mesmo que, se ela visse o estado deplorável que eu estava, ia dizer: "Fui muito feliz, Nicolas mas não tenho tempo para aturar e esperar mais por essa situação". Só que, em vez disso, pôs as mãos na minha bunda e passou aquela bochecha macia na minha, do lado que não estava machucado.
- Era pra eu tirar mais fotos da promoção no projac hoje, mas enchi o saco da Jéssica para remarcar para outro dia. Estava surtando querendo notícias suas.- Soltei um suspiro no meio do cabelo dela e abri a porta do box. Enrolei primeiro ela na toalha, o que foi uma pena porque tem poucas coisas nesse mundo que eu gosto tanto quanto ver a Juliana pelada. Depois enrolei uma toalha na minha cintura. Não sabia se ela queria ir para o meu quarto ou para o de hospede, então fui atrás quando saiu do banheiro. De quebra, pude ficar olhando para aquele corpo ao longo do caminho. Ela escolheu o meu quarto, o que não foi nenhuma surpresa.
Gosta quando ficamos presos ali dentro como se n existisse problema algum, e acho que sabia que depois do que aconteceu hoje, não tinha dúvida que eu ia precisar de muito carinho dela antes de ir dormir. Não sei como essa mulher consegue me entender tão bem. Mas, seja lá qual for a situação do nosso relacionamento (ou não relacionamento), Juliana Paiva é a única pessoa que realmente me entende. E só isso já basta para eu gostar dela mais do que gostei de qualquer outra pessoa. Seria tão fácil me apaixonar, mesmo com todos os meus limites. Ela deixou a toalha cair no chão e subiu em cima do meu edredom cinza. Aquelas pernas que estavam cada dia mais grossas, aqueles cabelos soltos e um pouco molhado e aqueles olhos que pegam fogo com muito tesão, me deixam hipnotizado, eu quero só ficar olhando para ela. Ficou me encarando por um tempão. Não sabia o que dizer, só olhei pras minhas mãos machucadas de novo e fiz careta enquanto abria e fechava elas.
- Você não precisava ter saído mais cedo do trabalho. Eu ia conseguir me aguentar até você terminar.
Juliana levantou a sobrancelha e deu um sorrisinho de canto bem sensual. Se inclinou para trás, apoiada nos cotovelos, e isso fez os peitos dela se mexerem de um jeito que qualquer macho com sangue nas veias daria qualquer coisa só para ver.
- Para com isso, Nicolas. Eu estava preocupada com você. Fiquei refletindo a tarde toda se devia ir falar com a sua mãe mas pensei que, se você me quisesse ali no momento, teria me ligado. Sei que ela poderia cuidar de você do jeito dela, mas precisava te encontrar para cuidar de você do meu jeito. Quero te perguntar sobre tudo o que que aconteceu, e a gente vai conversar de verdade. Olha só o estado das suas mãos, elas nunca ficaram tão cortadas por causa de um treino e porra, olha seu rosto. Eu sei que o que te fez chegar a esse estado foi algo bem ruim. Mas, não vejo nenhum motivo para gente ter essa conversa antes de dar um jeito nessa sacanagem que estou vendo nos seus olhos. Então, mexa-se e venha aqui agora.- Então deu uns três tapinhas na cama e foi o que bastou para eu começar a rir. Joguei a toalha e deixei ela percorrer o meu corpo com aqueles olhos claros derretidos de desejo. Quando peguei no tornozelo dela e abri aquelas pernas, seu olhar era de admiração e de alguma coisa mais que bateu fundo em mim. Ela soltou um suspiro e foi a minha vez de levantar a sobrancelha. Ju é toda linda e lisinha. Tudo o que eu toco é macio e sedoso, e ela tem gosto da minha comida mais que preferida, e ela fica tão bem ali na minha cama, que eu nem consigo me lembrar como era antes de ela fazer parte da minha decoração. Passei a mão numa daquelas pernas lisinhas e fiz cócegas nos seus joelhos. Ela espremeu os olhos, e eu dei um sorrisinho.
- Que foi? Para de brincar comigo.- Me abaixei e beijei bem embaixo do umbigo, aí fui deixando um rastro molhado até suas partes escorregadias. Parei, e ela me xingou, o que eu amei ouvir. Passou a mão no meu cabelo, que ainda estava molhado, e dobrou as pernas na altura das minhas costelas.
- Quero cuidar de você do jeito que você cuidou de mim. - falei.
Beijei ela de novo, dessa vez um pouco mais para baixo, e ela ficou sem fôlego e me xingou ao mesmo tempo. As coxas estavam duras do lado da minha cabeça, passei a ponta da língua por cima do clitóris dela e senti seu corpo todo ter espasmos com o meu contato suave. Me deu vontade de rir, e ela puxou meu cabelo.
- Santo Deus, Nicolas. Você vai acabar com o meu conceito de sexo.
Que bom! Essa mulher não precisa saber como é fazer sexo com ninguém que não seja eu daqui para frente. Passei a língua de novo, dessa vez mais fundo e com mais força. Enrolei a língua e chupei até ela arquear o corpo embaixo de mim e sua pele se arrepiar em todos os pontos de contato com a minha. Ela enfiou as unhas no meu couro cabeludo e passei as pontas dos dedos na pontinha aveludada do seu peito até ela falar meu nome de novo e começar a se derreter na minha mão e na minha língua. Ju goza do mesmo jeito que faz todas as outras coisas, com doçura e suavidade. Eu podia ficar chupando essa mulher o dia inteiro para o resto da minha vida, mas ela estava impaciente. Ficou óbvio que a parte da noite de cuidar um do outro tinha acabado, porque saiu rebolando debaixo de mim e me jogou de costas na cama. Pus as mãos atrás da cabeça e fiquei observando, com os olhos meio fechados, ela se inclinar por cima de mim e pegar uma camisinha no criado-mudo. Ela sempre põe a camisinha em mim com o maior cuidado depois que terminamos. Acho que ainda se sente intimidada. Sei que gosta, mas sempre passa a mão nele bem de leve, como se ainda não soubesse direito se eu realmente era dela novamente. Sorrio ao pensar nisso, mal sabe ela que nunca deixei e nem deixarei de ser. Não tenho palavras para dizer o quanto eu quero que ela passe aquela linguinha quente em volta dele, sinta o gosto, a textura naquela boca. Não que eu tenha do que reclamar, Juliana não é nem um pouco tímida, não na cama, e adoro o que faz com o resto do meu corpo. Gosto quando perde o controle e enfia as unhas nas minhas costas, quando deixa correr solta toda aquela paixão e aquele desejo que arde entre a gente e me morde um pouco mais forte ou puxa meu cabelo com um pouco mais de força do que eu acho que pretendia. Então passou uma daquelas pernas grossas por cima da minha cintura e subiu em mim. Só conseguia ver o brilho daqueles olhos cor de bala de caramelo. Enfiou os dentes no lábio inferior quando peguei a mão dela e apertei com força em volta da cabeça da minha ereção. Fez uma cara de surpresa.
- Pode sentar, peoa.Juliana gargalhou e ficou quente de desejo, vi em seus olhos o sentimento de confiança restaurar ela sentou em mim com tudo, nós dois gememos. A gente se encaixa. Simples assim, a gente se encaixa. Ela se abaixou para me beijar. Encostou a testa na minha e encontrou um ritmo que me fez colocar os dedos nos quadris dela e ficar soltando palavras que na minha intenção eram para elogia-lá. Cada vez que ia para cima, a carne da entrada dela puxava a minha de um jeito que pensei que ia explodir. Como já estávamos bem excitados desde o chuveiro, esse movimento devagar e constante a procura do orgasmo fez com que não tirássemos os olhos um do outro. Era uma coisa muito mais íntima, muito mais verdadeira, do que qualquer sexo que já fiz, em todos os anos eu nunca olhei para nenhuma mulher durante o sexo como estou a olhando agora. Vi ela fechar os olhos e jogar a cabeça pra trás com um gemido abafado saindo de sua garganta, perdi também o controle sobre meus olhos e o pouco de força q me restou foi o bastante para que eu explodisse e a puxasse para cima para liberar um orgasmo que nos deixou suados, com falta de ar e sem saber onde estávamos. Ela se jogou em cima de mim, colocou as mãos em cima do meu coração e apoiou o queixo nelas. Fiquei passando minha mão em seu cabelo procurando palavras pra agradecer sua presença mas acho que uma pequena frase já expressaria tudo o que eu sentia.
- Eu te amo. - disse.

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⏰ Última atualização: Oct 10, 2019 ⏰

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23 de julho de 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora