Capítulo VIII

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O plano era perfeito. Henry estava até orgulhoso como tudo havia sido executado com maestria, apesar de não ter sido muito difícil. Contratou uma mulher para seduzir o jogador de futebol, se passar por uma aluna de faculdade e dar um jeito de leva-lo para um bar de lutas clandestinas.

Como ele conhecia o bar?

Bom, as lutas eram um ótimo passatempo na França, e uma forma sadia de descarregar suas frustrações quebrando a cara de alguns babacas e ainda ganhando dinheiro no final.

Não foi mistério algum encontrar algo semelhante nos Estados Unidos, na verdade, foi até bem simples. A missão da mulher era dar um jeito de inscrever Tyler naquilo, o que tornaria "legal" a briga deles e não envolveria polícia. Como um babaca de carteirinha, foi como tirar doce de criança, ele queria impressionar a nova conquista e de quebra voltar acompanhado e de bolso cheio.

Após a confirmação de inscrição do adversário, Henry não demorou para chegar ao tal ponto de encontro, já havia agendado com o dono que queria uma briga aquele dia, pagou uma bolada de dinheiro para escolher o oponente e o fez com muito gosto. Era óbvio que estava caçando Tyler, desde que ouviu o relato de Venus no banheiro somado ao ego enorme do próprio, queria quebrar a cara dele.

A briga foi anunciada em torno das 3:10 da manhã, deixando que os oponentes se preparassem antes do soar do sino. Tyler que até então não havia percebido a presença do rival, se sentia o dono do mundo com tanta atenção que a mulher — contratada por Henry— lhe dava sem pudor. Até que os olhos encontraram a figura de Henry entrando no ringue, enfurecendo-se de imediato, provavelmente avistando uma oportunidade de vingança após tudo que ele havia feito Tyler passar.

— Não sabia que você brincava com os adultos, Ty. — Henry falou com deboche, assim que entrou no ringue, sendo separados por uma espécie de juiz.

— Finalmente eu vou ter a oportunidade de acabar com você... — O loiro quase rugia. — Eu quero fazer uma aposta.

Henry estava relaxado, de guarda baixa, o homem que ia começar a luta, parou e olhou para ele esperando uma resposta, que apenas gesticulou para que o outro continuasse. Aquilo podia ficar bem mais interessante do que ele planejava.

— Se eu vencer, você some da minha vida, muda de escola e me devolve tudo que era meu naquele lugar.

— É isso que quer? — Riu com desdém, negando com a cabeça. — Ok...Se eu vencer, e eu vou, você nunca mais vai chegar perto da Venus e vai continuar se redimindo a mim, como uma maldita putinha que você é.

— Está apaixonado pela vadia? Olha só. — respondeu o rapaz, rindo pela primeira vez que entrara ali. Aquilo era cômico demais para ele. — Não posso negar, ela é gostosa demais. Experiência própria.

Se vangloriou, fazendo Henry ficar cada vez mais puto. Por fim, apertaram as mãos concretizando a aposta e se afastaram. E com o soar do sino a partida começou.

••×••

Uma hora depois a vitória de Henry foi anunciada, enquanto dois caras tiravam o corpo ensanguentado e desacordado de Tyler do ringue. O francês estava machucado, com alguns hematomas no abdômen e a boca cortada, assim como o super cílio; mas comparado a seu adversário estava ótimo. Com a grana do prêmio em mãos, disse para a mulher levar o loiro para um hospital e depois se mandar. Sua parte já estava paga e ela havia exercido sua função com louvor. Até havia se insinuado para o moreno, mas Henry cortou-a rapidamente tudo que queria era sua cama naquele momento.

Agora Tyler entendia com que estava se metendo, provavelmente estava com algumas costelas quebradas, o rosto cheio de hematomas, além do braço deslocado e outras contusões.

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